Tudo Sobre o Festival Ecrã 2023
Evento sem fins lucrativos e totalmente gratuito ao público traz de 29 de junho a 2 de julho uma seleção especial do cinema experimental ao Rio de Janeiro
Por Fabricio Duque
A melhor coisa que se pode dizer sobre o Festival Ecrã é que nós , por mais que tentemos, não conseguimos traduzi-lo, de jeito nenhum, porque sua falta de definição é tão grande que o torna único. Suas obras exibidas permitem que os espectadores sintam emoções completamente diferentes e subjetivas. E as imagens são atravessadas por sensações e momentos, estes que encontram as condições do agora, o exato instante que o filme acontece. É uma experiência metafísica. Quase um encontro transcendental, visto que saltamos no vazio. Em 2023, o Ecrã apresenta sua sétima edição. Mas como manter um festival desses, que propósito e essência existem no campo da própria desconstrução visual, de um invisível abstrato que se transmuta em novas formas, buscando conectar liberdades plenas do sentir? Aqui, tudo é possível, podendo inclusive ser desarticulado e pretensioso. Mas tudo pela autoralidade criativa de um olhar totalmente fora do cinema padronizado.
O Festival Ecrã ainda tenta explicar um pouco, dizendo em sua apresentação que é um “evento de Arte e Cinema Experimental, através de experiências que questionam a noção e a produção da imagem em movimento, busca estimular a cultura do audiovisual”. E complementa ainda mais usando a poesia vernacular: “Os ecrãs são telas restritas. Se quebrarmos os limites, a luz, a projeção, os pixels, os frames, tudo escapa e se espalha. Começam a escorrer para fora e a ocupar de forma diferente e incontrolável espaços e mentes. A infinidade de possibilidades surge, nem sempre se sabe explicar, apenas observar, absorver, interagir, sobrepor e urgir. Cria-se uma nova esperança de novos meios, formatos, dispositivos e oportunidades daquilo que pode ser visto e feito”.
Sua curadoria seleciona “filmes que geralmente não chegam ao circuito de exibição ou festivais habituais e que mostram ao público que o cinema vai além do padrão encontrado na indústria cinematográfica de massa, cujas obras Elegíveis são Avant garde, Cinema Experimental, Estrutural, Livre, Expandido”. Pois é, como dissemos, não se consegue explicar, tampouco definir o que esse cinema é. E isso é sua maestria.
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A sétima edição do Festival Ecrã acontecerá entre os dias 29 de junho e 2 de julho no Estação Botafogo e na Cinemateca do MAM com entrada gratuita e entre os dias 6 e 9 de julho on-line através do site do festival com parte das obras selecionadas. Pelo sétimo ano consecutivo o Festival Ecrã traz ao público do Rio de Janeiro um panorama das artes audiovisuais que fogem do formato convencional em forma de filmes, videoartes, performances, instalações e games que apresentam inovações de linguagem e dá espaço para obras que geralmente não chegam ao circuito de cinema, museus e exposições.
O FESTIVAL ECRÃ 2023 PELO PRÓPRIO FESTIVAL ECRÃ
O Festival Ecrã traz este ano destaques de festivais internacionais e lançamentos de caráter mundial. Entre eles está a primeira exibição no Brasil de “A Longa Viagem do Ônibus Amarelo” de Júlio Bressane e Rodrigo Lima, que totaliza 432 minutos e foi apresentado no festival de Rotterdam e no BAFICI. Outro destaque é “Testemunhas Silenciosas” do colombiano Luis Ospina e Jerónimo Atehortúa. Ospina faleceu durante o processo de produção do filme e Atehortúa foi responsável por terminar o filme. O filme também fez parte dos festivais de Rotterdam e BAFICI.
Também de Rotterdam o média “Mangostão” de Tulapop Saenjaroen faz sua estreia na América do Sul. Do Festival de Berlim, o Ecrãapresenta “Allensworth”, novo longa de James Benning que esteve no festival no ano passado para uma masterclass. Como o filme de Benning, “Enez”, de Emmanuel Piton, e “Três Margens”, de Damien Cattinari acompanham, respectivamente, a natureza de forma a construir novas narrativas. Ambos são estreias mundiais. Do festival Cinéma du Reel o Ecrã apresenta “As Cartas de Didier”, da diretora francesa Noelle Pujol. Trata-se de um musical experimental bem humorado que remete ao cinema de Straub e Huillet.
