Mostra Sessões Especiais Mais uma Edicao

Tudo Sobre a Mostra Sessões Especiais: Mais Uma Edição

Tudo Sobre a Mostra Sessões Especiais: Mais Uma Edição

O início do mês de dezembro traz doze filmes, um por dia, durante 24 horas, em plataforma única e exclusiva no Vertentes do Cinema

Por Clarissa Kuschnir

E chegamos ao último mês do ano. E com ele as festas natalinas, os encontros familiares, muita correria, um trânsito de lascar nas grandes cidades, e uma esperança de que o próximo ano seja de muitas realizações (sim, é clichê!)  e, logicamente, de muitos curtas-metragens por aqui no Vertentes. Para quem acompanhou, a Mostra Um Curta Por Dia voltará o ano que vem (inteiro) com a reprise dos filmes (faremos uma matéria mais para frente, falando tudo sobre a mostra). 

Mas enquanto a Mostra um Curta Por Dia não chega, encerraremos dezembro trazendo 31 títulos inéditos na nossa plataforma. A primeira leva de filmes é a nossa já conhecida Mostra Sessões Especiais do Vertentes, só que, desta vez, em Mais Uma Edição (sim, adoramos subtítulos). São doze títulos escolhidos por mim, Clarissa Kuschnir, e por nosso editor Fabrício Duque. E como vocês já sabem, os filmes ficam durante 24 horas no ar (sempre das 9h da manhã, até às 9h da manhã do dia seguinte), tudo isso de graça, sem necessidade de cadastro.  

E para começar abrimos com “Não Desliga Nunca”, um curta experimental do gênero fantástico de direção coletiva, produzido durante a oficina “Criando Filmes” realizada no CineSanta, Rio de Janeiro. E esse filme que foi exibido com 10 minutos, na Mostra Cavi Borges, e aqui terá uma versão estendida, em nossa plataforma, de 13 minutos.

Da cineasta Clara Linhart, teremos “Os Sapos”, filme adaptado da peça homônima de Renata Mizrahi e que agora ganhou uma versão do longa, que em breve será lançado no circuito comercial. A história é sobre a personagem Paula que é convidada para um encontro com casal de amigos durante 24 horas, em uma casa de campo.  E lá, tudo pode acontecer.

Seguindo com a mulheres na direção temos “Umidade”, de Duda Gorter, com Patricia Niedermeier “nadando em mar aberto” (o que não se faz pela arte, não é mesmo?; “Fiar do Vento”, de Mari Moraga, que já esteve aqui em outras mostras e que levou prêmio de Melhor Fotografia no 51º Festival de Cinema de Gramado e “Manifesto de Uma Cineasta”, da nossa já conhecida e talentosa Patrícia Niedermeier. Ainda com o olhar feminino atrás das telas, temos Izabel Abreu em dupla direção com Vinicius Brum no curta experimental “Infinito”.

Com a perda recente do documentarista paraibano Vladimir Carvalho aos 89 anos (umas das pessoas mais generosas que conheci desse meio – que ganhou hoje homenagem no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro – e que por decreto teve seu nome na sala do Cine Brasília), nós aqui também faremos uma homenagem a esse cineasta com o curta “Material Bruto: A Memória de Vladimir Carvalho”. O minidocumentário que foi feio para a TV revive o legado do cineasta e professor, contando um pouco de sua extensa carreira, de mais de 60 anos, dedicados ao cinema.  Cavi Borges, Túlio Ulhôa e a cineasta Duda Las Casas assinam a direção deste importante documento para o nosso audiovisual.

Ainda da Paraíba (importante lembrar que dezembro é o mês do Fest Aruanda, em João Pessoa) exibiremos “A Linguagem do Cinema, de Linduarte Noronha” (considerado por Glauber Rocha, “o pai do Cinema Novo”). Este é outro curta de TV produzido pela RioFilme e dirigido por Geraldo Sarno (outro importante cineasta brasileiro nascido na Bahia, que faleceu em 2022). Lembrando que foi com o filme “Aruanda”, lançado em 1960, a sua consagração como o percursor do Cinema Novo.

