Curta Paranagua 2024

Crítica: O Último Virgem

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Brazilian Pie

Por Francisco Carbone

Baseado numa peça de teatro escrita por um dos seus atores principais, conseguimos entender com clareza quais eram as intenções por trás (e pela frente também) de ‘O Último Virgem’: fatiar uma faixa de mercado e ganhar um bom dinheiro com filme de gênero, e um gênero que praticamente não é produzido no Brasil mais, o das comédias teen picantes. Se nos EUA as possibilidades desse campo podem variar entre a exploração (‘American Pie’) e o talento real (‘Superbad!’), essa investida da dupla de cineastas Rilson Baco e Felipe Bretas parece ter interesse em reproduzir cenas que muito bem poderiam estar em qualquer exemplar da série protagonizada por Jason Biggs. Será que o nosso público teria interesse num produto nacional para esse filão?

Eu particularmente acho que com a divulgação certa esse filme podia morder uma fatia boa de um mercado que esse ano teve poucos exemplares, além do próprio cinema brasileiro que teve até um bom ano monetário, mas onde nunca é demais um novo sucesso. No entanto nada disso significa que a qualidade está garantida, e se Baco & Bretas até tem um certo capricho nas imagens captadas, o mesmo não podemos falar do roteiro do filme. Independente dos diálogos ruins, dos personagens em excesso e de grande parte das piadas não terem funcionado comigo, uma boa construção de situações, algumas inteligentes referências e personagens bem delineados, e esse filme poderia ser bem diferente para melhor. Mas me deparei a um produto que não se interessa pelo público adulto, não o quer, e que vai entregar entretenimento de massa com todos os adjetivos negativos que citei.

A trama do filme nada mais é do que um decalque: um jovem virgem se vê pressionado pelos amigos a perde-la no último dia de aula. É basicamente isso mas tem mais, e aí óbvio que ele tem uma amiga apaixonada por ele que não é enxergada, óbvio um dos amigos que é um tarado, óbvio que um um dos amigos é um doidão de drogas, óbvio que o terceiro amigo é um gordinho. E da-lhe personagens mal aproveitados e mal escritos que somem, da-lhe piadas com flatulência e fluídos corporais (a abertura temos a típica cena envolvendo esperma), da-lhe mulheres objetificadas para todos os lados… enfim, se aproxima de um desastre o filme. Mas que acredito claramente poder ter seu espaço caso o marketing tivesse sido bom; do jeito que foi, será um filme bem fraco que pouca gente terá ouvido falar daqui a 3 anos.

1 Nota do Crítico 5 1

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