Dois diretores do cinema experimental americano exibem seus filmes no Festival Ecrã: Deborah Stratman com “Últimas Coisas”, exibido no Festival de Sundance e Lewis Klahr, que usa suas tradicionais técnicas de animação em “A Rosa Azul do Esquecimento”. Há também a estreia mundial de “Perucas Loiras” do artista multimídia Chris Saint Martin. O filme questiona a estética da branquitude com experimentalismos e ironia. Outro filme que estreia mundialmente no Ecrã é “Ciclos da Criação” do inglês Guli Silberstein que mostra o desenvolvimento da humanidade em forma de looping imagético e técnicas de animação. Outra estreia mundial é o belo “Aposentadoria ou a última casa de meu pai” de Julie Pfleiderer que mostra pai e filha conversando sobre vida e sociedade enquanto a ideia do fim de um ciclo se aproxima. O canadense Alvin Santoro faz um remake digital de A Região Central do realizador canadense Michael Snow em RGNCNTRL. Santoro adapta o game Red Dead Redemption e faz um trabalho semelhante ao que Snow fez com uma câmera. A Argentina tem destaque na seleção de longas e médias do Ecrã: Um dos maiores nomes do cinema independente argentino, Raúl Perrone, estreia mundialmente o seu longa SINFON14 no Festival Ecrã. O filme narra um grupo de aristocratas que cedem aos seus desejos carnais sob a iminência da morte.
Da seleção do festival de Berlim, “O Rosto da Medusa” de Melisa Liebenthal acompanha com bom humor e inovação visual um conto de conflito existencial. O premiado “Herbaria” do diretor Leandro Listorti estabelece um paralelo entre os mundos que o interessa: o das plantas e o do cinema. Esta é a estreia do filme no Brasil após passar em grandes festivais como o BFI de Londres. De Jeff Zorrilla, “Diários de Lockdown” narra as mudanças do diretor durante o período de lockdown com grande influência do mestre do cinema experimental Jonas Mekas. Entre os longas e médias brasileiros, o Ecrã traz a première mundial de “Espaço Liminar”, longa-metragem de estreia do diretor carioca Gabriel Papaléo, o vencedor do Indie Lisboa “Vermelho Bruto“ de Amanda Devulsky, “A Vida São Dois Dias“ de Leonardo Mouramateus, o primeiro longa do diretor pernambucano Alcimar Veríssimo chamado “A Função do Outono”, o média da multiartista Darks Miranda chamado “Uma Noite Perigosa na Ilha de Vulcano” e a première do média do diretor paulistano Aloísio Corrêa chamado “Ponto Cego”.
Na programação de curtas-metragens o Festival Ecrã traz atrações de diversos cantos do mundo e que transparece a diversidade no rigor fílmico dessas obras como é o caso de “Thue Pihi Kuwii: Uma Mulher Pensando” de Aida Harika Yanomami Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami. Este é o primeiro filme realizado por mulheres indígenas Yanomami; “Lalabis” da multiartista Noá Bonoba, “Visão do Paraíso” do brasileiro radicado nos EUA Leonardo Pirondi e “Crescendo Absurdo” de Ben Malcolm e Julie Niemi, são bons exemplos deste rigor. Os filmes de Pirondi e Malcolm e Julie Niemi foram selecionados para o festival de Rotterdam deste ano. O vencedor do prêmio da crítica do festival internacional de Istambul 8 de Março de 2020: “Uma memória” dirigido por Fırat Yücel também está na seleção do Ecrã. O aclamado diretor Ben Russell está de volta ao festival com seu novo curta-metragem chamado “Contra o Tempo”. Hiroyuki Onogawa, conhecido por sonorizar os filmes do consagrado diretor japonês Sogo Ishii lança seu primeiro curta-metragem no Festival Ecrã. Dirigido em parceria com Rii Ishihara, “Flashback Antes da Morte” é um suspense que explora o espaço-tempo com bastante liberdade.