Dentro da nossa programação, temos o veterano Neville D’Almeida com “Luz – Lux – Lúcia”, retratando a mãe de Glauber Rocha. No curta, com Helena Ignez e Ava Rocha.

“Todos Esses Dias que Sou Estrangeiro”, de Eduardo Morotó, entra na nossa lista contando a história de dois irmãos nordestinos que trabalham como garçons na Baixada Fluminense. Ambos têm que enfrentar as dificuldades e a falsa ideia de uma vida melhor, das grandes cidades.  

E para encerrar, temos dois ótimos documentários que são:Aquela Rua Tão Triumpho”, de Gabriel Carneiro, que retrata Ido Oliveira, cineasta da Boca do Lixo que reencontra alguns colegas da profissão e relembra memórias dos áureos tempos da profissão; e“Resistência”, de Juraci Júnior, que apresenta o retrato cruel do que foi para o trabalhadores da Era da Borracha no final do século XIX durante a construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, na Floresta Amazônica.

Então, enquanto preparamos a nossa próxima mostra (sem spoilers LC), ficamos com mais uma programação diversa e com muitas histórias plurais em um universo tão rico e cinematográfico, que os curtas continuam a nos proporcionar.  

PROGRAMAÇÃO COMPLETA DA MOSTRA SESSÕES ESPECIAIS DO VERTENTES MAIS UMA EDIÇÃO 

Infinito

DIA 01/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

NÃO DESLIGA NUNCA

(Não Desliga Nunca, 2024, Brasil, 13 minutos, Experimental, terror, de Direção Coletiva). Um cinema, um cofre, um filme. Filme produzido durante os alunos da Oficina “Criando Filmes”que aconteceu no CineSanta no Rio de Janeiro. O curta de 10 minutos foi exibido em sessão especial na Mostra Cavi Borges. Esta é a versão estendida e exclusiva com 13 minutos.

DIA 02/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

OS SAPOS

(Os Sapos, 2011, Brasil, 16 minutos, Ficção, de Clara Linhart). Com Gisela de Castro, Otto Jr., Paula Sandroni. Adaptação da peça homônima de Renata Mizrahi. A história se passa ao longo de 24 horas em que três personagens se reúnem numa rústica casa de campo. Todos são de uma mesma geração (na faixa dos 35 anos), mas o grau de intimidade entre eles varia. Marcelo, Luciana e Paula são pessoas comuns, com todas as questões normais do mundo contemporâneo. O isolamento do local e a intimidade forçada por essa circunstância é que farão o turbilhão de emoções e ressentimentos virem à tona.

DIA 03/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

UMIDADE

(Umidade, 2023, Brasil, 25 minutos, Ficção, de Duda Gorter). Com Patricia Niedermeier, José Karini, Ana Barroso, Maria Adélia. Brasil: numa cidade cinzenta num futuro próximo, seitas religiosas e ratos vivem à espreita. Chove sem parar.

DIA 04/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

INFINITO

(Infinito, 2012, Brasil, 9 minutos, Ficção, Experimental, de Vinicius Brum e Izabel Abreu). Com Alejandro Claveaux, Bellatrix Serra. Classificação indicativa: 18 anos. O hálito da tua pele fala por você enquanto repousa. O cheiro é ensurdecedor. Sua fragrância, uma composição venenosa tem o poder de despedaçar frágeis corações arrebatados. Qual flor não teria inveja de você?

DIA 05/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

RESISTÊNCIA

(Resistência, 2024, Brasil, 9 minutos, Documentário, de Juraci Junior). Conhecida como “Ferrovia do Diabo”, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré começou a ser construída na Amazônia, no final do século XIX, e até hoje expõe cicatrizes por onde passou…

DIA 06/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

AQUELA RUA MUITO TRIUMPHO

(Aquela Rua Tão Triumpho, 2016, Brasil, 16 minutos, Documentário, de Gabriel Carneiro). A Rua do Triunfo, referida no título, é uma das vias que estão na Boca do Lixo. O curta acompanha Ido enquanto ele caminha por ela e encontra conhecidos em uma padaria, em um bar. Memórias de vida e de um tempo de trabalho artístico efervescente são sugeridas por frases de conversa e de uma entrevista do autor, trazendo, mais do que informação, o sentimento de uma época que passou e que ficou. Com um toque de surrealismo – os personagens da Boca vêm ao encontro de Ido – Aquele Rua Tão Triumpho conta sua história delicadamente.

