Curta Paranagua 2024

Crítica: Os Vingadores


Ficha Técnica

Direção: Joss Whedon
Roteiro: Joss Whedon
Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Samuel L. Jackson, Jeremy Renner, Stellan Skarsgård, Cobie Smulders, Gwyneth Paltrow, Tom Hiddleston
Fotografia: Seamus McGarvey
Trilha Sonora: Alan Silvestri
Produção: Kevin Feige
Distribuidora: Disney
Estúdio: Marvel Enterprises / Marvel Studios
Classificação: 12 anos
Duração: 136 minutos
País: EUA
Ano: 2012

 

Prêambulo Explicativo

Preciso confessar uma coisa a vocês. Demorei tempo demais para escrever a opinião sobre “Os Vingadores”. Mas, se me permitem, explicarei os argumentos, que se apresentam válidos e verdadeiros. Quando o filme estreou no Brasil, antes dos Estados Unidos, quem vos escreve estas linhas estava em processo de viagem à Nova Iorque, tentando lá unir férias e absorver ao máximo as novidades da Big Apple. Saí daqui com a ideia na cabeça de produzir matérias no estado americano em tempo real, dividindo com os leitores as experiências e tendências da sétima arte. Ledo engano.
O tempo lá fora serviu como a sigla que costumo dizer PPP (pausa para produzir). Não foi interessante aos que me leem e nem com o site, mas era preciso. É sábio o ditado popular quando versa que “não se dá para abraçar o mundo com as pernas”. Pois é, mas uma coisa vocês podem ter certeza, o período foi produtivo. Muitas novidades ainda virão a este espaço. Voltando da primeira digressão explicativa, continuo a “desculpa” argumentativa em relação ao filme em questão. Assisti “Os Vingadores”, no Brasil, e na estreia em Nova Iorque, no cinema Empire 25, localizado na Times Square (em anexo aqui a foto do ingresso e do tamanho da sala de cinema). Aqui, a exibição à imprensa aconteceu no UCI, Barra da Tijuca, na sala IMAX.
Lá, eles possuem a tecnologia ETX (não há nada parecido ainda), que inclui uma tela maior, vinte por cento se comparada com as outras – vai do chão ao teto, mergulhando os espectadores na imagem, tecnologia 3D, projeção digital (compostas de dois milhões de pixels, que oferece uma resolução maior do HD) e um sistema de som atualizado com 12 canais de áudio alimentada por 50.000 watts de potência. Trocando em miúdos, a cadeira vibra em cada movimento. É uma grande atualização do IMAX e três vezes o poder de auditórios típicos com seis canais de áudio. Preciso fornecer mais alguma informação? A experiência foi fantástica. Se não bastasse, a trama acontece em Nova Iorque, poucos metros do cinema. Imagine sair da sessão e “encontrar” o mesmo cenário, fantasiosamente destruído.
E ainda ser brindado com cenas exclusivas dos personagens comendo no “fast food” Subway, que se localiza próximo do “santuário” cinematográfico. Pois é, foi incrível e arrebatador. Então, como conclusão deste preâmbulo foi que, com tantas “necessidades” de se vivenciar intensamente as opções da cidade que nunca dorme, optei por realizar a análise de “Os Vingadores” aqui no Brasil. Mas quando cheguei, descobri que o mesmo quase estava saindo de cartaz. Portanto, escrevo agora impulsionado pelo lançamento em DVD.
A Crítica
Os Superpoderes de Um Sensível e Talentoso Diretor
 
Ao escrever sobre “Os Vingadores”, é necessário referenciar outros filmes do gênero de histórias em quadrinhos, porque, na verdade, o longa-metragem é a união de super-heróis (Capitão América, Thor, Hulk, Viúva Negra, Homem de Ferro, Gavião Arqueiro). “The Avengers” (no original) pode ser entendido como uma resposta da Marvel para a “Liga da Justiça”, editada pela DC Comics (editora de “Superman” e “Batman”). O projeto foi anunciado em abril de 2005 e faz parte do chamado “Marvel Cinematic Universe” (Universo Cinematográfico da Marvel), num compartilhamento de personagens de filmes independentes produzidos pelo Marvel Studios, cruzando diversos super-heróis da editora, como “Homem de Ferro” (2008), “O Incrível Hulk” (2008), “Homem de Ferro 2“ (2010), “Thor” (2011) e “Capitão América: O Primeiro Vingador” (2011).
Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johanson) e Nick Fury (Samuel L. Jackson) são alguns dos heróis da Marvel que se reúnem na agência de espionagem internacional S.H.I.E.L.D. para defender o planeta e a humanidade de ameaças intergalácticas do “irmão” zangado de Thor.
 
