Direção: Catherine Hardwicke
Roteiro: David Johnson
Elenco: Amanda Seyfried, Michael Hogan, Shiloh Fernandez, Max Irons, Gary Oldman, Michael Shanks, Lukas Haas, Billy Burke
Fotografia: Mandy Walker
Música: Brian Reitzell
Direção de arte: Don Macaulay
Figurino: Cindy Evans
Edição: Nancy Richardson e Julia Wong
Produção: Leonardo DiCaprio, Michael Ireland, Jennifer Davisson Killoran, Alex Mace,Julie Yorn
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Warner Bros.
Duração: 100 minutos
País: Estados Unidos / Reino Unido
Ano: 2011
COTAÇÃO: RUIM
“Pela estrada fora eu vou bem sozinha. Levar esses doces para a vovozinha. Ela mora longe e o caminho é deserto. E o lobo mau passeia aqui por perto. Mas à tardinha, ao sol poente, junto à mamãezinha dormirei contente”, a primeira estrofe refere-se à fábula da Chapeuzinho Vermelho, popularizada pelos irmãos Grimm, uma garota indefesa que se embrenha em uma floresta perigosa com o objetivo de levar doces para sua avó. Baseado nessa história e utilizando poucos elementos da original, o filme “A Garota da Capa Vermelha” direciona-se ao realismo existencial e fantástico. A narrativa lembra a de bookmovies (livros que dão os seus argumentos aos longa-metragens), talvez por ser dirigida pela mesma diretora Catherine Hardwicke (de “Crepúsculo”). Embasando com fatos o que acabei de dizer, foi lançado um livro com o mesmo título pela editora iD, mas ele foi escrito depois do filme e não revela o final da história, deixando o mistério para um capítulo extra lançado após a chegada do longa nos cinemas. Os elementos cênicos são parecidos entre os dois filmes.
A fotografia nostálgica – e lúdica, as elipses das ações cotidianas, a falta de aprofundamento nos diálogos. Produzido pelo ator Leonardo di Caprio, O filme foi inteiramente rodado no Canadá, em locações como British Columbia e Vancouver. O roteiro busca metáforas e simbolismos. O lobo representa o medo – e a libertação – de cada um, funcionando como diretriz contraditória. Valerie (Amanda Seyfried) está envolvida com dois homens: seu amor Peter (Shiloh Fernandez) e seu prometido Henry (Max Irons). Valerie planeja fugir com Peter, mas percebem que a irmã mais velha morreu por conta do ataque de um lobisomem que ronda pelo vilarejo. Quando recorrem a um caçador de lobisomens (Gary Oldman), descobrem que qualquer um deles pode ser lobisomem nas noites de lua cheia e seres humanos durante o dia. Valerie começa a desconfiar que ela tem proximidade com o lobisomem, o que faz dela suspeita das mortes ou possível isca. Assim o longa inicia uma sucessão de tentativas e erros. “Vovó que olhos tão grandes você tem…”, diz-se em um sonho premonição – um tanto patético diga-se de passagem. Tenta convencer o espectador de que está sendo manipulado. Mas não consegue.
A trajetória da história pode ser definida com esta linha do tempo: segue por um caminho, não resolveu, volta duas casas, insere elementos surreais, não resolveu – ficou patético, insere outro elemento, de novo não deu certo. E dessa forma tenta chegar vivo, pelo menos, ao final. O tom cruel e visceral que se objetiva é desconstruído pela interpretação artificial – e superficial – de seus atores. As inúmeras cameras lentas, os flashbacks, os resumos, as explicações, as frases de efeito, as pausas melodramáticas não soam como ingênuas ou amadoras, vão além. Conseguem ser pretensiosas. Tanto no aspecto cinematográfico quanto na pobre narrativa. Quando digo pobre, quer dizer preguiçosa. A diretora não se esforça, resolvendo as reviravoltas de forma apelativa. Deve ter pensado: “Acaba logo com essa questão. Uni duni té, o assassino vai ser você”. Um filme que não serve nem como gênero entretenimento e nem como diversão. Essa é uma boa dica para não sair de casa, gastar dinheiro com estacionamento, ingresso, pipoca e afins. Esquecível de dar pena. Não recomendo.
Catherine Hardwicke (nascida Helen Catherine Hardwicke McAllen, 21 de outubro de 1955) é uma produtora e diretora de cinemaamericana, mais conhecida por sua direção no filme independente “Aos Treze” e no bíblico “A História da Natividade”, além de “Crepúsculo”. Hardwicke mudou-se para Cameron com seus pais John Benjamin Hardwicke e Jamee Elberta Bennet. Antes disto, vivera na cidade natal, onde foi educada na religião presbiteriana.Enquanto cursava a UCLA film school nos anos 80 do século XX, realizou um curta-metragem intitulado “Puppy Does the Gumbo”. Começou sua carreira como arquiteta.Passou a maior parte da década seguinte como desenhista de produção, enquanto trabalhava em filmes como “Tombstone” (1993), “Tank Girl” (1995), “2 Days in the Valley” (1996), “The Newton Boys” (1998), e “Three Kings” (1999). Em 2001 colaborou com o diretor/roteirista Cameron Crowe e com o ator/produtor Tom Cruise em “Vanilla Sky”. Estes dois últimos filmes foram notáveis pela forma original das técnicas de manipulação da cor, como complementos da narrativa. Seu primeiro trabalho de direção foi no premiado “Thirteen”, de 2003. Hardwicke e a então garota de catorze anos Nikki Reed conseguiram juntas escrever um filme que refletia as experiências adolescentes de Reed. O roteiro do filme ficou pronto em somente seis dias. Evan Rachel Wood foi contratada para estrelar o filme, ao lado de Reed. Dirigiu em seguida “Lords of Dogtown” (2005), uma ficção sobre a cultura do skateboarding. O filme foi uma livre adaptação do documentário Dogtown and Z-Boys, de Stacy Peralta. Em 2002, cuidou da parte de Desenho de Produção do Filme Laurel Canyon. Em 2006, dirigiu o filme bíblico “The Nativity Story” para a New Line Cinema, que estreou em em 1 de dezembro daquele ano. Em 2008 foi a diretora de “Crepúsculo”, uma adaptação do romance homônimo de Stephenie Meyer. Em 2011 dirigiu o filme estreado no Brasil no dia 21 de Abril “A garota da capa vermelha” (Red Riding Hood).