O Realismo Social no Cinema de Mike Leigh
Retrospectiva da obra do roteirista e diretor britânico Mike Leigh, vencedor da Palma de Ouro e do Prêmio de Direção em Cannes, do Leão de Ouro em Veneza, do Leopardo de Ouro em Locarno e indicado sete vezes ao Oscar, entre diversos outros prêmios
Com patrocínio do Banco do Brasil e incentivo da Lei Rouanet a mostra “O Realismo Social no Cinema de Mike Leigh” estará na tela do Cinema 1 do CCBB Rio, de 5 a 22 de dezembro, oferecendo ao público carioca a chance de mergulhar na obra de um dos cineastas mais originais e aclamados da Inglaterra das últimas décadas, com exibições dos filmes em formatos 35mm, Bluray e DVD. A programação contempla, em paralelo às exibições, duas mesas de debates e uma masterclass com o professor Dr. João Luiz Vieira, professor da Universidade Federal Fluminense. Haverá também uma sessão acessibilidade do filme “Hard Labour” (1973), um dos primeiros da carreira do diretor. O ingresso para as sessões custa R$10.
Com produção da Prama Comunicação e curadoria de Hans Spelzon e Tunico Amancio, a mostra traz obras que Mike Leigh realizou ao longo de quase 50 anos de atividade no Cinema. Estarão presentes filmes de grande sucesso, como “O segredo de Vera Drake” (2004), além de outros que sequer estrearam nas salas comerciais brasileiras, como “High Hopes” (1988) e “Naked” (1993). Entre os 24 filmes (3 curtas e 21 longas), ainda serão exibidos alguns trabalhos para a televisão, feitos especialmente para os canais BBC e Channel 4, e não menos importantes em sua trajetória. Fazem parte deste último grupo obras como “Abigail’s party” (1977) e “Four days in July” (1984). Os filmes em formato 35mm serão “Segredos e Mentiras” (1995), “Topsy-Turvy – O espetáculo” (1999), “Garotas de Futuro” (1997) e “Agora ou Nunca” (2002).
Mike Leigh analisa a estrutura da sociedade ao falar das pessoas, das angústias, dos medos, das tentativas de movimento, de viver frente ao que se tem – e o que nem sempre se pode mudar. “A unidade familiar é uma questão importante em sua obra. Trata-se de uma busca de compreensão vivida por cada uma das personagens no desenrolar da trama. É, de fato, ali, dentro da casa, analisando as relações em conflito, que ele gosta de se posicionar. Vemos isto claramente em ‘Life is Sweet (1990), ‘Agora ou nunca’ (2002) e ‘Mais um ano’ (2010), por exemplo. E estes são apenas alguns”, diz Hans Spelzon.
Falar do cinema de Mike Leigh (nascido em 1943, em Salford, Manchester) é referir-se geralmente às histórias de pessoas comuns. O realismo ao qual o título da mostra se refere é a ideia através da qual o diretor organiza diversos elementos de seus filmes: as interpretações, as emoções, o senso de humor, e também os aspectos visuais como a fotografia e a direção de arte. “A câmera de Mike Leigh consegue penetrar na casa da classe trabalhadora e falar intimamente da vida das personagens. E ele o faz de uma forma incrível: dramática, encenada, construída detalhadamente em sua proposta de realismo. É através deste realismo que se cria um olhar cotidiano das classes trabalhadoras (média e baixa), a representação de um sentimento britânico, mas ao mesmo tempo universal e, portanto, de fácil identificação pelos espectadores brasileiros”, destaca Spelzon.
A consolidação da produção de filmes do estilo realista social ocorreu nos anos oitenta, quando a televisão inglesa teve papel fundamental: A BBC e o Channel 4 produziram filmes rodados com baixo orçamento, a ficção quase documental, cujos personagens vinham de classes trabalhadoras. Além de Mike Leigh, somam-se ao time de diretores: Ken Loach, Stephen Frears, David Hare, Michel Apted, Mike Newell e Mike Figgis. Pode-se explicar a predominância do estilo a partir do que a Inglaterra vivia com as políticas neoliberais de Margareth Thatcher (primeira ministra de 1979 a 1990), que ocasionaram forte recessão econômica, refletida em desemprego e perda de direitos sociais pela população. “O diretor se singulariza por apostar nos dramas de pessoas comuns em sua batalha quotidiana para sobreviver às adversidades e com isto tece um eloquente mosaico sobre a vida contemporânea na Inglaterra”, diz o curador Tunico Amancio. Um outro filme que estará presente na retrospectiva e é aqui pouco conhecido, apesar de chave para o entendimento desse realismo social, é ‘Meantime’ (1984), produzido para o Channel 4. O filme tem no elenco nomes como Gary Oldman, Tim Roth e Alfred Molina.
