A opinião
A qualidade do cinema argentino consolida-se a cada projeto realizado. Já é uma característica extrair interpretações naturais e reais. É como se não estivessemos assistindo a um filme. Cria-se um universo com sentimentos aprofundados na medida certa. O longa da vez apresenta-se com muitas dessas características, utilizando a leveza das ações cotidianas. Aborda um relacionamento com o desgaste típico de um casamento depois de um tempo. O marido se dá conta da rotina e de como a sua mulher é na verdade. Ela mostra-se deprimida, depressiva, pessimista, reclamando de tudo e de todos. A solução pensada por ele, com a ajuda dos amigos do futebol, é arrumar um amante para ela e paga a contratação de um emprego em uma rádio. Situações e reviravoltas surreais e engraçadas acontecem, respeitando o humor ingênuo, cruel e irônico que os personagens destilam. A esposa, interpretada por Valeria Bertuccelli, a mesma atriz de ‘chuva’ (com opinião aqui neste blog – arquivo setembro), é ótima e competente no papel. As reviravoltas modificam a vida de todos, incluindo pos argumentos patéticos de um casal que questiona-se em separar-se ou não. A narrativa é apresentada no atual momento e nos seis meses anteriores. Quanto mais ela muda, mais ele se arrepende. O filme é fofo, com a técnica da camera, fotografia, ângulos e enquadramentos competentes, mas não inova. Faz graça romântica. É mais um projeto argentino comum. Às vezes é chato, repetitivo, arrastado, bobinho e inocente. Mas vale a pena assistir. Recomendo.
Ficha Técnica
Direção:Juan Taratuto
Roteiro:Pablo Solarz
Elenco:Adrián Suar, Valeria Bertuccelli, Gabriel Goity
Fotografia:Pablo Schverdfinger
Montagem:Pablo Barbieri
Música:Iván Wyszogrod
País:Argentina
Ano:2008
A Sinopse
Tenso não aguenta mais sua esposa, Tana. Ela está sempre de mau humor, e reclama sem parar do tempo, do governo, dos vizinhos, da juventude, da velhice, de tudo! A relação dos dois está insustentável há tempos, mas Tenso não tem a menor idéia de como dizer a Tana que quer se separar. Seu amigo Carlos propõe uma solução perfeita: recorrer a Cuervo Flores, um velho galanteador irresistível, e pedir que ele seduza sua mulher. Assim, quem irá pedir o divórcio será ela. O que Tenso não espera é que sua solução traga ainda mais problemas.
O Diretor
Nasceu em 1971, na Argentina. Formou-se em Comunicação no Colégio Nacional de Buenos Aires. Estudou na Escola de Cinema de Avellaneda e na Univercidad del Cine. É diretor de publicidade da empresa La Doble A, com trabalhos na Argentina, nos EUA e na Europa. Em 2004 dirigiu seu primeiro longa-metragem, Não É Você, Sou Eu, e em 2007 o segundo, Quem Disse Que É Fácil?. Este é seu terceiro longa-metragem.