Mostra Um Curta Por Dia - Repescagem 2025 - Agosto

Nossa Irmã Mais Nova

Vidas em detalhes

Por Fabricio Duque

Festival de Cannes 2015

Nossa Irmã Mais Nova

“Nossa Irmã Mais Nova” de Hirokazu Kore-eda (de “Ninguém Pode Saber”, “Pais e Filhos”), integra a mostra competitiva oficial a Palma de Ouro do Festival de Cannes 2015, e utiliza assumidamente a estrutura narrativa da novela (uma adaptação do mangá de Akimi Yoshida), porém mitigando o sentimentalismo barato característico do gênero ao referenciar quase explicitamente a cinematografia francesa clássica e também a do cineasta Hong Sang-Soo. A câmera apega-se ao artifício de “convidar” o espectador a participar, lentamente, com sutileza, das vidas de uma família, basicamente três irmãs que “agregam” um outra, filha “bastarda” que cuidou do pai doente ao falecimento.

A saga de “Nossa Irmã Mais Nova” traduz-se por sensibilidades, picardias amigáveis, lembranças, fotos, memórias culinárias, em elipses temporais, como um big brother editado de ações cotidianas (que por sinal eu assistiria por horas). O filme está nos detalhes: a luz do outono, o vento no cabelo, o corpo sendo seco pelo ventilador. Elas vivenciam uma vida moderninha e perspicaz. Futebol para mulheres, o ato de comer rápido e muito, a cerveja. Há quem diga que é cliché ou sentimental, mas não é, na verdade o que vimos é a espontaneidade de vidas tentando a sobrevivência pela prazer e felicidade. Recomendado.

4 Nota do Crítico 5 1

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