A extensa experiência de Mike Leigh no teatro influenciou sua maneira de pensar os filmes, sem um roteiro tradicional como ponto de partida, mas o criando a partir de meses de ensaios com os atores, que improvisam, desenvolvem personagens que, aos poucos, têm suas vidas cruzadas, tecendo a trama. “A direção de atores de Mike Leigh é um aspecto essencial da riqueza de sua obra. Dada a importância dos atores em seus filmes, o diretor britânico também é conhecido por trabalhar repetidas vezes com os mesmos”, diz o curador. Estão neste hall: Brenda Brethyn, Ruth Sheen, Timothy Spall, Lesley Manville, Sally Hawkins, Imelda Staunton, David Thewlis, Alison Steadman e Jim Broadbent, grupo em sua totalidade composto por atores premiados nos mais importantes festivais de cinema de arte.
Mike Leigh foi indicado ao Oscar de melhor diretor por “O segredo de Vera Drake” (2004), história de uma empregada na Grã-Bretanha dos anos 1950 que faz abortos ilegais. Em Veneza, a filme também venceu o Leão de Ouro e a Coppa Volpi de melhor atriz para Imelda Staunton. O cineasta já havia sido indicado ao Oscar de melhor diretor em 1996, por “Segredos e mentiras”, que conta a história de uma mulher negra em busca de sua mãe, branca – este considerado seu filme mais famoso, teve outras quatro indicações ao prêmio americano, incluindo melhor filme do ano, atriz (Brenda Blethyn), roteiro e atriz coadjuvante (Marianne Jean-Baptiste). “Segredos e mentiras” também recebeu a Palma de Ouro em Cannes, em 1996, quando Brenda Blethyn foi agraciada como melhor atriz. Foi neste mesmo festival que Mike Leigh ganhou o prêmio de melhor diretor com “Naked” (1993), quando também David Thewlis ganhou melhor ator. “Topsy-Turvy – O espetáculo” (1999) ganhou a Coppa Volpi de melhor ator (Jim Broadbent) em Veneza, além do Oscar de Figurino e Maquiagem. As indicações de Mike Leigh ao Oscar, além das duas nas categorias de direção, contam mais cinco na de roteiro: “Segredos e mentiras”, “Topsy-Turvy – O espetáculo”, “O segredo de Vera Drake”, “Simplesmente feliz” (2008) e “Mais um ano” (2010). “Simplesmente feliz” ganhou o prêmio de melhor atriz (Sally Hawkins) em Berlim e o Globo de Ouro na mesma categoria. Já “Bleak moments” (1971), seu primeiro filme, ganhou o Leopardo de Ouro em Locarno. Outros filmes de Mike Leigh receberam diversos prêmios ao redor do mundo, incluindo o BAFTA, principal prêmio britânico, e aqueles oferecidos por circuitos de críticos dos EUA e das cidades de Nova Iorque e Londres.
Atividades extras
Masterclass
Dia 17/12, às 19h
Tema: “A mise-en-scène de Mike Leigh e a construção de um Realismo Social”
Masterclass gratuita com seleção de alunos através do e-mail [email protected] (capacidade: 98 lugares). Os interessados devem enviar no corpo da mensagem as informações: nome, documento, ocupação, breve currículo e carta de interesse (com até 5 linhas).
