Curta Paranagua 2024

Napo

A memória em desenhos

Por Vitor Velloso

Durante o CineOP 2021

Napo

“Napo” de Gustavo Ribeiro é exibido na 16ª CineOP | Rede Minas – Sessão Cinematógrafo Especial, prometendo um compartilhamento de memórias afetivas para parte do público. A obra se concentra na relação de um menino que não compreende a doença que seu avô possui, mas o convívio traz à tona uma série de sentimentos e memórias que vão sendo construídos a partir de desenhos em fotografias. 

É um curta que não aposta no diálogo para contar sua narrativa, investindo apenas nessa representação imagética de maneira mais direta. Os atos, gestos e sorrisos são mais importantes do que qualquer fala poderia traçar. A relação não é unilateral, por isso alguns momentos procuram essa beleza do afeto e do carinho mútuo, transmitido em quadros breves. O problema é que as coisas parecem ter pouco peso para além da cena isolada, não há uma base dramática sólida para que essa silhueta possa ser desenvolvida. Assim, é difícil engrenar em uma narrativa que não cria grandes aberturas para o espectador sentir-se parte daquilo, ainda que o foco seja o afeto. “Napo” faz uma aposta do interesse do espectador em tentar construir essa memória junto de seus personagens, mas não aduba terreno para que essa construção possa vir a fazer sentido ao público. É uma obra que depende diretamente de alguma ligação catártica para conseguir funcionar. 

Não é de todo falho, ainda que seja particularmente frágil. A falta de diálogos, consegue até dar um dinamismo visual, só que não sustenta quinze minutos de ciclos se repetindo na sustentação da fé no espectador. Mas essa reverência à memória pode ser uma porta de entrada para um engajamento de uma parcela de quem vai experienciar a animação. Parte da sinopse é uma síntese basilar do que o filme quer propor: “Desenhos que moldam sua relação em uma história de lembrança e construção de memória.”

2 Nota do Crítico 5 1

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