Também da seleção de Rotterdam, “Cego por Séculos” da tailandesa Parinda Mai compõe a seleção. Lançamentos mundiais como “Primeiro Beijo Tristeza Prematura” de João Pedro Faro, “Nada Haver” de Juliano Gomes e “Machinas Simples”, “Intervenções e Oscilações” de Natália Reis e Lucas Stamford também estão na programação do Ecrã. Filmes exibidos em grandes festivais brasileiros: “Garotos Ingleses” de Marcus Curvello, “O que é saudade?” de Uriel Filipe Marques SIlva, “Primavera a cada vida” de Rafael Saar e Joaquim Castro, “Cemitério Verde” de Maurício Chades, “Gargaú” de Bruno Ribeiro, “Licantropia” de Janaína Wagner, “Cinema para os Mortos” de Bruno Moreno e Renato Sircilli, “Vendo de olhos fechados” de Anália Alencar, “A Casa de Luzia” de Rodrigo Antonio Silva e “Quilombo Continuum” de Juliana M. Streva. Completam a seleção filmes exibidos em festivais importantes como Glasgow, Cosmic Rays e Bushwick como ABURIDASHI Variedades: “Vídeo-Cartas Escritas Com Tinta Invisível” de Nonoho Suzuki, “Sonho de Esplendor” de Getong Wang, “Capítulo 3: Pacifica um mentiroso “da dupla Better Lovers em parceria com o artista Hsin-Yu Chen, “Contexto da Arte” de Ira Konyukhova, “O Chá dos Gatinhos” de MiruFiyu, “As Coisas que eu te digo” de Daniela Silva Solórzano.
Stan Brakhage e Sessões Especiais
O Festival Ecrã 2023 orgulhosamente apresenta um programa dedicado a um dos maiores nomes do cinema experimental da história: Stan Brakhage. Entre curtas, médias e longas, o programa reúne sete filmes do diretor produzidos entre as décadas de 50 e 60. Será exibido também uma sessão especial, pré-estreia de “Octávio III – O Imperador“, novo longa de Cavi Borges que retrata a carreira e os últimos dias de vida do ator que batiza o filme. Abre a sessão o curta “Corpo em Guerra” de Felipe Rodrigues, também em estreia mundial. Ambos os diretores estarão para um bate-papo.
Games
Os jogos exploram caminhos da arte que nos levam para mundos da imaginação, do desconhecido e do inusitado. Esse ano as obras selecionadas exclusivamente para a etapa online do Festival Ecrã refletem a diversidade dessa linguagem como forma de expressão artística, que avança na vanguarda entre as novas possibilidades que a tecnologia permite, e o eterno desejo humano de se expressar. Em Astro Pig, do escritor, game designer e produtor de jogos independentes brasileiro Victor de Paiva, acompanhamos as aventuras de um porquinho astronauta. Nesse espaço caracterizado de forma lo-fi, o público poderá explorar diversos desafios em meio ao cosmos. Outro jogo brasileiro, que marca presença nessa edição do Festival Ecrã, é Cat Leather Jackets, uma experiência musical-narrativa sobre uma banda de rock adolescente.
Entre melodias, conversas e escolhas que mudam a história, essa experiência interativa criada por Diego Amorim, permite que o público vivencie como é ter uma banda e como um teclado pode virar uma guitarra. Dumpling.love é um site. É passear por uma floresta de tecnologia abandonada / fazer amigos animais / explorar o arquivo / encontrar a mecânica do jogo / jogar videogames / dumpling.love é um parque”. Não há melhor forma de descrever ele do que sua própria descrição. Desenvolvido por “the parks staff” e eternamente em construção é parada obrigatória a Etapa Online do 7° Festival Ecrã. A qual será aberta por uma experiência interativa através de uma transmissão em Live de Tapeçaria, de mut. “Quão profunda é a água escura?” Essa pergunta norteia a experiência interativa criada por Rhett Tsai (Yuxiao Cai), que leva os participantes através de uma guerra, cujas marcas coletivas e individuais serão carregadas para sempre.
A programação completa do Festival ECRÃ está disponível no site www.festivalecra.com.br
Instalações e Artes Interativas
O Festival Ecrã retorna com a experiência imersiva do óculos de realidade virtual, o VR. As duas obras brasileiras que ocupam este equipamento são Aquilo que é precioso e Entornos, ambos com estreias no Rio de Janeiro e com bate-papo com os realizadores das obras, Yaminaah Abayomi e Felipe Vasconcelos, respectivamente. Ocupando os recém reformados corredores e arredores da Cinemateca do MAM, o Ecrã instalará quatro obras: Plantarians: appendix, ambiente sutil e forte criado por Ellie Kyungran Heo; Rua do Monte, 11, estreia mundial da artista Carolina Cruz; “O Som de Lugar Nenhum” de Thomas Webber falam cada um à sua maneira sobre as relações de amor, a família e o casal e as suas complexidades territoriais e Matéria e Memória de Crystal Duarte, artista não binárie que retorna ao Ecrã agora com sua instalação/performance/happening, que será exibida em uma única ação de seis horas ao longo do domingo dia 02/07.
