10 razões para assinar a Apple TV+
Uma seleção das melhores obras originais do streaming da Apple
Por Fabricio Duque
Com o crescimento da força do Streaming, é inevitável o aumento de novas plataformas digitais. A mais recente a Apple TV+, que além de filmes e séries originais, ainda criou um catalogo vasto e diferenciado de Video on Demand. O VoD oferece títulos raros e inéditos (em especial com uma cuidada seleção de obras brasileiras) a fim de fazer a alegria dos mais variados cinéfilos. Neste especial, nós do Vertentes do Cinema listamos dez motivos para assinar a Apple TV+, que entrou no mercado brasileiro em novembro de 2019 com mensalidade de R$ 9,90. Lembramos que não recebemos nenhum centavo pela divulgação e fazemos pela necessidade de mostrar o que os espectadores não podem perder.
Ficaram de fora as séries: a infanto-juvenil “Ghostwriter – O Fantasma Escritor”, a documental “Home”, a revisitação da clássica “Amazing Stories – Histórias Maravilhosas” (com produção de Steven Spielberg), a policial “Truth Be Told” (com Octavia Spencer e Aaron Paul), a espacial “For All Manking”, a de época “Dickinton”, a futurista pós-apocalíptica “See” (com Jason Momoa) e os filmes: a ficção “Hala” (2019), de Minhal Baig, e o documentário, exibido em Toronto e Sundance, “The Elephant Quenn” (2018), de Mark Deeble e Victoria Stone. São gêneros variados para atender a todos os gostos e vontades.
Mas vamos aos DEZ mais Plus e um bônus especial e para assistir em ordem!
TRYING (Reino Unido, 2020, Primeira Temporada, 8 episódios 30 minutos cada, Crítica AQUI)
Lançada no dia primeiro de maio de 2020, a série criada por Andy Wolton (da minissérie “The Great Travel Hack”), é assim. Desperta o sensação metafísica da vida. Sobre escolhas e criar filhos. Sobre liberdades e abrir mão. Sobre recomeços. Sobre o Tinder na terceira idade. Sobre exemplos de vivências subjetivas para ilustrar o entendimento (por uma inocência nada sutil, quase infantilizada). Dirigida, com controle absoluto, por Jim O’Hanlon (dos seriados “Shameless”, “Emma”, “A Touch of Cloth”) pulsa animação, expressão e movimento, em constância análise por uma terapia de choque para o agora. O que nos aproxima intimamente dos dois protagonistas é a química precisa, passional e pululante dos atores que os interpreta. Rafe Spall e Esther Smith. Ele pode ser lembrado por seu trabalho como o escritor em “As Aventuras de Pi”, de Ang Lee, Potter em “Black Mirror”, e Tommy Chapman em “Luta Por Justiça”, de Destin Daniel Cretton. Ela, do seriado “Skins” e também em “Black Mirror” (no mesmo episódio “White Christmas”).
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HOME BEFORE DARK (Estados Unidos, 2020, Primeira Temporada, 10 episódios, 50 minutos cada)
Lançada em 03 de abril de 2020, a série de investigação criminal, criada por Dana Fox e Dara Resnik) busca abrigo na forma infanto-juvenil, mas sem adequá-la à infantilidade. É naturalista e espontaneamente emocional, conjugando ação, silêncio e impulsos esperançosos, como a mãe que luta para respeitar o sonho-dom da filha. Há quem lembre de “Veronica Mars: A Jovem Espiã”, porém, na verdade, está mais para “13 Reasons Why” com o filme “Conta Comigo” e logicamente para “Projeto Flórida”, de Sean S. Baker, muito por causa da atriz Brooklynn Prince que cresceu um pouquinho e vive aqui a protagonista mirim, Hilde Lysiak, uma menina de nove anos que se muda do Brooklyn para a cidade natal de seu pai. Lá, ela passa a investigar um crime arquivado que todos os moradores do lugar tentaram encobertar. Com Jim Sturgess, Abby Miller e Louis Herthum.
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EM DEFESA DE JACOB (Defending Jacob, Estados Unidos, 2020, Primeira Temporada, 08 episódios, um por semana, 45 minutos cada)
Lançada em 24 de abril de 2020, a série, criada e dirigida por Mark Bomback (roteirista de “Meu Amigo Enzo”) é de uma precisão narrativa irretocável. Acontece por cenas, majestosamente cortadas, a fim de contar uma história de tema universal de uma família americana, inicialmente máquina no comportamento, que aprende que ninguém está imune às tragédias. Uma arquitetura sistemática que se traduz por expressões e “falhas de descanso” do caráter. Uma crítica mordaz ao politicamente correto da lei, que transforma tudo em um grande CSI. Baseado no romance homônimo de William Landay, a história é sobre Andy Barber, um promotor de justiça que recebe a difícil missão de solucionar o assassinato de um jovem de 14 anos. Para piorar, o caso ganha uma reviravolta inesperada quando Jacob (o ator Jaeden Martell, de “IT – A Coisa”, IT – Capítulo 2“, “Entre Facas e Segredos”), o filho de Barber, é apontado como um dos principais suspeitos do crime. Com Chris Evans (de “Vingadores”, “Capitão América”, “Gifted”), Michelle Dockery (de “Downton Abbey”), Betty Gabriel (de “Corra!”) e o destaque de Cherry Jones, interpretando a advogada Joanna Klein. No quinto episódio. Os próximos serão exibidos em 15, 22 e 29 de maio, sempre às sextas-feiras.