Na masterclass, o professor convidado João Luiz Vieira abordará os diversos métodos elaborados por Mike Leigh na realização de seus filmes. Detalhará aspectos técnicos e artísticos referentes ao roteiro, ao desenho do som, à fotografia, à direção de atores, elementos essenciais para a construção da obra, propondo uma reflexão sobre o olhar humanista e social que o diretor inglês lança e busca através de seus filmes. João Luiz Vieira é Professor Titular e atual Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual da UFF. Possui doutorado em Cinema Studies – New York University (1984), pós-doutorado pelo Department of Film and Television Studies da Universidade de Warwick, Inglaterra (1997). Foi professor Visitante do Departamento de Media Arts da University of New Mexico (1995) e do Departamento de Cinema e Literatura Comparada da Universidade de Iowa (2002). Curador, parecerista, crítico, ensaísta e membro de diversos conselhos editoriais, é também autor de inúmeros textos, críticas, ensaios, capítulos de livros e livros publicados no Brasil e no exterior como “D.W.Griffith and the Biograph Company” (1984), “Cinema Novo & Beyond” (NY: MoMA, 1998) e “Câmera-faca: o cinema de Sérgio Bianchi” (Portugal, 2004). O mais recente é a antologia “Stars and Stardom in Brazilian Cinema”(Londres: Bergham Books, 2017), co-organizado com os professores Lisa Shaw e Tim Bergfelder.
Sessão Acessiblidade
No dia 19/12, às 15h, haverá a sessão acessibilidade com legenda descritiva e audiodescrição do filme “Hard Labour” (1973). A entrada é gratuita.
Debates
Entrada gratuita – com retirada de ingressos 1h antes na bilheteria – capacidade: 98 lugares
Debate 1
Dia 12/12, às 19h
Tema: “O Realismo Social no Cinema de Mike Leigh”
Os debatedores buscarão explicitar o que se entende pelas palavras Realismo, Realismo Social e como essa definição se encaixa na obra de Mike Leigh. Analisarão ainda quais são as bases e inspirações artísticas do diretor, estabelecendo as diferenças entre sua proposta de olhar para a sociedade e outras formas em que isso se deu na História do Cinema, como por exemplo no Neorealismo Italiano e no Free Cinema.
Debate 2
Dia 19/12, às 19h
Tema: “Tendências contemporâneas no Cinema de Mike Leigh”
Os convidados buscarão expor os métodos de criação do diretor dentro das linhas que vêm sendo elaboradas pelo Cinema Contemporâneo. Nesta perspectiva, serão trazidos à tona os meios através dos quais Mike Leigh constrói o que se entende por Realismo Social na maioria de seus filmes: a relação com seus atores durante a escrita do roteiro, a direção destes atores, a direção da arte, a fotografia, o som. É a partir da discussão sobre estes elementos que surgirão detalhes sobre a singularidade estética de seus filmes, sua relação com os tradicionais gêneros cinematográficos e outros aspectos que dialogam com as tendências artísticas contemporâneas.
Sobre os curadores
Hans Spelzon é pesquisador e produtor. Estudou Cinema e Audiovisual na Universidade Federal Fluminense (UFF) e na Universidad Nacional de Córdoba (Argentina). Foi da equipe de pesquisa e de produção de documentários como “Alma Clandestina” (2018), de José Barahona, “Clementina” (2018), de Ana Rieper, além da série documental “Natureza Feminina”, da mesma diretora. Trabalha em diversos projetos da Paladina Filmes, além de outros em parceria com a Prama Comunicação e a Amado Arte e Produção. É o idealizador, produtor executivo e curador da mostra “O Realismo Social no Cinema de Mike Leigh” e idealizador do projeto “Do outro lado – O cinema de Fatih Akin”, selecionado para ocupação do CCBB no período 2019-2020.
Tunico Amancio é professor titular na Universidade Federal Fluminense. Mestre e doutor pela Universidade de São Paulo, publicou artigos em revistas nacionais e estrangeiras, os livros “O Brasil dos gringos: imagens no cinema” e “Artes e manhas da EMBRAFILME”, além de organizar as coletâneas “Brasil-México: aproximações cinematográficas” (2011) e “Argentina-Brasil no Cinema: diálogos” (2014). Foi curador das mostras “Plano Geral Nelson Pereira dos Santos” (1999), “Brasil, o olhar estrangeiro” (2000), “Imagens da ordem: infância e mídia” (2001), “Franceses no Brasil” (CINESUL, 2005) e “Tropicine” (2008), todas elas para o CCBB.
