Tudo Sobre o Festival de Roterdã 2025 e os Filmes Brasileiros

Tudo Sobre o Festival de Roterdã 2025 e os Filmes Brasileiros

De 30 de janeiro a 09 de fevereiro, evento holandês apresenta 659 obras audiovisuais, entre oito filmes brasileiros e encontros de cinema

Por Fabricio Duque

Roterdã é a segunda maior e mais importante cidade dos Países Baixos, condecorada a Capital Europeia da Cultura, a 52 minutos de carro de Amsterdã e que sedia um dos eventos cinematográficos mais importantes para o cinema independente, mais experimental e que foge do padrão comercial. Em 2025, o Festival de Cinema de Roterdã, que completa sua edição 54, continua a manter a responsabilidade de abrir a lista do calendário de festivais internacionais, “perdendo” somente para a Mostra de Cinema de Tiradentes, que começou dias antes. Neste ano, Festival de Cinema de Roterdã acontece de 30 de janeiro a 09 de fevereiro, trazendo 659 obras audiovisuais, entre filmes, instalações e encontros de cinema, em 26 categorias. O filme de abertura escolhido para dar o start é “Fábula”, de Michiel ten Horn, um crime comedy que mistura fantasia, folclore e realismo mágico. E o de encerramento, no dia 9 de fevereiro, é “This City Is a Battlefield”, um drama de guerra indonésio escrito e dirigido por Mouly Surya.

Nossa cinematografia brasileira sempre marcou presença e neste ano o Festival de Cinema de Roterdã traz 8 filmes do Brasil, distribuídos em 5 mostras. Além dos que já estrearam nos cinemas daqui, Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, na Limelight; Levante, de Lillah Halla, na Education; Suçuarana, de Clarissa Campolina e Sérgio Borges, na Harbour (que encerra a Mostra de Tiradentes 2025 e que venceu a Caneca do Vertentes no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 2024). Na sessão de curtas-metragens Short & Mid-Length, temos “Fale a ela o que me aconteceu” (Brasil), de Pethrus Tibúrcio; “Quem se move”, de Stephanie Ricci; “Tragédia” (da Nova Zelândia, mas com produção brasileira), de Bernardo Zanotta; “Bisagras” (dos Estados Unidos, mas que é um filme sobre Salvador, na Bahia), de Luis Arnías. E para complementar a lista: “Caigan las rosas blancas!” (da Argentina, mas que se passa em São Paulo), de Albertina Carri. 

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E o Vertentes do Cinema está credenciado para fazer toda a cobertura online (mais um ano), que disponibiliza quase 300 filmes para seus jornalistas assistirem em 11 dias. Haja ansiedade e maratona! 

O Festival de Cinema de Roterdã 2025 tem como três mostras principais: a competição oficial do Tigre de Ouro, que une a categoria de longa-metragem (Tiger) e a de curta-metragem (Tiger Short), e a competição da Tela Grande (Big Screen). Para a Competição dos Tigres, o júri de longas convidado é composto por Yuki Aditya, cineasta de Jacarta, diretor do Festival Internacional de Documentários e Filmes Experimentais Arkipel; Soheila Golestani, atriz, dubladora, diretora e escritora iraniana; Winnie Lau, cantora e atriz de Hong Kong; Peter Strickland, diretor de cinema e roteirista britânico; e Andrea Luka Zimmerman, artista, cineasta e ativista cultural. Já o júri de curtas traz Angela Haardt, curadora alemã de arte de mídia e que foi diretora do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Oberhausen; Frank Sweeney, cineasta e artista; e Yaoting Zhang, gerente de aquisições e produção que já atuou como programador nos festivais de Xangai e Pequim. 

