A Premiação do Vertentes do Cinema
Por Francisco Carbone
Que experiência incrível. Reza a lenda que toda primeira vez em qualquer experiência é inesquecível. O Vertentes já conhecia a Mostra de Tiradentes, mas eu não. Saio querendo voltar logo… do lugar das pessoas mais educadas e solicitas, de um festival de cinema que nos trata da forma mais carinhosa, da beleza das noites estreladas, e da receptividade de cada trabalhador que nos recebe para o evento. Um lugar que, aos 20 anos, eu conheço no auge do profissionalismo e que com certeza só tende a melhorar, e crescer ainda mais e se tornar um lugar obrigatório. Pra mim, há algum tempo já, enquanto importância no cenário audiovisual brasileiro; agora só se tornou obrigatório pra mim.
O Vertentes me incumbiu de premiar o melhor longa e o melhor curta da competição, e eu ainda pedi uma menção honrosa; ganhei. Pois bem, vamos a eles:
Troféu Vertentes do Cinema: Melhor Longa da Mostra Aurora
Pela visão sem comiseração aos desvalidos, pela mise-en-scene que capta os detalhes do olhar de uma figura ímpar, pelo arco dramático mais rico da Mostra, pela união dos talentos de Rômulo Braga e Rui Resende:
“EU NÃO SOU DAQUI”, de Luiz Felipe Fernandes e Alexandre Baxter
Troféu Vertentes do Cinema: Melhor Curta Metragem
Pela linguagem urgente e atual sobre uma parcela cada vez mais crescente da sociedade, pelo trabalho de montagem no limiar da perfeição, que dá ritmo e cria uma das atmosferas mais absorventes vistos recentemente, pelo magistral trabalho de direção:
“VANDO VULGO VEDITA”, de Andréia Pires e Leonardo Mouramateus
Troféu Vertentes do Cinema: Menção Honrosa
Pelo amadurecimento de um jovem cineasta, pela proposta poética de criar um projeto livre de amarras e narrativa formal, pela simbiose entre um potente Jean-Claude Bernardet e uma inesquecível Helena Ignez:
“ANTES DO FIM (WORK IN PROGRESS)”, de Cristiano Burlan
Sobre o Troféu Vertentes do Cinema
O Troféu Vertentes do Cinema escolhe dois prêmios oficiais, possibilitando ainda vertenteiras Menções Honrosas. O artista plástico carioca Raphael Cavalcanti, que só trabalha com material reciclado de todos os tipos (cabos de telefone, tampa do chocolate alpino, carretel de fios de cobre), e sempre diz que “nenhuma obra dele é igual, porque é arte, e arte não é igual, se for vira industrial”, criou o modelo único do nosso Troféu simbólico (ainda não oneroso).