Sobre a Prama Comunicação
Empresa fundada em 2003 pelos produtores Ana Berttines e Rômulo Rodrigues. É responsável pela produção de espetáculos de sucesso como “Andança – Beth Carvalho, o musical”, “Favela 2- A Gente não desiste” e “Favela”, todos de Rômulo Rodrigues. Entre estas e outras obras, teve patrocínio e apoios institucionais importantes: da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Funarj, Sesi Rio, Sesi SP, Sesc Rio, Colégio PH, Citibank Hall, Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, Petrobras, Correios, UNIMED, LIGHT, Caixa Cultural e outros. Em 2018, produz, pela primeira vez e com patrocínio do Banco do Brasil, uma mostra cinematográfica: “O Realismo Social no Cinema de Mike Leigh”.
Programação Completa
05/12 QUARTA
15h Hard Labour + The permissive society, 99 min, DVD, 14 anos
17h Grown-ups, 95 min, DVD, 14 anos
19h Meantime, 102min, Blu-ray, 16 anos
06/12 QUINTA
15h Who’s who, 80 min, DVD, 14 anos
19h The short and Curlies + Life is Sweet, 123 min, Blu-ray, 14 anos
07/12 – SEXTA
15h Home sweet home, 95 min, DVD, 14 anos
17h Abigail’s party, 102min, DVD, 14 anos
19h Naked, 132 min, Blu-ray, 18 anos
08/12 SÁBADO
15h Garotas de Futuro, 83 min, 35mm, 14 anos
16h45Agora ou nunca, 128 min, 35mm, 14 anos
19h Segredos e mentiras, 142 min, 35mm, 16 anos
09/12 DOMINGO
15h Four days in July, 96 min, DVD, 14 anos
16h45 O Segredo de Vera Drake, 125 min, DVD, 14 anos
19h Topsy-Turvy – O espetáculo, 160 min, 35mm, 14 anos
10/12 SEGUNDA
15h Nuts in may, 84 min, DVD, 14 anos
17h The kiss of death, 80 min, DVD, 14 anos
19h Mr. Turner, 160 min, Blu-ray, 14 anos
12/12 QUARTA
14h45 O segredo de Vera Drake, 125 min, DVD14 anos
17h A sense of History + High Hopes, 130 min, DVD/Blu-ray, 14 anos
19h15 Debate 1 – O Realismo Social no Cinema de Mike Leigh, 16 anos
13/12 QUINTA
16h45 Mais um ano, 129 min, Blu-ray, 14 anos
19h Simplesmente feliz, 118 min, Blu-ray, 14 anos
14/12 SEXTA
15h Abigail’s party, 102 min, DVD, 14 anos
17h Bleak Moments, 106 min, DVD, 16 anos
19h Segredos e mentiras, 142 min, 35mm, 16 anos
15/12 SÁBADO
15h Garotas de Futuro, 83 min, 35mm, 14 anos
16h45 Agora ou nunca, 128 min, 35mm, 14 anos
19h Topsy-turvy – O espetáculo, 160 min, 35mm, 14 anos
16/12 DOMINGO
15h Four days in July, 96 min, DVD, 14 anos
16h45 Simplesmente feliz, 118 min, Blu-ray, 12 anos
19h Mais um ano, 129min, Blu-ray, 14 anos
17/12 SEGUNDA
14h45 Meantime, 102 min, Blu-ray, 16 anos
16h30 Naked, 132 min, Blu-ray, 18 anos
19h Master class – A mise-en-scène de Mike Leigh e a construção de um Realismo Social, 16 anos.
19/12 QUARTA
15h Hard Labour (acessibilidade), 70 min, DVD, 14 anos
17h Mais um ano, 129min, Blu-ray, 14 anos
19h15 Debate 2 – Tendências contemporâneas no cinema de Mike Leigh, 16 anos
20/12 QUINTA
17h Bleak Moments, 106 min, DVD, 16 anos
19h Naked, 132 min, Blu-ray, 18 anos
21/12 SEXTA
15h Life is Sweet, 106 min, Blu-ray, 14 anos
17h High Hopes, 108 min, Blu-ray, 14 anos
19h Segredos e mentiras, 142 min, 35mm, 16 anos
22/12 SÁBADO
15h Mr. Turner, 150 min, Blu-ray, 14 anos
18h The short and curlies + A sense of History, 47min, 18:00, Blu-ray/DVD, 14 anos
19h Topsy-turvy – O espetáculo, 160 min, 35mm, 14 anos
Sinopses
Mr. Turner
Mr. Turner, 2014, 150 min, Blu-ray, 14 anos.
