Homenagem ao ator Lázaro Ramos
Por Marcelo Velloso
O homenageado desse ano com o troféu Oscarito no Festival de Cinema de Gramado será o ator Lázaro Ramos. Ele receberá a homenagem nessa noite as 20h30 no Palácio dos Festivais. O ator com mais de 60 filmes na carreira, entre longas e curtas, já ganhou o Kikito de melhor ator pelo trabalho em “Cafundó” no ano de 2005.
Sobre ser homenageado com o Troféu Oscarito, Lázaro afirmou “O Festival de Gramado habita um outro lugar no meu emocional” e completou “No ano que eu ganhei em Cafundó eu não estava aí, essa será a primeira vez que eu vou subir nesse palco”, ressaltando a importância dessa noite.
Quando indagado sobre o que pesa na escolha de um trabalho, ele afirmou tentar não ser decifrado com tanta facilidade e por isso optar por diversos gêneros. Lázaro deixou claro que procura fazer trabalhos de gêneros diversificados. Depois ressaltou a importância do cinema na vida das pessoas e disse que se sentiu modificado após a experiência em “Tudo que Aprendemos Juntos”(2015), quando contracenou com diversos meninos que aprenderam a tocar violino para o filme. Ao mesmo tempo, Lázaro confessou que ao menos uma vez no mês tem que falar sobre “Madame Satã” (2002).
Lázaro disse que o seu grande plano sempre foi ser ator, mas revelou o que o fez ir para trás das câmeras. Ele contou que quando acabou de dirigir uma peça, enxergou o potencial da estória para virar um filme e daí começou a oferecê-la para profissionais do cinema, só que não recebeu nenhuma resposta positiva e quando viu já estava dirigindo. O primeiro filme dirigido por Lázaro Ramos, chamado “Medida Provisória” terá estreia no primeiro semestre do ano que vem e segundo ele demorou 6 meses para ficar pronto.
Lázaro demonstrou durante a entrevista ter a consciência de que é uma exceção e de que a maioria dos atores negros não tem a oportunidade e o espaço que ele tem, mas que enxerga nisso um estímulo e uma forma de incentivar outros atores negros a alcançarem esses espaços também.
Ele disse que nos seus primeiros trabalhos no cinema ele fazia como se estivesse fazendo uma peça, mas que sempre fez com muita gana, com muita intuição e que depois em que o prazo para rodar cinema diminuiu, ele conseguiu adaptar o seu tempo de preparo. O ator disse que sempre acreditou no trabalho dos colegas de cena e que passou por ótimos diretores.
Lázaro que começou no teatro contou que participar do filme “O Beijo no Asfalto” foi um desafio, revelou nunca ter encenado um texto do Nelson Rodrigues no teatro, embora já tivesse lido. Ele confessou que quando começou o processo de preparação teve que pegar o texto e estudar pra entender o que significava até as reticências que o autor utilizava.