Era Uma Vez em Nova York
Imigrantes com olhos norte-americanos
Por Fabricio Duque
Durante o Festival de Cannes 2013
Traduzido no Brasil como “Era Uma Vez em Nova York”, “The Immigrant”, de James Gray, foi exibido no Festival de Cannes 2013. É um filme que parece telecine novelesco, incrementando na fotografia nostálgica, que tenta redesenhar a época novaiorquina do começo da imigração (hoje Museu da Imigração na ilha em frente a Estátua da Liberdade). É um longa-metragem tipicamente americano, com cortes rápidos e estilo videoclipe de ser. Os atores não convencem. E olha que tem Jeremy Renner, Marion Cotillard e Joaquin Phoenix (este responsável por grandes momentos, provando ser sim um excelente ator). Quanto a atriz principal, o espectador não percebe as nuances interpretativas. Ela segue a mesma linha vitimada do início ao fim do filme. É estranho, porque Marion está fantástica em “Blood Ties”, que é co-dirigido (não creditado) e co-roteirizado pelo diretor do filme em questão aqui. “Era Uma Vez em Nova York” é bom, mas não é “great”.
“Um diretor busca em um ator alguém que possa expressar o que ele é mesmo sem o benefício do diálogo”. “Sinto uma grande quantidade de conflitos interiores, inteligência e vulnerabilidade no Joaquin, mas também há uma dureza – ele não é um ator sentimental”, disse o diretor James Gray sobre o ator Joaquin Phoenix. E complementa sobre a luz escolhida, que “foi inspirada no Autochrome Lumière, um processo primitivo de colorização do antigo celuloide, criado pelos irmãos Lumière”.