J.M.W Turner é um pintor impressionista inglês, um homem fascinado pelas luzes e pelo efeito da iluminação no mar, nas cidades, construções e paisagens. O artista é pai solteiro de duas meninas e, em um período triste de sua vida, ele conhece uma mulher incrível por quem se apaixona. Filme com 4 indicações ao Oscar.
Mais um ano
Another Year, 2010, 129 min, Blu-ray, 14 anos.
Tom e Gerri formam um casal que tem conseguido manter seu relacionamento feliz e próspero durante muitos anos. No decorrer das estações ao ano, os dois se encontram cercados de parentes e amigos, como a falante Mary e o introspectivo Ken, sofrendo com algum tipo de tristeza. Indicado ao Oscar de roteiro original.
Simplesmente feliz
Happy-go-lucky, 2008, 118 min, Blu-ray, 12 anos.
Poppy é uma professora primária que tenta ver a vida pelo lado positivo. Por levar situações sérias na brincadeira, ela é vista como uma mulher completamente irresponsável aos olhos de Scott, seu professor da autoescola que não suporta seus desvios de atenção. Urso de Prata de melhor atriz em Berlim e Globo de Ouro na mesma categoria. Indicado ao Oscar de roteiro original.
O segredo de Vera Drake
Vera Drake, 2004, 125 min, DVD, 14 anos.
Londres, 1950. Vera Drake mora com seu marido Stan e seus filhos já crescidos, Sid e Ethel. Ela trabalha como faxineira e Stan é mecânico na oficina de seu irmão. Vera mantém uma atividade paralela que esconde do resto da família: sem aceitar qualquer tipo de pagamento, ajuda jovens mulheres a abortarem. Quando uma dessas garotas é levada para o hospital, a polícia começa uma investigação que faz o mundo de Vera desabar. Leão de Ouro de melhor filme e Coppa Volpi de melhor atriz em Veneza. Indicado a 3 Oscars: melhor direção, melhor atriz e melhor roteiro original.
Agora ou nunca
All or nothing, 2002, 128 min, 35mm, 14 anos.
O amor de Penny por seu companheiro Phil acabou. Ela trabalha como caixa de supermercado e ele é um homem gentil e sem ambição que trabalha como motorista de táxi. Sua filha Rachel faz faxina na casa de idosos e seu filho Rory está desempregado. Rory é agressivo e fica sentado o dia todo no sofá. Quando Rory fica doente o incidente evidencia a crise no relacionamento e as coisas mudam. Competição oficial no Festival de Cannes 2002.
Topsy-Turvy – O espetáculo
Topsy-Turvy, 1999, 154 min, 35mm, 14 anos.
William Schwenck Gilbert escreve as letras e Arthur Sullivan escreve as canções. Durante anos, a dupla Gilbert-Sullivan foi sinônimo de originalidade e sucesso nos palcos de ópera ingleses. Em 1884, no entanto, o mais recente trabalho de ambos, “Princess Ida”, recebe apenas críticas mornas. Sullivan então rejeita a próxima ideia de Gilbert e a parceria entra em crise. É quando Lucy, esposa de Gilbert, leva-o a uma nova exposição, que ele se vê inspirado a embarcar numa nova produção. Oscar de melhor figurino e melhor maquiagem. Indicado a melhor roteiro original e melhor direção de arte.
Garotas de futuro
Career girls, 1997, 83 min, 35mm, 14 anos.
Num belo fim de semana, duas amigas se reencontram após um longo período afastadas. Nos anos 80, quando eram estudantes em Londres, elas dividiam apartamento e tinham muitos amigos em comum. Através de uma série de flashbacks daqueles anos dourados, o filme fala das mudanças ocorridas no período – uma história que envolve sexo, juventude e memórias.
Segredos e mentiras
Secrets and lies, 1996, 142 min, 35mm, 16 anos.
