Direção: Jonathan Liebesman
Roteiro: Christopher Bertolini
Elenco: Michelle Rodriguez, Bridget Moynahan, Aaron Eckhart, Jim Parrack, Lucas Till, Michael Peña, Joey King, Susie Abromeit, Ramon Rodriguez, Taylor Handley, Ne-Yo, Cory Hardrict,Nick Jones
Fotografia: Lukas Ettlin
Música: Brian Tyler
Direção de arte: Andrew Neskoromny e Chris L. Spellman
Figurino: Sanja Milkovic Hays
Edição: Christian Wagner
Produção: Jeffrey Chernov, Neal H. Moritz
Distribuidora: Sony Pictures
Estúdio: Columbia Pictures
Duração: 113 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2011
COTAÇÃO: RUIM
A rede UCI traz aos seus espectadores a tecnologia Sony, sendo possível assistir ao filme com quatro vezes mais qualidade do que a imagem exibida hoje nos cinemas nacionais. Atualmente, os cinemas do país trabalham com a exibição em 2K. Comparativamente, a tecnologia FULL HD entrega 1.920 linhas horizontais por 1.080 verticais, enquanto a tecnologia 4K chega a 4.096 linhas horizontais por 2.160 verticais, o que significa mais de oito milhões de pixels por imagem. Com a nova técnica, a expectativa é deixar ainda mais interessante a experiência nos cinemas. A novidade foi possível graças a um acordo entre UCI e Sony Electronics. Agora, 15 dos 16 cinemas da rede no país contam com salas Sony 4K. “Buscamos a cada dia inovar e levar aos nossos clientes o que há de mais moderno e inovador no cinema, para transformar nossas salas em destinos de entretenimento. As novas tecnologias permitem experiências totalmente diferentes, fazendo com que nossos espectadores tenham ainda mais vontade de ir ao cinema”, destaca Monica Portella, diretora de Marketing UCI Brasil.
“A Invasão do Mundo: A batalha de Los Angeles” impressiona com o realismo nítido do que se vê, criando a impossibilidade da percepção dos pixels (quadradinhos que são juntados a fim de formar a imagem). O cinema é constantemente reinventado. E a tecnologia caminha paralela ao descobrimento de novas possibilidades de se contar uma história. O filme foi inspirado em fatos reais ocorridos durante a 2ª Guerra Mundial, conhecidos como Batalha de Los Angeles. Na madrugada de 24 para 25 de fevereiro de 1942, aeronaves não identificadas sobrevoaram o espaço aéreo de Los Angeles e o governo, achando que se tratavam dos japoneses, ordenou um blecaute na cidade e o disparo de cerca de 1.500 projéteis anti-aéreos em direção ao céu. Após o evento, sem nenhuma prova de que existiu tal ataque por parte dos inimigos, o incidente foi classificado como “alarme falso”. Um balão meteorológico chegou a ser cogitado como provocador do fato, fruto de uma verdadeira “guerra de nervos”. Já no longa em questão, a sinopse apresentada acontece em 12 de agosto de 2011, com misteriosos objetos que começam a cair sobre os oceanos da Terra, próximos às grandes cidades. Aos poucos, o que se pensava que fossem meteoritos começam a se revelar como naves alienígenas que iniciam uma guerra e vão tomando o mundo, país a país. Uma das últimas resistências da humanidade se ergue em Los Angeles, onde uma equipe do exército fará sua tentativa derradeira de derrotar os invasores.
