Abraços Partidos
os abraços menos coloridos de Almodóvar
Por Fabricio Duque
Durante o Festival do Rio 2009
Apresentado na Mostra Panorama do Festival do Rio 2009, a nova película do diretor espanhol Pedro Almodóvar, “Os Abraços Partidos”, representa a corroboração de um novo desejo do cineasta: a mudança pela experimentação. É sem dúvida muito diferente do que ele já fez. Mas em hipótese alguma é ruim e ou frágil. Conservando o melhor em sua filmografia, o roteiro é exatamente o que se objetiva transpassar. As cores perderam-se um pouco, mudando as características intrínsecas que definiram seus trabalhos como o Cinema Kitsch. Todos possuem a possibilidade da reinvenção e os espectadores, fãs adoradores e ou simples observadores, o dever da compreensão. Quanto à parte técnica, não há contradições opinativas. Continua sendo não convencional e prendendo a atenção de quem assiste. Ângulos de câmera bem trabalhados. Fotografia de Rodrigo Prieto e montagem de José Salcedo são espetaculares. Penélope Cruz está como sempre é nos filmes dele. Ainda bem. Muitos consideram que este não é o seu melhor filme, mas todos não têm dúvidas de que é imperdível. Não perca também “A Vereadora Antropófaga” (2009), curta-metragem retirado do filme “Abraços Partidos”. É um monólogo de uma mulher narrando suas perversões sexuais. No filme, Almodóvar adota os pseudônimos “Harry ‘Huracán’ Caine” para assinar os créditos e “Mateo Blanco” para assinar a direção.
No Brasil, o curta foi lançado como “extra” no DVD de “Abraços Partidos”.