Direção: Tim Hill
Roteiro: Cinco Paul, Ken Daurio, Brian Lynch
Elenco: Vozes originais de: Kaley Cuoco, Russell Brand, James Marsden, Elizabeth Perkins, Chelsea Handler, Tiffany Espensen
Fotografia: Peter Lyons Collister
Musica: Christopher Lennertz
Direção de arte: Charles Daboub Jr.
Figurino: Charles Daboub Jr.
Edição: Peter S. Elliot e Gregory Perler
Efeitos especiais:Alan E. Lorimer
Produção: John Cohen, Christopher Meledandri
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil
Estúdio: Illumination Entertainment / Universal Pictures
Duração: 97 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2011
COTAÇÃO: BOM
Na Páscoa, os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação. Os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito a liberdade na Terra prometida. Os pagãos, a passagem do inverno para a primavera. A festa tradicional associa a imagem do coelho, um símbolo de fertilidade, e ovos pintados com cores brilhantes, representando a luz solar, dados como presentes. De fato, para entender o significado da Páscoa cristã atual, é necessário voltar a Idade Média e lembrar os antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther – em inglês, Easter que quer dizer Páscoa. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. “Hop, Rebelde sem Páscoa” foca a sua história nesses simbolismos. São dois protagonistas vivendo uma vida vazia e sem perspectiva. Em um determinado momento experimentam o início de uma nova forma de existência.
Júnior (voz original de Russell Brand) está preses a suceder seu pai e se tornar o Coelho da Páscoa. Mas o que ele quer mesmo é se tornar um baterista de sucesso. Júnior foge da Ilha de Páscoa, vai para o mundo dos humanos e é atropelado pelo atrapalhado Fred (James Mardsen), que é “mandado embora” de sua família por ser preguiçoso e acomodado. Enquanto tenta perseguir seu sonho, outros eventos acontecem na ilha e a Páscoa precisará ser salva. A trama passa a mensagem da “submissão familiar”. Os quereres não convencional dos filhos são vistos como hobbies (passatempos) e brincadeiras temporárias. A superproteção paterna (nas duas famílias) impõe regras difíceis de serem alcançadas. Assim, eles são impedidos de vivenciar tentativas dos desejos internos. Há aqueles que conseguem “fugir” deste “destino” como Junior. O coelhinho aventura-se, radicalmente, ao seu verdadeiro querer. Vence batalhas de cada vez. Fred e o animalzinho falante encontram um ao outro, ajudam-se e experimentam o crescimento, gerando a maturidade.
Eles precisam lutar contra o querer dos malvados, que se mascaram como pessoas atenciosas e amigáveis. A tarefa da libertação familiar é extremamente complicada, já que somos bombardeados e massificados com ideias prontas. O que fazer: seguir a receita básica ou incrementar novos ingredientes? A Páscoa fantasiosa significa a passagem a uma nova vida. O longa em questão, do diretor Tim Hill (de “Alvin e os esquilos” e “Garfield”) e dos mesmos criadores de “Meu Malvado Favorito”, mescla diversão, aventura e inteligência. Há respeito às crianças. As referências podem não ser totalmente absorvidas pelos pequenos, mas funcionam e muito com os grandinhos. O tom mágico e de fábula fornece tenacidade emocional sem apelar ao exagero clichê. Há as panteras (ou meninas super-poderosas), a mansão da Playboy, Hollywood, pintinhos que voam para que os ovos sejam entregues, entre outros exemplos de se fazer uma história voltada ao público infantil e também ao mundo adulto. Concluindo, um filme divertido, fofo, humanizado com diálogos de uma sagacidade sútil e que fogem do óbvio. Um bom filme. Recomendo. Apenas em cópias dubladas.
Tim Hill é um diretor e produtor norte-americano, conhecido por escrever os episódios do desenho “Bob Sponja” e por dirigir filmes como “Muppets from Space”.
Filmografia
1999 – Muppets do Espaço
2001 – Max Keeble’s Big Move
2004 – Bob Sponja Calça Quadrada o filme
2006 – Garfield
2007 – Alvin e os Esquilos
2011 – Hop