Festival Curta Campos do Jordao

Programa 04: Wong Kar-Wai


Ouça o Programa


Leia o Programa

O diretor Wong Kar-Wai nasceu em Xangai em 1958. Aos cinco anos de idade mudou com a sua familia para Hong Kong. Porém só aos 13 anos, é que começou a falar cantonês (que aprende assistindo filmes com sua mãe). O cineasta nunca fez faculdade de cinema, apenas alguns cursos de roteiro. Isso não impediu que se tornasse um dos cineastas mais criativos da fase contemporânea, tanto do cinema chinês, quanto do cinema mundial. É um diretor que busca o gênero independente, apelando ao espírito lúdico para criar os personagens. Na maioria das vezes, Wong kar-wai não segue o próprio roteiro do filme. O diretor improvisa de acordo com a necessidade do momento. E, surpreende, quando escreve a história para um filme que pode ser usado por outro filme seu, sem explicar motivos. O cineasta deixa o filme acontecer. Não limita possibilidades.

O cineasta Wong Kar-Wai, em seus filmes, transpassa nacionalidades, porque circula e dialoga por diversos mercados cinematográficos, como o Cult, o pop, injetando ou não o elemento comercial. Wong Kar-wai escreve com imagens. É fértil e pessoal, usando material bruto de lembranças autobiográficas, como a música de Nat King Cole, cantor idolatrado por sua mãe. O diretor visualiza o mundo pelo contexto. Outra característica importante de seu cinema é a experimentação da parte técnica. É incrível a escolha dos ângulos de câmera. A montagem respeita um cotidiano editado, que pode ser explicado pela união de tempo ocioso e expectativa da conseqüência da ação anterior. Trocando em miúdos, não cansa o espectador, porque imprime equilíbrio dos momentos da trama, com extrema competência e sendo paciente.

Entre os seus filmes, realiza “Um Beijo Roubado”, escalando os atores Jude Law (que trabalhou em “Closer – Perto Demais”), Natalie Portman (que trabalhou em “Cisne Negro”) e a cantora de pop jazz Norah Jones (que canta jazz moderninho). A filmografia de Wong Kar-wai integra o filme “Felizes juntos”, que aborda o término de um relacionamento gay na Argentina, utilizando fotografia preto-e-branco e granulada. No filme “Amor a flor da pele” quebra conceitos de narrativa, criando um tipo autoral. A lista não é grande, podemos complementar com os filmes: “Anjos Caídos”, “Amores expressos”, “2046”, “Cinzas do Passado”, “Dias selvagens” e “Conflito mortal”. Os filmes apresentam sentimentos de culpa, que são resignados, humanizados, passionais, viscerais e ingênuos. Certa vez, numa entrevista Wong-Kar wai disse “o que faço é o mesmo filme, que é quebrado em vários’.


Dicas para não sair de casa

Da semana destaca três filmes do diretor Wong Kar-wai
que podem ser alugados na Locadora Cavideo, localizada na Cobal do Humaitá.

Primeira Dica: O filme “Felizes Juntos” é um retrato de dois jovens orientais perdidos em uma Buenos Aires, na Argentina, repleta de tango, amor, drama e escuridão.Porém, acima de tudo, estão perdidos dentro de uma relação amorosa cheia de dor e conflito. O universo é apresentado em preto-e-branco e com imagem granulada. Imperdível!

Segunda Dica é o filme “Amor a flor da pele” que aborda a existência de dois casais que são forçados a encarar que seus respectivos parceiros estão tendo um caso. A trilha sonora é um grato presente ao espectador. É fantástica e ilustra exatamente a atmosfera que o diretor apresenta. Não Perca!

Última dica é o filme “2046” é a continuação do filme “Amor a flor da pele”, que retrata a vida amorosa do protagonista na década de sessenta em Hong Kong. O filme tem em sua narrativa alguns elementos da ficção científica. É falado em mandarim, japonês e cantonês, com trilha sonora de canções em espanhol. Incrível!

Pix Vertentes do Cinema

Deixe uma resposta