Semana de Cinema 2018: Cobertura Crítica


A Semana de Cinema, antiga Semana dos Realizadores chega a sua décima edição


Voltada para a exibição e discussão da produção brasileira contemporânea de curta, média e longa metragem, a Semana de Cinema completa 10 anos de trajetória com circuito ampliado e novidades na curadoria. Um dos principais festivais de cinema do país será realizado, de 21 a 28 de novembro, em seis municípios: Rio de Janeiro (em novo espaço, o Estação Net Botafogo, além dos Sesc Tijuca e Madureira, da Faculdade de Letras da UFRJ, no Cineclube “Cinema é poder”, do Complexo da Maré, no Cineclube NA Favela e do Morro da Providência, no Favela Cineclube); Niterói (no Cine Arte UFF), Nova Iguaçu, São Gonçalo e São João de Meriti (nas unidades do Sesc) e Duque de Caxias, no Cineclube Mate com Angu. O festival reúne este ano 56 produções de 10 estados brasileiros, que serão exibidas na mostra oficial e em sessões especiais. A abertura será dia 21, com os filmes ‘Plano controle’, de Juliana Antunes, e ‘Sol Alegria’, de Mariah e Tavinho Teixeira, no Estação NET Botafogo 1, às 21h, e em Niteroi, no CineArteUFF, dia 23, às 18h30. O evento é produzido pela Jurubeba Produções e tem patrocínio da Secretaria de Cultura de Niterói / FAN e apoio do SESC-RJ.

Diferentemente dos anos anteriores, a Semana não contará nesta edição com uma mostra competitiva. A seleção oficial foi ampliada e reúne 32 filmes (lista completa abaixo), selecionados pela equipe do festival e por curadores convidados, que tiveram encontros periódicos, ao longo de três meses, para ver, rever, discutir e propor a programação atual. “A programação da Semana, mais uma vez, aposta em filmes que se destacam no processo de seleção, por aquilo que têm de particular, pelos riscos que correm, pelas investigações de linguagem, pela experimentação. O conjunto final é muito diverso, mas tem em comum a pulsão do cinema, da criação sem amarras, em sintonia com o seu tempo”, explica Daniel Queiroz, um dos curadores, e exemplifica: “Temos filmes relacionados a questões políticas da história recente do Brasil (inclusive um documentário filmado durante a greve dos caminhoneiros); obras que trazem questões raciais e de gênero, que tratam da luta por moradia, de ocupação das cidades, dentre outros. Os temas são diversos, mas nos interessa muito, para além dos temas em si, a forma com que os filmes lidam com eles, a construção realizada, o uso inteligente da linguagem cinematográfica, propiciando obras que se destacam no cenário brasileiro contemporâneo”.

Uma das propostas da Semana é diminuir cada vez mais o ar de disputa entre as obras e privilegiar as experiências coletivas propiciadas por cada sessão. Ao mesmo tempo, o festival manterá um júri de estudantes e júris parceiros com a proposta de que acompanhem a programação e indiquem destaques, dando continuidade a contribuição com a carreira de filmes que podem se beneficiar com as avaliações recebidas. A mostra também adotará este ano, pela primeira vez, um júri popular, que votará em seus filmes preferidos nas sessões realizadas no Estação Net Botafogo e no Cine Arte UFF.

A 10ª Semana apresentará ainda outras três mostras: a Retrospectiva André Novais Oliveira, com cinco filmes do premiado diretor de Contagem (MG)cabíria, incluindo seu novo trabalho, Temporada (melhor filme no último Festival de Brasília); a mostra ‘Como mito desmontado, amanhã recomeço’, na qual a curadora e pesquisadora Patrícia Mourão apresenta, pela terceira vez no festival, uma sessão que busca trabalhar com o deslocamento de obras das salas de galerias e museus para a tela do cinema; e a Circuito Sesc – Semana de Cinema, com a exibição de 10 filmes cariocas.

O encerramento da 10º Semana será realizado no dia 28 de novembro, no Estação Net Botafogo, às 21h, com a exibição do curta El Meraya, de Melissa Dullius e Gustavo Jahn; e do longa Sedução da carne, de Julio Bressane. Parque Oeste, de Fabiano Assis, e NoirBlue, de Ana Pi, encerra a programação de Niterói no mesmo dia as 18h30.

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