DIA 07/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

 LUZ – LUX – LÚCIA

(Luz – Lux – Lúcia, 2005, Brasil, 23 minutos, Documentário, de Neville D’Almeida). Com Helena Ignez, Ava Rocha. Um curta-metragem sobre a mãe de Glauber Rocha.

DIA 08/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

MATERIAL BRUTO: A MEMÓRIA DE VLADIMIR CARVALHO

(A Memória de Vladimir Carvalho, 2022, Brasil, 24 minutos, Documentário para TV, de Cavi Borges, Marco Túlio Ulhôa e Duda Las Casas). Uma memória do cinema brasileiro narrada por aqueles que ajudaram a escrevê-la. Em cada programa, uma personalidade contextualiza sua obra, além de revelar influências e recordar momentos importantes da carreira. Vladimir Carvalho, documentarista proveniente do movimento do Cinema Novo, tem suas fontes de inspiração nos problemas do Brasil. Sua obra “O País de São Saruê”, de 1971, foi uma das obras censuradas na ditadura.

DIA 09/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

TODOS ESSES DIAS QUE SOU ESTRANGEIRO

(Todos Esses Dias Que Sou Estrangeiro, 2013, Brasil, 21 minutos, Ficção, de Eduardo Morotó). Legendas em inglês. Com Mariana Nunes, Pedro Gracindo, Miguel Arraes, Pedro Azevedo. Antônio está fora do seu lugar. Dois irmãos nordestinos vivem e trabalham como garçons na Baixada Fluminense. A dupla tenta se equilibrar em um submundo permeado por dificuldades financeiras, o baixo meretrício e a violência urbana. Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro – Melhor Curta-Metragem de Ficção.

DIA 10/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

A LINGUAGEM DO CINEMA

(A Linguagem do Cinema – Linduarte Noronha, 2014, Brasil, 25 minutos, Documentário para TV, de produção Riofilme, de Geraldo Sarno). Entrevistas com cineastas brasileiros, que refletem sobre seus processos de criação. A série atualiza e preserva o pensamento cinematográfico brasileiro, bem como aponta para novas possibilidades criadoras. A linguagem do cinema – coletânea de vídeos que documentam os processos de criação de 10 cineastas brasileiros – é uma realização da Riofilme e do cineasta Geraldo Sarno. Dedicado às questões das formas de expressão cinematográfica esta coletânea dá início a uma série que será uma introdução à linguagem cinematográfica. Está dirigida ao público em geral que, no seu cotidiano, lida de maneira crescente com a linguagem audiovisual, e também a estudantes e professores universitários, principalmente os dos cursos de cinema e comunicação.

DIA 11/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

FIAR O VENTO

(Fiar o Vento, 2023, Brasil, 6 minutos, Documentário, de Mari Moraga). O curta surgiu como filme de inscrição para o mestrado Docnomads de Mari Moraga. Foi feito baseado em uma pesquisa sobre as artesanias ancestrais, mostrando um pouco a história de Rosane, que tem uma relação muito bonita com o lugar que vive, com suas memórias, e reproduz isso através de seu trabalho artesanal e sustentável com lã de ovelha.  O curta se passa em Lagoa dos Patos no interior do Rio Grande do Sul. Melhor fotografia na 20° mostra de curtas gaúchas, no 51° Festival de Cinema de Gramado.

DIA 12/12 – Início 09:00 – Assista por AQUI

MANIFESTO DE UMA CINEASTA 3

(Manifesto de Uma Cineasta 3, 2024, Brasil, 3 minutos, Experimental, de Patricia Niedermeier). Videoarte sobre uma carta-manifesto à cineasta Maya Deren com performance de Patricia Niedermeier.

Pix Vertentes do Cinema

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