Para a etapa online, duas estreias internacionais acontecem em forma de Artes Interativas com “EuMedeia” de Valéria Nunes e “rio karioka” de Helena Lessa, que discutem as lendas, espaços e folclores que definem tanto os locais e quem vive neles. O Ecrã também terá em seu Instagram o lançamento exclusivo da websérie “Fake Live” de Alexandre Paes Leme, protagonizada pela atriz Fernanda Paes Leme. Os nove episódios acompanham a vida da atriz e influencer durante a quarentena, pelo ponto de vista do seu celular, até que sua identidade seja roubada por uma falsa Fernanda. Fake Live também terá alguns de seus episódios exibidos na sala de cinema durante o Ecrã.
Performances
A arte existe hoje de forma expandida. Definir o que se encaixa no campo do cinema, das artes visuais, das artes cênicas, performance etc. se torna cada vez mais difícil pelo hibridismo das expressões artísticas. A curadoria de performance do sétimo ECRÃ celebra a arte no campo expandido, valorizando as obras que dialogam com campos que não seriam normalmente atribuídos à performance.
A performance de abertura do Ecrã 2023 é Projétil RGB, de Tetsuya Maruyama, artista Japonês que estuda cinema e arte no Brasil. A performance usa o projetor de cinema e tinta de maneiras não convencionais para criar sobre uma tela uma “projeção”. É performance, é arte visual, cênica, cinema. O encerramento da etapa presencial do festival contará com um Cine Concerto com Taiyo Omura, Paula Otero e Marcelo Conti, mostrando o diálogo da performance musical com o cinema. Nesta apresentação vão acompanhar o filme “Uma Página de Loucura” (1926) de Teinosuke Kinugasa.
Nas videoperformances, OMOS, obra Britânica afrofuturista que celebra a cultura queer e une dança, música, e cinema, junto com Carpela, que usa o corpo e o desconforto para provocar o espectador. Na etapa online teremos desde performances de dança como Pathos e A que passo você está de perder o controle?, que usam da edição de imagem e som para distorcer seus movimentos, até vídeo-peça-performances como Depoimentos- Black Brecht: E se Brecht fosse Negro?, obra brasileira que distorce o campo das artes cênicas no audiovisual, e Casa 12, que usa o documental para expandir no campo da performance. Elas e Ar quente se usam da narrativa na performance para passar sua provocação e estranhamento. E temos Lee Campbell retornando para mais uma edição do Ecrã online para fazer sua performance Navegar, ao vivo pelo zoom.
Trazer o olhar da provocação do campo expandido para o sétimo Ecrã é afirmar esta inserção do festival no circuito de arte contemporâneo do Brasil e do mundo, por ser um ambiente onde a experimentação, o diálogo entre mídias e meios e o novo são celebrados, exaltados e trazidos para que nosso público também seja provocado.
Videoartes
Para a sétima edição, o Ecrã traz uma seleção de 24 obras exclusivas para sua etapa online. Com uma seleção que se expande para 15 países, as videoartes apresentam obras de renomados e iniciantes artistas. Retornando para este edição estão as brasileiras Hannah Maia, o duo Amanda & Isadora, Thays Pantuza e Darks Miranda (que também tem um média nesta edição), exibindo, respectivamente, Crisálida, Curso De Artista, Eu Não Seria Eu e A Ilha. Já os estrangeiros retornam da Rússia, como é o caso de Alexei Dmitriev com sua comédia irônica Estoque; do Reino Unido, com Toby Tatum e mais um de seus imersivos e contemplativos vídeos, Um Feitiço No País Das Fadas; da Turquia, com Frequência Espectral Do Arco-íris de Hüseyin Mert Erverdi; e Coréia do Sul, com a segunda aparição do artista Seyeong Yoon, que finalizou sua nova obra, Insânia exclusivamente para o ECRÃ.