Hortense Cumberbatch é uma mulher negra que foi abandonada quando criança e adotada por outra família. Quando sua mãe adotiva morre, ela decide partir em busca da mãe biológica. Cynthia é branca e engravidou de Hortense durante uma adolescência rebelde, algo que a família atual não sabe. Palma de Ouro e prêmio de melhor atriz no mesmo festival. Indicado a 5 Oscars: melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro original, melhor atriz e melhor atriz coadjuvante.
Naked
Naked, 1993, 132 min, Blu-ray, 18 anos.
Fugido de Manchester para Londres para não ser acusado de estupro, Johnny procura sua por lá sua ex-amante, Louise. Em sua casa, encontra Sophie, companheira de apartamento que por ele se apaixona, ainda que tratada de forma sexualmente violenta. Em uma cidade tomada pelo desemprego e o desespero, é através da jornada destas e outras personagens que conhecemos a busca de sentido em suas vidas, seus medos e seus comportamentos mais extremos e autodestrutivos. Prêmio da direção e de melhor ator no Festival de Cannes em 1993.
Life is Sweet
Life is sweet, 1990, 103 min, Blu-ray, 14 anos.
Andy e Wendy são pais das gêmeas Natalie e Nicola. Andy acaba de comprar um trailer enferrujado pensando em se dar bem na vida, enquanto Wendy tem dois empregos e um ótimo humor. Natalie é encantadora e gosta de usar roupas masculinas e Nicola é infeliz e bulímica. Um retrato da classe trabalhadora inglesa e da família londrina que busca mais uma vida mais confortável.
High Hopes
High hopes, 1988, 108 min, Blu-ray, 14 anos.
Comédia sobre o cotidiano de Shirley e Cyril, um casal londrino e marxista de classe trabalhadora. A mãe de Cyril é uma idosa que sofre de Alzheimer e vota nos conservadores, sua irmã, Válerie, é uma mulher ambiciosa e seu cunhado, Martin, um vendedor de automóveis mulherengo. O aniversário de 70 anos da Sra Bender se aproxima e os conflitos entre as personagens são esperados. FIPRESCI prize no Festival de Veneza.
Bleak moments
Bleak moments, 1971, 106 min, DVD, 16 anos.
Momentos da existência de um grupo de pessoas no subúrbio de West Norwood. Sylvia é uma entediada secretária que procura se libertar da pressão de cuidar da irmã de 29 anos, Hilda, que sofre de problemas mentais. Ela busca distração primeiramente em um flerte desajeitado com Peter, um professor de colegial, e depois com Norman, inquilino hippie que mora em sua garagem. Vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno de 1972.
A sense of history
A sense of history, 1992, 25 min, DVD, 14 anos.
O 23º Conde de Leete compartilha breves momentos da sua vida, a verdade por trás da propriedade da família e seu momento de glória, quando assassinou sua esposa e seu irmão. Indicado ao Bafta de melhor filme de curta-metragem.
The short & curlies
The short & curlies, 1988, 17min, Blu-ray, 14 anos.
Uma pequena comédia sobre o romance entre uma jovem e um homem que se comunica somente através de piadas e humor.
Meantime
Meantime ,1984, 102 min, Blu-ray, 16 anos.
Filme produzido para o Channel 4 e premiado no Festival de Berlim, em 1984. Drama do cineasta britânico sobre a vida durante o Thatcherismo na Inglaterra. Colin, um jovem intelectualmente incapacitado, vive com seus pais e irmão em um projeto habitacional. A situação da família é bastante precária e os dois irmãos precisam procurar trabalho para que se emancipem. As relações familiares se tornam mais conflituosas quando uma tia rica oferece a Colin um emprego mal remunerado e seu irmão fica com ciúmes.
Four days in July
Four days in July , 1984, 96 min, DVD, 14 anos.
Último filme de Leigh para a BBC. Filmado em Belfast, o filme conta a história de dois casais, um católico e outro protestante, e suas vidas cotidianas na Irlanda do Norte. Ambas as mulheres estão esperando seus primeiros filhos, ambos os casais contam histórias fora do comum, ambos os casais se viram com o pouco que têm. Entre semelhanças e diferenças, o filme retrata a turbulência que tomou conta da Irlanda do Norte por gerações.
Home Sweet Home
Home Sweet Home , 1982, 95 min, DVD, 14 anos.
