Vida Longa e Próspera à Franquia de Star Trek
Por Bruno de Souza
Em 2009, quando estreou nos cinemas “Star Trek”, um reboot da franquia dirigido por J. J. Abrams, provou-se então que a continuação tanto da série de televisão quanto do cinema ainda tinha fôlego. Depois do comercial e desastroso “Star Trek: Nemesis” de 2002, o rumo era incerto, mesmo com o último filme de Abrams, no qual soube mesclar os elementos clássicos e ao mesmo tempo apresentar universo referido aqui a uma nova geração. O filme não rendeu grande bilheteria, mas teve o sinal verde para uma sequência. Chegamos então ao longa-metragem em questão aqui, “Star Trek: Além da escuridão”. Muito se especulava sobre o que se trataria esse novo filme e principalmente qual seria o vilão. O fãs mais ardorosos almejavam com Khan, um homem com mais de 300 anos, que foi melhorado geneticamente ganhando assim superpoderes. No cinema ele foi apresentado em “Star Trek: A ira de Khan” interpretado por Ricardo Montálban , considerado por muitos como o melhor filme da saga. Alguns boatos apontavam para o Tenente Comandante Gary Mitchell, revelado aos trekkies em sua aparição no episódio “Where No Man Has Gone Before“ . Oficialmente veio a notícia que na verdade o vilão interpretado por Benedict Cumberbatch seria John Harrison um renegado da Frota Estelar. Os verdadeiros Trekies que assistiram a série original sabem ao certo de quem se trata esse vilão apresentado no episódio “Space Speed”.da primeira temporada.“Star Trek: além da escuridão” demonstra como realmente deveria ser um filme da franquia utilizando todos recursos possíveis com efeitos visuais excelentes que não existiam na época tanto da primeira série quanto nos filmes. É um filme grandioso com um ritmo acelerado que já se inicia com uma sequência de ação inicial de dar inveja as melhores aberturas da franquia Indiana Jones ou James Bond por exemplo. O roteiro consegue trazer diversos elementos originais da franquia de forma elegante com uma história mais complexa e mais “dark”. Ao mesmo tempo que se preocupa em dar espaço a excelentes sequências de ação e estabelece uma preocupação em construir os personagens e dar densidade a eles, nunca a relação de Kirk e Spock foi tão bem abordada. Chris Pine prova ser um melhor Kirk que o canastrão Willian Shatner e Zachary Quinto cria um Spock carismático e durante a duração do filme demonstra uma forte transformação de personagem com sutilezas. Nesse filme os membros da Enterprise tem mais tempo de cena trazendo assim personagens impares e formalizando o ideal do longa da união de equipe. Os poucos novos personagens introduzidos são os interpretados pelo excelente Benedict Cumberbatch que compõe um vilão sem caricatura e filmado de modo por Abrams que exalta seu poder e grandiosidade. A personagem de Alice Eve, não demonstrou ainda para o que veio servindo para ser sensual e demonstrar a figura mulherengo de Kirk, tudo indica que no terceiro capítulo terá mais importância e crescera na trama. J.J Abrams cria uma aventura séria e acelerada, mas muito bem dosada por uma montagem rítmica que equilibra bem os momentos mais ágeis e corridos para os que são necessários desenvolver a trama. Abrams traz uma nova visão daquele universo que reinventa o clássico e presta homenagem de forma que o longa tem o objetivo e a qualidade de “007 Skyfall” aonde concebe a estrutura dos personagens, se encerra onde inicia o universo já conhecido dando possibilidades de seguir com próximos filmes, mas usando a essência de Star Trek. O diretor escolheu músicas de seis países do mundo para fazer parte na cena do bar. A do Brasil foi a cantora Céu (que “brindou” com um pocket show na pré-estreia do filme no Village Mall na Barra da Tijuca).
4
Nota do Crítico
5
1