É um gênero blockbuster de filme catástrofe. Por incrível que pareça, os realizadores utilizaram a nova tecnologia contra eles quando optaram por utilizar a camera constantemente agitada e um argumento extremamente clichê e melodramático que resultou em um roteiro cansativo e tedioso. Assistindo ao filme não consegui parar de referenciar “Distrito 9”, um filme também sobre alienígenas, porém abordado de forma existencial, questionadora e amadora, este último propositalmente, tendo a produção de Peter Jackson, o mesmo da trilogia “O Senhor dos Anéis”, com orçamento de US$ 30 milhões, acontece na África do Sul, durante o período do apartheid. Este filme é extremamente bem elaborado discutindo questões contemporâneas de imigrantes por simbolismos e metáforas. “A invasão do mundo” custou US$ 100 milhões, devido provavelmente por casa da parte computacional, e não acrescenta nada de questionador. Apresenta-se como mais um projeto de moral americana maniqueísta, sendo os moradores da América os “mocinhos” – e heróis – e os extraterrestres, os “bandidos”. Há uma colcha de retalhos com todos os elementos clichês possíveis e imaginados. A musica de efeito, o soldado que salva o planeta, o sentimento de vitória exacerbado, as picardias óbvias e batidas. A cada instante tentam mostrar inovação com inúmeros desfoques, planos detalhes, mas provavelmente desconhecem que esses recursos já não são mais novidades, direcionando o espectador a acreditar que o que vê é o projeto da primeira aula de um curso de cinema. A trama é de fácil absorção. Com ações que tendem à diversão e à acefalia.
Não se precisa pensar em nada: nem na historia e muito menos na veia cinematográfica. Mais frases de efeito e melodramáticas pululam entre mais cameras que correm e balançam. É nacionalista ao extremo. Um filme para que o governo americano apresente aos seus jovens. Um ato à pátria. “Não faça promessas em batalhas” e “Recuar nunca” ganham força no contexto e querem por que querem atingir o sentimentalismo patriótico. “Eu preferia estar no Afeganistão”, diz-se fazendo graça com a burrice massificada de uma mídia afoita por catástrofes. A edição cansa, os truques para manipular o espectador a outro caminho também. Em uma cena, uma mulher diz “Tem um cadáver aqui, por favor tire para que as crianças não vejam”. Oi? É uma guerra. Milhares morrem e as crianças não podem ver? O sargento certa vez é comparado a John Wayne. É um filme esquecível, que causa curiosidade por causa da tecnologia 4k. Algumas perguntas ficaram em minha mente ao acabar o filme. “Se os aliens utilizam água para os seus transportes e também são feitos de água – e possuem tanta inteligência assim, por que não escolheram outra maneira? Por que escolher Los Angeles, se o Brasil possui muito mais – e provavelmente mais fácil?. Concluindo, se o espectador é curioso para conhecer a tecnologia, recomendo ir ao cinema. Porém esqueça a história e os inúmeros pormenores que fazem parte. É chato e patético.
Jonathan Liebesman, nasceu em 15 de setembro de 1976, é Sul-Africano, de Joanesburgo. Ele estudou cinema na AFDA, o Sul Africano School of Motion Picture e na NYU School of the Arts. Co-escreveu e dirigiu um curta-metragem “Genesis e Catástrofe”, adaptado de uma história de Roald Dahl. O filme foi exibido em vários festivais ao redor do mundo, e foi vencedor do melhor curta no Festival de Cinema de Austin, em 2000, tendo Liebesman ganho o “Prêmio Jovem Cineasta Hollywood” no Hollywood Film Festival em 2000. Com 26 anos, dirigiu seu primeiro longa-metragem “Darkness Falls” . Embora o filme tenha sofrido críticas, arrecadou mais de 32,5 milhões dólares nas bilheterias dos EUA, e mais 15 milhões dólares em todo o mundo. Foi indicado para Melhor Filme de Terror na Choice Awards Teen em 2003. O sucesso chamou a atenção de Michael Bay e sua produtora, a Platinum Dunes , que o contratou para dirigir “The Texas Chainsaw Massacre prequel”, estreando nos cinemas dos EUA em 6 de outubro de 2006, e provou outro sucesso de bilheteria para Liebesman. O filme de 16 milhões dólares americanos abriu em nº 2 na bilheteria dos EUA com US $ 18,5 milhões. A partir de 31 de dezembro de 2006, o filme rendeu cerca de 50.000 mil dólares em todo o mundo, incluindo mais de US $ 39,5 milhões em os EUA.