Sexto filme de Leigh para a série Play for Today, da BBC. Stan, Gordon e Harold trabalham juntos como carteiros. Suas vidas privadas se misturam de mais maneiras do que imaginam.
Grown-ups
Grown-ups , 1980, 95 min, DVD, 14 anos.
Filme para a série BBC2 Playhouse. Dick e Mandy são um casal jovem da classe média londrina que se muda para uma casa do governo em Canterbury. Lá encontram o Sr. Butcher, um dos seus ex-professores, que vive ao lado. A irmã solteira de Mandy, Gloria, os visita constantemente e não percebe as indiretas do casal, que prefere estar a sós. Em uma dessas visitas, eles são levados a tomar uma atitude.
Who’s Who
Who’s Who , 1979, 80 min, DVD, 14 anos.
Quinto filme de Leigh para a série Play for Today, da BBC. Um olhar para divisões de classe entre os funcionários de uma corretora através de flashes de suas vidas. Alan, com seu retrato da rainha e seu amor à nobreza; sua esposa April, que cria gatos; os jovens e pretensiosos amigos Nigel, Giles e Anthony, que se reúnem para um jantar cheio de vinho com Samantha e Caroline; os amáveis Lord e Lady Crouchurst, que incomodamente precisam de Francis, um sócio sênior, para ajudar com o fluxo de caixa da família.
Abigail’s Party
Abigail’s Party , 1977, 102 min, DVD, 14 anos.
Quarto filme de Leigh para a série Play for Today, da BBC, e um de seus maiores sucessos.
Comédia de costumes sobre a afetação burguesa e frustração sexual de um jovem casal. A mãe de Abigail, Sue, é convidada para a casa de Beverly e Laurence, casal vizinho, fugindo então da festa de 15 anos de sua filha que ocorre em sua casa. Estando outros amigos presentes, Beverly enche seus convidados de álcool até que Sue fica cada vez mais constrangida com os acontecimentos. Quando a noite se transforma em total desordem, Laurence tem um ataque cardíaco.
The Kiss of Death
The Kiss of Death , 1977, 80 min, DVD, 14 anos.
Terceiro filme de Leigh para a série Play for Today, da BBC. Trevor é um tímido assistente de agente funerário que sempre acompanha seu amigo Ronnie quando este vai ao bar com sua namorada, Sandra. Sandra apresenta Trevor a sua amiga mais próxima, Linda, que tem dificuldade ao sair com ele, mas finalmente o convence a ir a uma discoteca.
Nuts in May
Nuts in May , 1976, 84min, DVD, 14 anos.
Segundo filme para a série Play for Today, da BBC. Uma comédia sobre uma família de classe média hipócrita e amante da natureza, que vai acampar em Dorset. Mal-entendidos, embaraçosos confrontos de valores e conflitos acontecem quando outros montam suas tendas nas proximidades e arruinam o suposto feriado perfeito.
The permissive society
The permissive society, 1975, 29 min, DVD, 14 anos.
Filmado para a BBC como parte da Second City Firsts, série de curtas-metragens fixados em Birmingham. O jovem casal Les e Carol enfrenta dificuldades em seu relacionamento, inclusive de ordem sexual. Paralelamente, Yvonne, a irmã de Les, se prepara para um encontro com ela mesma.
Hard Labour
Hard Labour, 1973, 70 min, DVD, 14 anos.
Primeiro drama de Leigh para a série Play for Today, da BBC. Filmado inteiramente em Salford, a cidade natal de Leigh, retrata a resignada rotina da empregada doméstica Mrs. Thornley e sua família. Sobrecarregada de trabalho e levando uma vida desprovida de alegria, ela quebra seu silêncio.
Serviço
Mostra “O Realismo Social no Cinema de Mike Leigh”
Local: Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – 20010-000 / Rio de Janeiro (RJ)
(21) 3808-2020 | [email protected]
Funcionamento: de quarta a segunda, das 9h às 21h.
Datas: de 5 a 22 de dezembro
Horários: consultar programação
Lotações: 98 lugares (Cinema I)
Horários da Bilheteria: Das 9h às 21h.
Ingresso: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Classificação: consultar programação por sessão
Acesso para pessoas com deficiência: Sim
Patrocínio: Banco do Brasil
Realização: CCBB