 

Para a competição da Tela Grande, o júri escolhido é composto por Bero Beyer, produtor de cinema holandês e ex-diretor do festival IFFR, de 2015 a 2020; Sara Rajaei, videoartista e cineasta iraniano-holandesa; Dewi Reijs, cineasta, atriz, escritora e diretora holandesa-indonésia, e fundadora da Buddy Film Foundation; Digna Sinke, diretora de cinema, produtora e roteirista holandesa; e Jia Zhao, produtor chinês-holandês de documentários premiados como I Am So Sorry (Cannes 2021), Kabul, City in the Wind (Prêmio Especial do Júri do IDFA) e Inner Landscape, que encerrou o IFFR em 2019.

Suçuarana

A competição ao Prêmio Tiger, que foi anunciada oficialmente em 17 de dezembro de 2024, traz 14 filmes. “Bad Girl” (Índia), de Varsha Bharath; “Blind Love” (Taiwan), de Julian Chou; “Fiume o morte!” (Croácia), de Igor Bezinović; “Guo Ran” (China), de Li Dongmei; “Im Haus meiner Eltern” (Alemanha), de Tim Ellrich; “L’arbre de l’authenticité” (Congo), de Sammy Baloji; “La gran historia de la filosofía occidental” (Mexico), de Aria Covamonas; “Perla” (Austria), de Alexandra Makarová; “Primeira pessoa do Plural” (Portugal), de Sandro Aguilar; “Sunshine Express” (Irã), de Amirali Navaee; “Tears in Kuala Lumpur” (Malásia), de Ridhwan Saidi; “Vitrival – The Most Beautiful Village in the World” (Bélgica), de Noëlle Bastin and Baptiste Bogaert; “Wind, Talk to Me” (Servia), de Stefan Djordjevic; e “Wondrous Is the Silence of My Master” (Montenegro), de Ivan Salatić. 

A competição da Tela Grande também traz 14 filmes. “De volta à família”, de Šarūnas Bartas (Lituânia, França, Polônia, Letônia); “Raptures”, de Jon Blåhed (Suécia, Finlândia); “Gowok: Kamasutra Javanês”, de Hanung Bramantyo (Indonésia); “¡Caigan las rosas brancas!”, de Albertina Carri (Argentina, Brasil, Espanha); “Pai Nosso – Os Últimos Dias de um Ditador”, de José Filipe Costa (Portugal); “Orenda”, de Pirjo Honkasalo (Finlândia, Estônia, Suécia); “Yasuko, Songs of Days Past”, de Kichitaro Negishi (Japão); “O Conto do Fantoche”, de Suman Mukhopadhyay (Índia); “Bad Painter”, de Albert Oehlen (Alemanha, EUA); “Macai”, de Sun-J Perumal (Malásia); “L’oro del Reno”, de Lorenzo Pullega (Itália); “De idylle”, de Aaron Rookus (Holanda, Bélgica, Estônia); “O Assistente”, de Wilhelm Sasnal, Anka Sasnal (Polônia, Reino Unido); e “Folhas Suaves”, de Miwako Van Weyenberg (Bélgica). 

Além das mostras principais, as outras 23 inclui muitas obras esperadas: “Cinema Pe Cinema: The Theatres. The Movies. And Us” (Índia), de Vani Subramanian, documentário sobre as memórias dos pequenos cinemas na Índia; “Notre Dame de la Croisette”, de Daniel Schmid; e o curta “Neige”,  de Roland Truffaut, sobre o não-biológico “pai” de François Truffaut, da mostra Cinema Regained. “Tardes de soledad”, de Albert Serra; “Eid”, de Yousef Abo Madegem, da mostra Harbour. 

Mas a cereja do bolo é a mostra IFFR Talks, conversas sobre filmes com atores e diretores, chamados de Big Talk por serem grandes: Cate Blanchett e Guy Maddin sobre “Rumours”; Miike Takashi e Misako Saka; Costa Gavras e Sungji Oh; além de debates sobre True Crime, Autoritarismo, Futurismos, A História da Pré-Revolução do Cinema Iraniano; A Evolução da Ucrânia através de Seu Cinema, e há muito muito mais. 

Acompanhe toda a cobertura no nosso site, que já começou assim que os filmes foram anunciados! 

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