Critica: Paris-ManhattanAs Neuroses de Sylvie
Por Fabricio Duque
Apresentado no Festival Varilux de Cinema Francês, o longa-metragem “Paris-Manhattan” é uma justa homenagem a universo “neurótico” do mestre cinematográfico Woody Allen pelas mãos da diretora e roteirista, estreante, Sophie Lellouche. É inegável a sua paixão pelo diretor apaixonado por Manhattan. Posso antecipar que o filme em questão aqui faz qualquer cinéfilo de plantão suspirar. Confesso que “corri” para rever o que foi referenciado. Assisti de uma tacada só “Manhattan” e “Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar”. A trama mostra a vida de Alice (Alice Taglioni), uma solteirona francesa, farmacêutica, que “ajuda” e “cura” os pacientes indicando os filmes de Woody Allen. “Assista sem moderação”, ela diz. Os seus pais tentam de toda forma arrumar um casamento para ela. Mas ela, aparentemente, não se importa, por causa das “conversas” imaginárias com o diretor. Muito do contexto desses diálogos é referenciado ao que se diz nas películas woodyallianas. Não, não contarei o final do filme. Não darei spoilers. Apenas tento traduzir a atmosfera apaixonada e segura sobre o universo do diretor.
É uma comédia se situações. Uma ação presente gera consequências inusitadas e inesperadas. A personagem defende com unhas e dentes as ideias verborrágicas e unilaterais de Woody. Assim, o resultado, não poderia deixar de ser, incrivelmente encantador. É lógico que há perda de ritmo, gatilhos comuns (e até mesmo clichês) e entrega completa, este último não soa prepotente, e sim como um adolescente vivenciando intensamente o objeto da sua paixão. Digo lógico porque a diretora realiza sua primeira obra mais longa (apesar de seus quase oitenta minutos) e deixa as suas emoções acontecerem. Amador? Não. Imprudente? Não. Distante? Nunca. É um filme feito para o cineasta, de fã ao mestre. Os espectadores e os cinéfilos adoradores do cinema do homenageado podem assisti-lo dando o desconto aos deslizes (até porque dentro de todo amor apresentado, o que é uma câmera lenta, por exemplo?). Vale à pena assistir. Recomendo.
Ficha Técnica: Direção de Sophie Lellouche.
Com Alice Taglioni, Patrick Bruel, Woody Allen. Distribuição no Brasil: Mares Filmes
2012 – Comédia – 1h17
A Diretora
Sophie Lellouche começa sua carreira de cineasta em 1999 com seu curta-metragem Dieu, que la nature est bien faite no qual dirige Gad Elmaleh. Paris-Manhattan é seu primeiro longa-metragem.
4
Nota do Crítico
5
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