Esta categoria também conta com diversas estreias internacionais e nacionais. A Analogia Do Espaço do ucrâniano Oleksandr Hoisan, Corpos Online da belga Mischa Dols, Prezado Alceu – Como Eles Sonham, Como Nós Sonhamos, do neozelandês Brit Bunkley e os estadunidenses Deep Sophia, de Yvette Granata, Ninguém Quer Consertar Mais As Coisas, de Joseph Wilcox e Retratos, de Johannes DeYoung fazem parte desta conta e refletem sobre os corpos físicos, virtuais, humanos, animais ou mesmo de uma pedra e suas novas configurações nos espaços que ocupam e que vão ocupar no futuro.
Dialogando com a performance, a produção fílmica e as redes sociais o ECRÃ exibe em sua plataforma de streaming respectivamente Escorreguei, Caí e Bati Com a Cara Na Pista De Dança, de Lisa Freeman, o obra da Irlanda é uma aula de composição, atuação e direção; Cosmonauta, de Albert Bayona, que usa imagens brutas e sem efeitos do filme O Cosmonauta; Escapes Instantâneos de Stefano Giannotti, que originalmente foi criado com vídeos de 30 segundos postados em suas redes ao longo de alguns anos. No ECRÃ ele será exibido como uma coletânea de mais de uma hora de duração. A mudança do mundo e das relações pessoais estão retratadas com ironia, desilusão, verdade, terror e alerta nas obras do suéco Mats Landström, Em Direção Ao Sol; dos brasileiros GONZALEZ, Camila Santos e Thiago Pombo, Linha Amarela, Meu Corpo É Um Zumbi e Quando O Infinito Chega Ao Fim, respectivamente; e vindo oriente, representando o Japão com a estreia latina de Mudança_climática de Kayoko Nakamura.
Concluindo a seleção das videoartes, recebemos com uma seleção dupla da estadunidense Emily Greenberg. A artista de mídia, cineasta e escritora cujo trabalho examina a construção mediada de autoridade, realidade e transparência faz sua estreia no ECRÃ com a obra criada com Inteligência Artificial e trechos das teorias de Freud sobre sonhos em Realização De Um Desejo e obra feita quase interinamente no Google Earth Sobre A Exatidão Na Ciência: Um Filme Em Três Partes, discutindo cartografia digital, guerra e jornalismo.
OS FILMES DO FESTIVAL ECRÃ 2023
FILMES DE LONGA E MÉDIA-METRAGEM
ALLENSWORTH | Idem | James Benning | Estados Unidos | 2023 | 63 min.
APOSENTADORIA OU A ÚLTIMA CASA DE MEU PAI | Das Retireé or the last house of my father | Julie Pfleiderer | Alemanha, Bélgica, Holanda | 2022 | 43 min.
AS CARTAS DE DIDIER | Les Lettres de Didier | Noelle Pujol | França | 2022 | 66 min.
CICLOS DA CRIAÇÃO | Cycles of Creation | Guli Silberstein | Reino Unido | 2023 | 63 min.
DIÁRIOS DE LOCKDOWN | Lockdown Diaries | Jeff Zorrilla | Argentina | 2022 | 73 min.
ENEZ | Idem | Emmanuel Piton | França | 2023 | 43 min.
ESPAÇO LIMINAR | Idem | Gabriel Papaléo | Brasil | 2023 | 75 min.
A FUNÇÃO DO OUTONO | Idem | Alcimar Veríssimo | Brasil | 2023 | 82 min.
HERBARIA | Idem | Leandro Listorti | Argentina | 2022 | 83 min.
A LONGA VIAGEM DO ÔNIBUS AMARELO | Idem | Júlio Bressane, Rodrigo Lima | Brasil | 2023 | 432 min.
MANGOSTÃO | Mangosteen | Tulapop Saenjaroen | Tailândia | 2023 | 40 min.
UMA NOITE PERIGOSA NA ILHA DE VULCANO | Idem | Darks Miranda | Brasil | 2023 | 40 min.
PERUCAS LOIRAS | Blonde Wigs | Chris Martin | Estados Unidos | 2023 | 115 min.
PONTO CEGO | Idem | Aloísio Corrêa | Brasil | 2023 | 40 min.
RGNCNTRL | Idem | Alvin Santoro | Canadá | 2022 | 93 min.