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O BANQUEIRO (The Banker, Estados Unidos, 2020, 12o minutos, de George Nolfi, Crítica AQUI)
O filme, lançado em 6 de março de 2020, de produção original da Apple TV, “O Banqueiro”, tematiza a histórica questão racial, pautando-se na superação existencial e profissional dos negros em meio a um sistema de brancos, que os impedem de acesso ao sonho americano. Dirigido por George Nolfi (de “Os Agentes do Destino”, “A Origem do Dragão”), o longa-metragem busca assemelhar sua narrativa a obras do gênero, como por exemplo, “Estrelas Além do Tempo”, “À Procura da Felicidade”, “Green Book – O Guia”, “Selma – Uma Luta Pela Igualdade” e “Loving“. Em especial, “O Sol Tornará a Brilhar”, de Daniel Petrie, com Sidney Poitier. E com um que de “Infiltrado na Klan”, de Spike Lee. Todos constroem uma caminho de provas e expiações para confrontar as personagens de que a passagem não é impossível. Só basta perspicácia, inteligência, bom humor e humildade para completar o “jogo” do sucesso.
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SERVANT (Estados Unidos, 2019, Primeira Temporada, 10 episódios, 30 minutos cada)
Lançada em 28 de novembro de 2019, a série, criada por Tony Basgallop (um dos autores da série “24 Horas”) e produzida por M. Night Shyamalan (de “Sexto Sentido”), que também dirigiu dois episódios, além de Daniel Sackheim, Nimród Antal, Alexis Ostrander, Lisa Brühlmann e John Dahl, constrói o terror psicológico, uma ambiência sobrenatural, naturalizada e cotidiana. Uma loucura coletiva estimulada pela alimentação da tristeza do luto de um jovem casal Dorothy (Lauren Ambrose, de “Onde Vivem os Monstros”) e Sean Turner (Toby Kebbell, de “Planeta dos Macacos”, “O Peso do Passado”, “Sete Minutos Depois da Meia-Noite”), que contratam Leanne (Nell Tiger Free) para ser a babá de seu filho recém-nascido. Mas, com o passar do tempo, fica explícito que nada é realmente o que parece. Nós somos absorvidos por uma sensação. Uma experiência etérea de além da imaginação e da servidão.
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THE MORNING SHOW (Estados Unidos, 2019, Primeira Temporada, 10 episódios, 60 minutos cada, Crítica AQUI)
Lançada em primeiro de novembro de 2019, a série, indicada a três prêmios Globo de Ouro, analisa, de forma realista e sem rodeios, o ambiente de trabalho contemporâneo. Dirigida por David Frankel, Kevin Bray, Lynn Shelton, Michelle MacLaren, Mimi LederRoxann, Dawson e Tucker Gates, e estrelada por Jennifer Aniston, Reese Witherspoon e Steve Carell. Inspirada no livro “Top of the Morning: Inside the Cutthroat World of Morning TV” do jornalista Brian Stelter, que discute questões comportamentais de condutas inapropriadas, aprofundando o discurso da “cultura do silêncio”, expressão que versa sobre os assédios sexuais no ambiente de trabalho. Nós precisamos levar em conta que o que assistimos é uma enérgica propaganda do movimento #metoo (de mulheres contra o ambiente tóxico machista dos crimes sexuais). Ainda que uma obra de ficção. Sobre um programa da manhã, que precisa ser leve e tratar “feridas” com abordagem mais superficial e sempre com mensagem-final feliz. Não vamos aborrecer a América, não é mesmo? A realidade é pesada demais para ser discutida em uma rede jornalística.
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VISIBLE OUT IN TELEVISION (Estados Unidos, 2020, Primeira Temporada, 5 episódios, 300 minutos)
Lançada em 14 de fevereiro de 2020, a série, dirigida por Ryan White (de “The Keepers”, disponível na Netflix), conta a história dmovimento LGBTQIA+ através das lentes da TV nesta série documental. Imagens de arquivo e entrevistas intercaladas da “idade das trevas” a “nova era”, por personagens essenciais da mudança, narrados por Neil Patrick Harris (da série “How I Met Your Mother”), Janet Mock, Margaret Cho, Asia Kate Dillon, Lena Waithe. Como a história da atriz-apresentadora Ellen DeGeneres, que “saiu do armário” ao vivo na televisão. Uma série de representatividade e representação em aceitar as diferenças tão comuns.
