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Crítica: Halloween (2018)

Uma bela homenagem

Por Vitor Velloso


Uma das pautas da Hollywood contemporânea é a nostalgia. Não só porque ela vende um produto com uma facilidade ímpar, mas também, por um questão de resgatar um público do entretenimento da década de 70 e 80, que deixou de ir aos cinemas a fim de assistir às plataformas de streaming nos confortos de suas casas.

Com remakes e reboots dignos de pena, os slashers vinham recebendo um tratamento mais que medíocre na indústria. Massacre de Serra Elétrica tentou mais de três vezes, Sexta Feira 13 criou continuações que duvidavam da inteligência do espectador, contando com uma refilmagem fraquíssimo, Halloween ganhou continuações tenebrosas (exceto o 2), e uma nova franquia nas mãos do Rob Zombie. Do Rob… Zombie… Ainda que eu tenha algumas defesas ao segundo filme realizado pelo cineasta, as películas foram mal recebidas e novamente… abandonadas. Agora em 2018, havia sido prometido um novo projeto, que faria uma continuação direta do clássico de 78. Uma das perguntas feitas era, ainda há impacto em narrar o massacre promovido por Michael Myers? E claro, seria um retorno digno às telas?

Triunfal.

O longa não perde tempo, já nos joga em dois psiquiatras que estão realizando um estudo sobre Michael Myers e estão no hospício onde ele está mantido. Após, um primeiro contato, não correspondido, é claro, o psiquiatra decide mostrar a máscara do serialkiller, o que desperta nos loucos ao redor reações agressivas e intensas. Frustrados com a apatia de Michael, eles vão à casa da única sobrevivente do halloween de 40 anos atrás, lógico Laurie Strode (Jamie Lee-Curtis). A narrativa é direta, o assassino quer acabar com Laurie e esta, por sua vez, está aguardando ter a chance de ter sua vingança.

Está claro que o roteiro não é extremamente elaborado, porém, o de 78 também não era. E uma das maiores forças que moveu tantos fãs a cultuarem a película original, foi o fato de nunca compreendermos quais são as verdadeiras intenções de Michael por trás disto tudo, pois, o assassinato de sua irmã é movido por um ciúme? Um julgamento moral? Pura e simplesmente crueldade? Esta última, foi a conclusão do bravo guerreiro Dr. Loomis. Porém, aqui, há um elemento peculiar, a relações entre os dois protagonistas. Algo, que havia sido estabelecido no original, mas que não chegou a ser aprofundado com uma questão psicológica de fato. Ainda que as explicações sejam superficiais é o suficiente para assegurar ao público um banho de mortes e um entretenimento de primeira.

O novo “Halloween” é dirigido por David Gordon Green, que passou longe do terror a vida inteira, realizou longas como “Joe”, “Stronger” e outros. Aqui, retorna à sua infância, possivelmente, e resgata todos os elementos que foram nostálgicos para sua geração. Não à toa, diversos planos, mortes e diálogos são repetidos do primeiro. Interessante salientar, que há uma consciência bem clara dos elementos frágeis que toda a ideia possui, não apenas a narrativa, como a própria ideia de refazer a história, por isso, há diversas rimas visuais que nos remetem ao clássico e determinados diálogos que demonstram um teor cômico com a idealização de tudo aquilo, principalmente uma piadinha que Laurie solta ao Dr. Sartain (Haluk Bilginer). Sútil, mas engraçada.

É revigorante ver Myers de volta, assassinando os mesmos personagens, das mesmas maneiras, mas às vezes com uma brutalidade à mais, afinal de conta, estamos falando de um homem (?) que esperou 40 anos num hospício pela sua revanche. Então, vê-lo recuperar a máscara, a faca, retornar ao bairro e escutar aquela música… arrepia. Não há dúvida que é uma homenagem direta aos fãs e à franquia, mas é possível que funcione aos desavisados também. Aliás, toda proposta do slasher não mudou em absolutamente nada.

Ao lado de “Maniac”(ainda que o remake seja melhor que o de 80), “Halloween” pode comemorar por uma ideia bem sucedida, com diversos problemas de roteiro sim, mas com um grau de entretenimento acentuado e preciso. Empolga com assassinatos inusitados, uma estrutura narrativa direta, mas brevemente mais rebuscada e conta com um arsenal de personagens descartáveis, bem do jeito que a gente gosta. Assistam até o fim dos créditos, não há uma cena, apenas uma pequena surpresinha.

“DIGA ALGUMA COISA”

3 Nota do Crítico 5 1

Pix Vertentes do Cinema

  • Uma das poucas críticas medianas e sem cabimento que eu já vi! Principalmente pelo trecho “DIVERSOS erros no roteiro”
    O grande problema de alguns críticos é o Pseudo Diretor/Roteirista.
    Vcs se formam e se acham capazes de catar erros mínimos e muita das vezes inexistentes, apenas para encher parágrafos…se distanciar da crítica de outros sites e críticos renomados ou pelo simples fato de querer chamar atenção.

    Uma coisa posso lhe garantir, o filme está longe de ter “DIVERSOS erros”. Você está longe de ser um crítico renomado e importante. E mais importante de tudo… baixa sua crista! Você não faria nem um roteiro de 1 episódio de Hanna Montana, muito menos entender como fazer um roteiro magestral que resgatou o gênero Slasher que estava morto desde Pânico 4 e foi uma linda e muito bem feita homenagem ao original e que muito agradou seu criador! Mas pelo visto você consegue ser mais exigente e crítico que o próprio criador da Obra Prima de 78 e mais ainda que a maioria dos críticos grandes canais de mídias americanas.
    Continue sendo esse narcisista medíocre. Quem sabe você chega longe! LOL

  • Caro Gustavo, você leu, de fato, a crítica? Agradeço as observações acerca dos “críticos grandes canais de mídias americanas” e o carinho.
    Abração!

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