A ROSA AZUL DO ESQUECIMENTO | The Blue Rose of Forgetfulness | Lewis Klahr | Estados Unidos | 2022 | 64 min.
O ROSTO DA MEDUSA | El Rostro de la Medusa | Melisa Liebenthal | Argentina | 2022 | 76 min.
SINFON14 | Idem | Raúl Perrone | Argentina | 2022 | 86 min.
TESTEMUNHAS SILENCIOSAS | Mudos Testigos | Luis Ospina, Jerónimo Arteaga | Colômbia | 2023 | 78 min.
TRÊS MARGENS | Three Shores | Damien Cattinari | França, 2023 | 40min.
ÚLTIMAS COISAS | Last Things | Deborah Stratman | Estados Unidos | 2023 | 50 min.
VERMELHO BRUTO | Idem | Amanda Devulsky | Brasil | 2022 | 203 min.
A VIDA SÃO DOIS DIAS | Idem | Leonardo Mouramateus | Brasil, Portugal | 2022 | 82 min.
FILMES DE CURTA-METRAGEM
8 DE MARÇO DE 2020: UMA MEMÓRIA | March 8 2020: A Memory | Firat Yücel | Turquia, Holanda | 2022 | 16 min.
ABURIDASHI | Aburidashi | Nonoho Suzuki | Japão | 2022 | 10 min.
CAPÍTULO 3: PACIFICA UM MENTIROSO | Chapter 3: Pacifies a Lier | Better Lovers, Hsin-Yu Chen | Estados Unidos | 2022 | 23 min.
CASA DE LUZIA | Idem | Rodrigo Antonio Silva | Brasil | 2023 | 11 min.
CEGO POR SÉCULOS | Blinded By Centuries | Parinda Main | Tailândia, Estados Unidos | 2023 | 13 min.
CEMITÉRIO VERDE | Idem | Maurício Dias Chades de Alencar | Brasil | 2023 | 25 min.
O CHÁ DOS GATINHOS | The Kitten’s Tea Party | Miru Fiyu | 2022 | Canadá | 11 min.
CINEMA PARA OS MORTOS | Idem | Bruno Moreno e Renato Sircilli | Brasil | 2023 | 15 min.
AS COISAS QUE TE DIGO | Las Cosas Que Te Digo | Daniela Silva Solórzano | Portugal, México | 2023 | 17 min.
CONTEXTO DA ARTE | Art Context | Ira Konyukhova | Alemanha | 2023 | 18 min.
CONTRA O TEMPO | Against Time | Ben Russel | França | 2023 | 23 min.
CRESCENDO ABSURDO | Growing Up Absurd | Ben Balcom, Julie Niemi | Estados Unidos | 2023 | 16 min.
FLASHBACK ANTES DA MORTE | Flashback Before Death | Hiroyuki Onogawa, Rii Ishihara | Japão | 2022 | 31 min.
GARGAÚ | Idem | Bruno Ribeiro | Brasil | 2021 | 19 min.
GAROTOS INGLESES | Idem | Marcus Curvelo | Brasil | 2022 | 15 min.
LALABIS | Idem | Noá Bonoboa | Brasil | 2023 | 24 min.
LICANTROPIA | Idem | Janaína Wagner | Brasil | 2019 | 27 min.
LOCAIS VERDADEIROS | True Places | Gloria Chung | Estados Unidos | 2022 | 6 minutos
MÁQUINAS SIMPLES, INTERVENÇÕES E OSCILAÇÕES | Idem | Natália Reis, Lucas Stamford | Brasil | 2022 | 15 min.
NADA HAVER | Idem | Juliano Gomes | 2023 | 11 min.
O QUE É SAUDADE? | Idem | Uriel Filipe Marques Silva | Brasil | | 2022 | 1 min.
OB SCENE | Idem | Paloma Orlandini Castro | Argentina | 2021 | 18 min.
PRIMAVERA EM CADA VIDA | Idem | Joaquim Castro | Brasil | 2022 | 14 min.
PRIMEIRO BEIJO TRISTEZA PREMATURA | Idem | João Pedro Faro | Brasil | 2023 | 5 min.
QUEM DE DIREITO | Idem | Ana Galizia | Brasil | 2022 | 21 min.
QUILOMBO, CONTINUUM | Idem | Juliana M. Streva | Brasil | 2023 | 22 min.