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LITTLE AMERICA (Estados Unidos, 2020, Primeira temporada, 8 episódios, 30 minutos cada)
Lançada em 17 de janeira de 2020, a série, de Lee Eisenberg, Emily V. Gordon e Kumail Nanjiani, os mesmos criadores de “Doentes de Amor” e “Master of None”, é uma antologia de histórias-contos sobre imigrantes que vão aos Estados Unidos buscar seus sonhos e uma vida melhor. É engraçado, romântico e nos inspira uma novo olhar. Uma nova observação mais humanizada sobre as dificuldades e preconceitos do “gerente”, da “onça”, do “caubói”, do silêncio”, da “confeiteira”, dos “vencedores do grande prêmio”, da “pedra” e do “filho”.
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MYTHIC QUEST: RAVEN’S BANQUET (Estados Unidos, 2020, Primeira Temporada, 9 episódios, 30 minutos cada)
Lançada em 07 de fevereiro de 2020, a série, criada por Charlie Day, Megan Ganz e Rob McElhenney (este também o ator principal, que já escreveu “It’s Always Sunny in Philadelphia”), segue os moldes do estilo mockumentary de “The Office”, “Brooklyn Nine-Nine” e “Parks and Recreation” e Community” e seu ácido humor constrangedor (mascarado de ingênuo) de falso documentário, em que comportamentos e hipocrisias são expostas com lente de aumento. A história versa sobre o cotidiano no escritório de uma equipe de desenvolvedores de videogames, enquanto eles enfrentam os desafios de administrar seu jogo e lidam com os desafios da vida moderna. Geralmente unidos, a única coisa que os divide é o processo de trabalho. Com Ashly Burch, Jessie Ennis, Imani Hakim, David Hornsby, Charlotte Nicdao, Danny Pudi, F. Murray Abraham.
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BEASTIE BOYS STORY (Estados Unidos, 2020, 119 minutos, de Spike Jonze)
O longa-metragem, de produção original da Apple TV+, conta a história-trajetória da banda Beastie Boys e dos quarenta anos de amizade entre eles. O documentário é dirigido por Spike Jonze (de “Quero ser John Malkovich”, “Adaptação”, “Ela”), colaborador e antigo padrinho do grupo. A estrutura cênica é a de uma apresentação ao vivo, como um show autobiografia, no estilo Arquivo Confidencial. Um filme álbum de família, com suas curiosidades, perrengues, vitórias, dramas, escolhas, sucessos, fracassos e perdas, como a do terceiro integrante Adam Yauch, que ganha uma homenagem pelos apresentadores Michael Diamond, o Mike D, e Adam Horovitz, interferidos por dois telões de “cola” teleprompter e por brincadeiras alívios cômicos. É uma experiência nostálgica, que funciona muito mais aos fãs da banda, que podem passear pelas histórias selecionadas e de verdade assumida dos dois restantes. No final, Steve Buscemi, David Cross e Ben Stiller são convidados a encenar perguntas da plateia. Um filme técnico e aprisionado dentro de uma forma que não permite a liberdade do extravasar e de ser o que os Beastie Boys sempre foram: crianças grandes fazendo criancices e músicas.
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BONUS
AQUI ESTAMOS NÓS: NOTAS SOBRE COMO VIVER NO PLANETA TERRA (Here We Are: Notes for Living on Planet Earth, Estados Unidos, 2020, Animação, Curta-metragem, 36 minutos, de Philip Hunt)
Dirigido por Philip Hunt, curta-metragista com três filmes, incluindo “Lost and Found” (Assista AQUI), “Aqui Estamos Nós – Notas Sobre Como Viver no Planeta Terra”, ilustrado livro homônimo de Oliver Jeffers, conta a história de um menino precoce de sete anos, que aprende as maravilhas do planeta com seus pais e em uma curiosa e misteriosa exibição em um lugar perdido no Museu de Tudo. Com vozes da veterana atriz Meryl Streep e de Chris O’Dowd (de “O Lar das Crianças Peculiares”, “Missão Madrinha de Casamento”), Jacob Tremblay (“O Quarto de Jack”, “Extraordinário”, “The Death and Life of John F. Donovan”) e Ruth Negga (de “Ad Astra: Rumo às Estrelas”, “Loving: Uma História de Amor”). Um filme, que, ainda que busque um tom de uma impositiva autoajuda politicamente correto demais (soando falso, mecânico e protocolar), de até maquinar a própria felicidade por regras ditatoriais, consegue sim fornecer esperança e uma positiva e necessária mensagem no final sobre o poder da inclusão social ao abrir o terraço àqueles que precisam de proteção e uma melhor visão do céu.
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