O quarto dia do CineBH 2019
Por Vitor Velloso
Na sexta-feira que marca o início da reta final do CineBH a programação ganhou um vigor novo, o volume de obras exibidas aumentou. Assim, o dia iniciou com um debate com a temática: Festivais e Mercados Internacional de Documentário com os convidados, Davide Oberto, curador do Torino Film Festival e consultor do DocLisboa – Itália, Luis González Zaffaroni, diretor executivo DocMontevideo/DocSP – Uruguai/Brasil, María Campana Ramia, programadora do IDFA – Equador/Brasil, com mediação de Gudula Meinzolt, produtora da Autentika Films, diretora da Indústria – Visions du Reel, colaboradra do Brasil CineMundi – Suíça.
A roda de conversa girou em torno das políticas de curadoria de cada um dos festivais e como criar novos horizontes para angariar público. Davide comenta sobre o processo laboratorial que está presente na programação do TFFdoc, que envolve projetos que estão em desenvolvimento, finalização, contemplando até projetos experimentais no campo do documentário. Além disso, argumenta que parte de sua paixão pela forma documental vem dessa necessidade de reinvenção constante do filme, pois neste campo há mais possibilidades de ampliação dos horizontes formais da estrutura narrativa.
Uma questão interessante do debate foi a constância que o assunto político surgiu, a questão das minorias sociais foi uma vertente abordada com determinado rigor na conversa, não à toa, María admite que há uma preocupação de equalizar o número de mulheres e homens durante a curadoria, pois a discrepância na produção é comum ser de larga vantagem para homens, desta maneira, realizar uma política enfática do equilíbrio desses números, torna-se necessário. Davide, por exemplo, confessa que iniciou sua trajetória como curador em um festival de temática LGBTQI, portanto, pensar tais questões é intrínseco a seu processo.
Em seguida um debate sobre o mercado audiovisual na Espanha, se iniciou. Com foco em Málaga e a experiência do MAFIZ. A intenção era debater acerca das iniciativas que promovem o desenvolvimento audiovisual na América Latina e a criação de leis para o mercado de cinema e fundos de auxílio regional. Com a convidada internacional Annabelle Aramburu – Coordenadora Mafiz, Festival de Málaga – Espanha, com mediação de Paulo de Carvalho – produtor Autentika Films, colaborador Brasil CineMundi – Alemanha/Brasil.
Às 14h30 a Mostra Diálogos Históricos retornou com “Inquietações de uma mulher casada” de Alberto Salvá, seguido de debate com o conservador chefe da Cinemateca do MAM, Hernani Heffner e mediação de Marcelo Miranda, curador da Mostra CineBH. Haverá um texto sobre esta sessão.
No fim da tarde, a sessão mais polêmica do festival contou com a projeção de “Os príncipes” de Luiz Rosemberg Filho, falecido início deste ano. Haverá um texto sobre esta sessão também.
No início da noite, “Noite Amarela” de Ramon Porto Mota, lotou o Cine Humberto Mauro e encantou parte do público com o projeto. A crítica do filme está sendo escrita.
E para fechar o dia, a exibição do curta português, “O mar enrola na areia” de Catarina Mourão e do longa “Por el Dinero” de Alejo Moguillansky, última produção da El Pampero Cine, a homenageada da Mostra no ano passado. Também terá crítica.
O CineBH segue com tudo, entrando no fim de semana e já deixando saudade na cidade. Mas até domingo a cobertura do Vertentes segue a todo vapor, continue acompanhando!