Cobertura Vertentes do Cinema
Saiba o que aconteceu na Abertura Oficial da 16ª CineOP
Por Vitor Velloso
A cerimônia de abertura da 16ª CineOP (leia aqui nosso Tudo Sobre) foi marcada pelo reforço à necessidade de debater a memória, a preservação e a educação, tendo como encontro basilar a própria Mostra que se divide em diversas temáticas na tentativa de criar um diagnóstico totalizante, e crítico, do Brasil. Ou pelo menos criar provocações que possam ser compreendidas nesse cenário.
Durante a performance que marcou a abertura das atividades muito se falou sobre tempo, tendo em mente não apenas uma ligação direta com a preservação e com a memória, mas entendendo que tudo tem haver com a própria cidade que estaria sediando o evento. Para isso performances audiovisuais na voz de Mylena Jardim com as canções “Oração do Tempo” de Caetano Veloso e “Sobre o Tempo” de John Ulhoa, e “Tempo e artista” (de Chico Buarque) na voz de Sérgio Santos, traçaram essa relação da matéria com o próprio tempo. Suas mudanças e o passado que pode ser evocado. Não por acaso, muito se falou de ancestralidade e dessa reconstrução de uma memória na tradição e na cultura de Ouro Preto, de Chico Rei, que encontra nos “ofícios e fazeres” das pessoas, uma espécie de herança direta.
Algumas falas mais protocolares, como Angelo Oswaldo, Prefeito de Ouro Preto e Leônidas Oliveira, Secretário de Estado de Cultura e Turismo do Governo de Minas Gerais, também foram exibidas.
Em seguida, a homenagem ao ator Chico Diaz teve seu pontapé inicial, com a estrutura que já conhecemos, um vídeo-síntese desse projeto de homenageá-lo e uma roda de conversas com as perguntas abertas ao público. Contudo, a boa surpresa foi a breve participação de Rosemberg Cariry, que conseguiu arrancar algumas singelas lágrimas do homenageado. Com mediação de Simone Zuccolotto, a conversa entre Francis Vogner dos Reis – curador – e Chico Diaz se deu como um panorama por quatro décadas de sua carreira, tratando não apenas de seus marcos iniciais como “O Sonho não acabou” de Sérgio Rezende, à obras seminais da Retomada como “Corisco & Dadá” e filmes mais contemporâneos como “Amarelo Manga” de Cláudio Assis ou “O Ano da Morte de Ricardo Reis” de João Botelho.
Um comentário feito por Francis chamou a atenção, “é um ator que não se sobrepõe à obra, ele está sempre em sintonia com a mesma”. Algo que Chico apesar de concordar em agradecimento, discorda por estar sempre alinhado ao pensamento do diretor ou diretora com quem trabalha. O ator ainda realça a grande diferença na personalidade entre alguns dos cineastas citados e conta como essa transição do celuloide ou digital trouxe um novo desafio não apenas para sua metodologia mas para a prática direta do ator na produção em si. O filme de abertura dirigido por João Botelho, “O Ano da Morte de Ricardo Reis” marca o início da programação da 16ª CineOP, que possui debates, aulas mestras, 118 filmes que constam na programação e uma série de diálogos com o presente nacional a partir das temáticas selecionadas como de costume.
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