Ainda a Caminhar

A opinião

O filme tem a característica descritiva, utilizando o humor natural como elemento de narrativa. A história acontece aprofundando aos poucos os seus personagens. É extremamente competente e bem cuido, tanto a parte técnica quanto o roteiro. Aborda o cotidiano de uma família com suas lembranças, anseios, verdades, ressentimentos, passados distantes e presentes. Há uma competição de comparações. Referencia a uma social ponderada, sempre existindo alguém que diz um pouco mais do que se pode, levando a lembranças dolorosas e ou mal resolvidas. “Acontece que geladeiras não foram feitas para dar segurança e sim para gelar”, diz uma personagem irritada e sem paciência do próprio filme. O diretor utiliza a sensibilidade sem a pieguice. Consegue manipular o espectador direitinho. É interessante. O tempo, dos movimentos e ações, pelo dos idosos e das crianças, conta-se como real. A camera observa e quer saber o que acontece ali. Cada passo de cada vez. Recomendo, mesmo achando o filme comum e um pouco lento demais.

Ficha Técnica

Direção: Hirokazu Koreeda
Roteiro: Hirokazu Koreeda
Fotografia: Yutaka Yamasaki
Montagem: Hirokazu Koreeda
Música: Gonchichi
País: Japão
Ano: 2008

A Sinopse

Todos os anos, a família Yokoyama se reúne no aniversário da morte de Junpei, o filho mais velho, que faleceu há 15 anos tentando salvar um menino de afogamento. Seus irmãos, hoje dois adultos de meia-idade, sabem que nunca serão tão estimados pelos pais quanto o primogênito. Kyohei, o patriarca, se esconde em seu antigo consultório para fugir da agitação dos netos, enquanto Toshiko, a avó, comanda a cozinha tentando não transparecer as frustrações de seu casamento. Mas os conflitos convivem lado a lado com momentos de intenso afeto.

O Diretor

Nasceu em 1962, no Japão. Formou-se em Literatura na Universidade de Waseda em 1987. Trabalhou como assistente de direção na produtora TV Man Union, onde também dirigiu documentários. Em 1995, realizou seu primeiro longa, Maborosi – A Luz da Ilusão, premiado no Festival de Veneza com o Osella de Ouro. Entre seus filmes, destacam-se Depois da Vida (1998) e Ninguém Pode Saber (2004), prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes.

Filmografia

2006 – Hana
2004 – Ninguém Pode Saber
2001 – Tão Distante
1998 – Depois da Vida
1995 – Maborosi, A Luz da Ilusão

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