Por Fabricio Duque
“Les Amis” representa um exemplo
da cinefilia francesa ao utilizar o modelo grego clássico, permitindo assim a
liberdade de se explorar personalidades, desejos, quereres e “seguranças” e de
um novo conceito familiar. O protagonista “experimenta” vivências sem
julgamentos politicamente corretos, tampouco religiosos, ao projetar
“paternidade” em um “amigo-padrinho”, que fornece proteção, entendimento,
amparo, carinho, ternura, conhecimento, boas maneiras e uma “abastada” vida sem
preocupações com trabalho e sobrevivência “cobrada”. Seu “mentor-professor-tutor”
ensina, ouve e resolve as pendências do “mancebo”, igualzinho na Grécia antiga.
Aqui, tal qual na era passada, a homossexualidade era o início do caminho à
maturidade, explorada tanto no campo intelecto, quanto físico. A família
tradicional e imposta dá lugar à convivência escolhida e de afinidade. Preferi-se
o glamour “burguês” a dificuldades “proletárias”. A narrativa do filme
apresenta “caubóis” na aprendizagem da existência, explicitada pela trilha sonora
de um grande faroeste moderno no lapso temporal. O personagem principal “dança
conforme a música”, procurando “não urinar fora do penico” para que sua
“segurança” não seja afetada. Outra característica é a sutileza. Não é preciso
a utilização de excessos sensuais e sexuais para enaltecer percepções e ou
ciúmes e ou “corações partidos” de uma “aventura líquida”. A dubiedade é o
ponto alto e forte do longa-metragem de 1971, dirigido por Gérard Blain, que
foi constantemente elogiado por François Truffaut. Nós “captamos” referências a
“O Talentoso Ripley”, “Rebelde Sem Causa” e até mesmo “Os Imorais”, de Geraldo
Vietri. Aqui, Paul, de apenas dezesseis anos, o ator Yann Favre, “apaixona-se”
pela vida fácil “aristocrática” e se “entrega” a Phillipe, com idade de ser seu
pai. Essa “relação pedófila” é abordada com naturalidade e simples aceitação.
Não há pudor, assim como em “Morte em Veneza”, de Thomas Mann. Não há fofocas
críticas. Mas há aparências. Um casamento homem e mulher, por exemplo. Quando a
tragédia acontece, o mundo de Paul desaba. “Les Amis” venceu o Leopardo de Ouro
no Festival de Locarno e foi exibido no Festival de Cannes, ambos em 1971.
Concluindo, um filme que deve ser visto e revisto. Recomendo.
da cinefilia francesa ao utilizar o modelo grego clássico, permitindo assim a
liberdade de se explorar personalidades, desejos, quereres e “seguranças” e de
um novo conceito familiar. O protagonista “experimenta” vivências sem
julgamentos politicamente corretos, tampouco religiosos, ao projetar
“paternidade” em um “amigo-padrinho”, que fornece proteção, entendimento,
amparo, carinho, ternura, conhecimento, boas maneiras e uma “abastada” vida sem
preocupações com trabalho e sobrevivência “cobrada”. Seu “mentor-professor-tutor”
ensina, ouve e resolve as pendências do “mancebo”, igualzinho na Grécia antiga.
Aqui, tal qual na era passada, a homossexualidade era o início do caminho à
maturidade, explorada tanto no campo intelecto, quanto físico. A família
tradicional e imposta dá lugar à convivência escolhida e de afinidade. Preferi-se
o glamour “burguês” a dificuldades “proletárias”. A narrativa do filme
apresenta “caubóis” na aprendizagem da existência, explicitada pela trilha sonora
de um grande faroeste moderno no lapso temporal. O personagem principal “dança
conforme a música”, procurando “não urinar fora do penico” para que sua
“segurança” não seja afetada. Outra característica é a sutileza. Não é preciso
a utilização de excessos sensuais e sexuais para enaltecer percepções e ou
ciúmes e ou “corações partidos” de uma “aventura líquida”. A dubiedade é o
ponto alto e forte do longa-metragem de 1971, dirigido por Gérard Blain, que
foi constantemente elogiado por François Truffaut. Nós “captamos” referências a
“O Talentoso Ripley”, “Rebelde Sem Causa” e até mesmo “Os Imorais”, de Geraldo
Vietri. Aqui, Paul, de apenas dezesseis anos, o ator Yann Favre, “apaixona-se”
pela vida fácil “aristocrática” e se “entrega” a Phillipe, com idade de ser seu
pai. Essa “relação pedófila” é abordada com naturalidade e simples aceitação.
Não há pudor, assim como em “Morte em Veneza”, de Thomas Mann. Não há fofocas
críticas. Mas há aparências. Um casamento homem e mulher, por exemplo. Quando a
tragédia acontece, o mundo de Paul desaba. “Les Amis” venceu o Leopardo de Ouro
no Festival de Locarno e foi exibido no Festival de Cannes, ambos em 1971.
Concluindo, um filme que deve ser visto e revisto. Recomendo.