SONHO DE ESPLENDOR | 梦华录 | Getong Wang | Estados Unidos, China | 2022 | 8 min.
SUNSET FEVER | Idem | Randolpho Lamonier, Victor Galvão | Brasil | 2022 | 11 min.
THUE PIHI KUIWII: UMA MULHER PENSANDO | Idem | Aida Harika, Edmar Tokorino e Roseane Yariana | Brasil | 2023 | 10 min.
VENDO DE OLHOS FECHADOS | Seeing with the eyes shut | Anália Alencar | Brasil | 2023 | 16 min.
VISÃO DO PARAÍSO | Idem | Leonardo Pirondi | Brasil, Estados Unidos, Reino Unido | 2022 | 17 min.
GAMES
ASTRO PIG | Idem | Victor de Paiva | Brasil | 2023 | Duração Variável
CAT LEATHER JACKETS | Idem | Diogo Amorim | Brasil | 2023 | Duração Variável
DUMPLING.LOVE | Idem | the parks staff | Estados Unidos | 2021 – em andamento | Duração Variável
QUÃO PROFUNDA É A ÁGUA ESCURA? | 乌水有多深?| Rhett Tsai (Yuxiao Cai) | China | 2023 | Duração Variável
TAPEÇARIA | Idem | mut | Brasil | 2022 | Duração Variável
INSTALAÇÃO E ARTES INTERATIVAS
AQUILO QUE É PRECIOSO | Idem | Yaminaah Abayomi | Brasil | 2022 | 7 min.
ENTORNOS | Idem | Felipe Vasconcelos | Brasil | 2022 | 7 min.
EUMEDEIA | Idem | Valéria Nunes | Brasil | 2022 | Duração Variável
FAKE LIVE | Idem | Alexandre Paes Leme | Brasil | 2020 | Duração Variável, 9 episódios
MATÉRIA E MEMÓRIA | Idem | Crystal Duarte | Brasil | 2023 | 360 min.
PLANTARIANS: APPENDIX | Idem | Ellie Kyungran Heo | Coréia do Sul, Reino Unido | 2020 | 8 min.
RIO KARIOKA | Idem | Helena Lessa | Brasil | 2022 | Duração Variável
RUA DO MONTE, 11 | Idem | Carolina Cruz | Brasil | 2022 | Duração Variável
O SOM DE LUGAR NENHUM | Idem | Thomas Webber | Brasil | 2022 | 7 min.
PERFORMANCES
A QUE PASSO VOCÊ ESTÁ DE PERDER O CONTROLE? | Idem | Pedro Carcereri, Rômulo Vlad| Brasil | 2020 | 3 min.
AR QUENTE | Pe Ataju Jumali | Unides contra a colonização: muitos olhos, um só coração | Brasil, Colômbia, Canadá e Estados Unidos | 2023 | 25 min.
CARPELA | Idem | Julie de Oliveira | Brasil | 2022 | 4 min.
CASA 12 | Idem | Ekatala Keller | Brasil | 2022 | 16 min.
CINE CONCERTO DO FILME “UMA PÁGINA DE LOUCURA” | Idem | Cine Orquestra | Japão, Brasil | 1926, 2023 | 59 min.
DEPOIMENTOS- BLACK BRECHT: E SE BRECHT FOSSE NEGRO? | Idem | Eugênio Lima | Brasil | 2021 | 83 min.
ELAS | Idem | Juliana Yurk | Brasil | 2022 | 15 min.
NAVEGAR | Cruise| Lee Campbell | Reino Unido | 2023 | 45 min.
OMOS | Idem | Rhys Hollis | Reino Unido | 2022 | 21 min.
PATHOS | Idem | Edson Campolina | Brasil | 2023 | 12 min.
PROJÉTIL RGB | Idem | Tetsuya Maruyama | Brasil | 2023 | 120 min.
VIDEOARTES
A ANALOGIA DO ESPAÇO | аналогія простору | Oleksandr Hoisan | Ucrânia | 2022 | 12 min.
CORPOS ONLINE | Online Bodies | Mischa Dols | Bélgica | 2022 | 20 min.
COSMONAUTA | cosmonaut | Albert Bayona | Espanha | 2015 | 5 min.
CRISÁLIDA | Idem | Hannah Maia | Brasil | 2023 | 5 min.