É um filme que respeita as características apresentadas até agora, que são ò diálogo perspicaz (às vezes tendendo ao humor americano, muito pelo Homem de Ferro), ação, perseguições, suspense (das consequências) e aprofundamento interpretativo (instante que se personificam emoções). Se obtermos a informação de que o diretor novaiorquino Joss Whedon é o mesmo roteirista (“Oscarizado”) de “Toy Story” – e chamado para consertar roteiros, como por exemplo, “Velocidade Máxima”, entenderemos completamente a sua forma cinematográfica. Ele convive na corda bamba, no equilíbrio limítrofe entre o gênero comercial (que precisa do clichê como fio condutor, na maioria dos casos) e o lado Cult (que usa o existencialismo e a metáfora a fim de embasar suas obras). Por ser nerd assumido, e fã, desde pequeno, de super heróis, não havia ninguém mais preparado para assumir o desafio de juntar “egos” da fantasia buscada de cada um de nós. Só de olhar para Joss (rosto que transpassa profissionalismo, calma sistemática e que não gosta de cometer erros), o espectador já sente que o projeto “caiu” em boas mãos. A primeira publicação da história em quadrinhos “Avengers” foi em 1963, e de lá para cá, o mundo mudou, ficou mais politicamente correto, tentando fugir da figura da guerra. E ainda tem a perfeita trilha sonora de Alan Silvestri (de “Forrest Gump”), que complementa esplendorosamente a direção narrativa objetivada pelo diretor.
Os super-heróis da Marvel foram atingidos por alguma transformação, eles não nasceram assim (excetuando-se “Thor”). Foram afetados por metamorfose corporal, gerando poderes extras para que pudessem salvar o mundo dos vilões. O fato cria identificação com o ser humano comum, que também busca “ganhar” força a fim de sobreviver. Este é o grande “barato” das histórias em quadrinhos e de seus heróis, que lutam, inclusive, pela e com a ética de fazer o certo seguindo os próprios princípios. O que a Marvel mostra também é que não é fácil ser um deles. Há sofrimento, dor e humanização dos sentimentos. Os filmes servem de terapia cognitiva e em certos casos resolve mais do que Freud. A fantasia e a realidade fantástica indicam a possibilidade de se escolher outro “algo”. Somos postos à prova, como cúmplices narrativos e interagimos, participando, das escolhas, ou por julgamento e ou por pena. E talvez, o mais “terrível” das definições: por sermos humanos. Um filme obrigatório. Vale à pena assistir. Recomendo.
O Novo México foi escolhido como uma das principais locações devido ao incentivo de 25% de desconto nas taxas oferecido pelo governo local. O ator Jeremy Renner fez aulas de arco e flecha para interpretar seu personagem. Mark Ruffalo usou um traje de captura de movimento durante as filmagens, de forma que ele próprio interpretasse o Hulk. Nos filmes anteriores o personagem ou era criado digitalmente, como em Hulk (2003) e O Incrível Hulk (2008), ou duas pessoas interpretavam Brune Banner e seu alter-ego, como nos telefilmes estrelados por Bill Bixby e Lou Ferrigno. Os Vingadores será o primeiro filme da Marvel distribuído pela Walt Disney Pictures. O orçamento estimado é de US$ 150 milhões.
 
O Diretor
Joss Whedon (Nova Iorque, 23 de junho de 1964) é um roteirista, diretor, produtor de cinema e televisão. Criador de alguns dos maiores sucessos da TV, “Buffy, a Caça Vampiros”, “Angel” e “Firefly”. Ganhador do Oscar pelo roteiro de “Toy Story”. Conta com uma fiel legião de seguidores.
4 Nota do Crítico 5 1

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