
Tudo sobre o 6º Festival Cinema Negro em Ação
Com homenagem a Tony Tornado e exibição do novo filme de Antônio Pitanga, Porto Alegre recebe o 6º Festival Cinema Negro em Ação
Por Pedro Sales
O Festival Cinema Negro em Ação chega à sua sexta edição em Porto Alegre. Com realização da Secretaria da Cultura (Sedac), por meio do Instituto Estadual de Cinema (Iecine), o evento ocorre na capital gaúcha, de 28 de outubro a 1º de novembro. O tema do festival é “Revérbero” e homenageia o nonagenário ator e cantor Tony Tornado. A programação conta com mostras de filmes, laboratórios, consultoria para cineastas negros, atividades de formação e atrações musicais. As atividades acontecem na Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), e a entrada é gratuita.
A mostra competitiva é composta por três longas-metragens: “Diaspóricas 2” (2025), de Ana Clara Gomes (GO), “Esquecendo Flora” (2024), de Beto Oliveira (SP), e “Quem é essa mulher?” (2025), de Mariana Jaspe (BA), seis curtas, seis videoclipes e três videoartes. Nas exibições especiais e comentadas, serão exibidos os longas “7 Cortes de Cabelo do Congo” (2022), de Luciana Bezerra, “Kasa Branca” (2024), de Luciano Vidigal, e “Malês” (2024), de Antônio Pitanga.
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A diretora do Iecine, Sofia Ferreira, aponta que por meio de investimentos estratégicos no setor é que se garante o fortalecimento da diversidade da produção audiovisual no Rio Grande do Sul. “É uma alegria garantir que esse evento, que reafirma a cada edição a força do cinema produzido por pessoas negras, siga sendo realizado ininterruptamente por meio da administração pública”, acrescenta.
REVERBERANDO GERAÇÕES
Segundo os organizadores do 6º Festival Cinema Negro em Ação, o tema “Revérbero”, “diz respeito à conexão entre o passado e o futuro”. Esse ensejo é bastante evidente na medida em que traz nomes do cinema negro atual, como o realizador Luciano Vidigal, e homenageia o ator e cantor Tony Tornado, cuja carreira teve início nos anos 1960, com ênfase na televisão, mas que contribuiu no cinema com Héctor Babenco, Walter Salles e Hugo Carvana.
“Este ano também a gente percebe a importância e o crescimento do evento, que está reverberando por todo o Brasil ano após ano”, constata a curadora-geral do festival, Kaya Rodrigues. “Estamos trazendo uma mostra competitiva ainda mais forte e plural, construindo pontes entre todas as regiões do país e projetando grandes filmes feitos por cineastas negros, que vão concorrer ao nosso Prêmio Odilon Lopez”, complementa. A estatueta do Cinema Negro em Ação homenageia o pioneiro gaúcho do cinema negro, diretor de “Um é Pouco, Dois é Bom” (1970).
Diretor do longa documental “Kakawa” e produtor-executivo da série “O Enigma da Energia Escura” (Globo), Emerson Dindo será o ministrante do Sopapo LAB, a consultoria do festival para cineastas negros. Dindo é diretor da plataforma DiALAB, uma incubadora de projetos audiovisuais. Já o paulista Rico Dalasam, destaque do “queer rap”, será a atração musical de abertura desta edição. Cantor e compositor, Dalasam já lançou os álbuns “Orgunga” (2016), “Fim das Tentativas” (2022) e “Escuro Brilhante, Último Dia no Orfanato Tia Guga” (2023).
O 6º Festival Cinema Negro em Ação tem apoio institucional da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan), Cine Bancários, Paradiso Multiplica, Sindicato da Indústria Audiovisual do Rio Grande do Sul (SIAV RS) e outros.

LISTA COMPLETA DOS FILMES SELECIONADOS DO 6º FESTIVAL CINEMA NEGRO EM AÇÃO
Mostra Competitiva – Longas-metragens
Diaspóricas 2 (2025), de Ana Clara Gomes (GO)
Esquecendo Flora (2024), de Beto Oliveira (SP)
Quem é Essa Mulher? (2025), de Mariana Jaspe (BA)
Mostra Competitiva – Curtas-metragens
À Flor da Pele (2025), de Danielle Villanova (RJ)
Aconteceu à Luz da Lua (2025), de Crystom Afronário (RS)
Da Sua, Maria (2025), de Magna Domingues (RJ)
Dia de Preto (2025), de Beto Oliveira (SP)
Mãe (2025), de Jöão Monteiro (RS)
Nevrose (2025), de Ana do Carmo (BA)
Quando as Ondas do Mar Desligam (2025), de Assaggi Piá e Yasoda Nanda (BA)
Vermelho, Preto e Branco é Tradição (2025), de Wagner Abreu (RS)
Mostra Competitiva – Videoclipes
B.O.S à Parte (2025), de Guilherme Fernandes dos Santos (RS)
Borborema (2025), de Emília Aidar e Luanda (BA)
Campo Minado (2025), de Lisiane Cohen e Carmem Fernandes (RS)
Herança (2025), de Micah Aguiar e Jonas Sakamoto (MA)
Movido a Água (2025), de Ana Clara Gomes (GO)
Semente (2025), de Madlene Delfino (AL)
Mostra Competitiva – Videoartes
Ao Mar… Devolvo o Sal das Nossas Lágrimas (2025), de Giuliano Lucas (RJ)
c0rp0 de bytes: o encontro (2025), de Luques Oliveira (PR)
Coisa de Preto (2025), de Juci W e Tarik (SC)
Exibições especiais
7 Cortes de Cabelo do Congo (2022), de Luciana Bezerra
Dois Batuqueiros (2024), de Claudinho Pereira e Carlos Caramez
Kasa Branca (2024), de Luciano Vidigal
Malês (2024), de Antônio Pitanga