CURSO DE ARTISTA | Idem | Amanda & Isadora | Brasil | 2023 | 2 min.
DEEP SOPHIA | Idem | Yvette Granata | Estados Unidos | 2022 | 7 min.
EM DIREÇÃO AO SOL | Towards The Sun | Mats Landström | Suécia | 2021 | 5 min.
ESCAPES INSTANT NEOS | Instant Scapes | Stefano Giannotti | Itália | 2021-2022 | 86 min.
ESCORREGUEI, CAÍ E BATI COM A CARA NA PISTA DE DANÇA | Slipped, Fell and Smacked My Face off The Dance Floor | Lisa Freeman | Irlanda | 2022 | 22 min.
ESTOQUE | Stock | Alexei Dmitriev | Alemanha, Rússia | 2022 | 5 min.
EU NÃO SERIA EU | Idem | Zumbido Produções, Thays Pantuza | Brasil | 2023 | 12 min.
UM FEITIÇO NO PAÍS DAS FADAS | A Spell in Fairyland | Toby Tatum | Reino Unido | 2022 | 16 min.
FREQUÊNCIA ESPECTRAL DO ARCO-ÍRIS | Spectral Rainbow Frequency | Hüseyin Mert Erverdi | Turquia | 2021 | 3 min.
A ILHA | Idem | Darks Miranda | Brasil | 2023 | 18 min.
INS NIA | 광기 | Seyeong Yoon | Coreia do Sul | 2023 | 20 min.
LINHA AMARELA | Idem | GONZALEZ | Brasil | 2023 | 3 min.
MEU CORPO É UM ZUMBI | Idem | Camila Santos | Brasil | 2022 | 7 min.
MUDANÇA_CLIMÁTICA | Climate_Change | Kayoko Nakamura | Japão | 2022 | 3 min.
NINGUÉM QUER CONSERTAR MAIS AS COISAS | Nobody Wants to Fix Things Anymore | Joseph Wilcox | Estados Unidos | 2023 | 5 min.
PREZADO ALCEU – COMO ELES SONHAM. COMO NÓS SONHAMOS. | Dear Hart – How they dream. How we dream. | Brit Bunkley | Nova Zelândia | 2022 | 4 min.
QUANDO O INFINITO CHEGA AO FIM | Idem | Thiago Pombo | Brasil | 2023 | 2 min.
REALIZAÇÃO DE UM DESEJO | Fulfillment of a Wish | Emily Greenberg | Estados Unidos | 2023 | 9 min.
RETRATOS | Headshots | Johannes DeYoung | Estados Unidos | 2022 | 2 min.
SOBRE A EXATIDÃO NA CIÊNCIA | On Exactitude in Science | Emily Greenberg | Estados Unidos | 2022 | 15 min.
PROGRAMA STAN BRAKHAGE
23RD PSALM BRANCH | Idem | Stan Brakhage | Estados Unidos | 1967 | 63 min.
ANTICIPATION OF THE NIGHT | Idem | Stan Brakhage | Estados Unidos | 1958 | 42 min.
THE DEAD | Idem | Stan Brakhage | Estados Unidos | 1960 | 11 min.
DESISTFILM | Idem | Stan Brakhage | Estados Unidos | 1954 | 7 min.
DOG STAR MAN | Idem | Stan Brakhage | Estados Unidos | 1965 | 78 min.
MOTHLIGHT | Idem | Stan Brakhage | Estados Unidos | 1963 | 4 min.
WINDOW WATER BABY MOVING | Idem | Stan Brakhage | Estados Unidos | 1959 | 13 min.
SESSÕES ESPECIAIS
CORPO EM GUERRA | Idem | Felipe Rodrigues | Brasil | 2022 | 14 min.
OCTÁVIO III – O IMPERADOR | Idem | Cavi Borges | Brasil | 2023 | 60 min.
SERVIÇO
O Festival ECRÃ é um evento sem fins lucrativos e tem sua entrada gratuita. Para ajudar a custeá-lo, acesse: www.festivalecra.com.br/contribua.
O Festival ECRÃ tem apoio do Museu de Artes Modernas do Rio de Janeiro; Grupo Estação; Cavideo; Departamento de Artes & Design PUC-Rio; EDT.; Bessa Produções; Cogumelo Corp.; JL Ribas; e é apresentado por 5D Magic, 7 a 1 Filmes e Cara Feia.