A opinião
É uma animação argentina politicamente incorreta. Utilizando a violência como principal elemento narrativo. Uma técnica comum, sem muitas inovações. As ações são exageradas e os diálogos com o objetivo de chocar, mas o que consegue é somente o óbvio. O filme é visceral e gratuito. “Parece um comercial de plasma. Está com hemorrogia”, diz-se. É pretensioso com seu humor grotesto e machista, cito “Só há dois lugares para as mulheres: cozinha e cama”. Clichê repetitivo e redundante total. Não há personagens “limpos”. Todos os tipos são feios e sujos, ora por dentro, ora por fora. O que é demais, prejudicial é. O longa peca pelo excesso, principalmente por piadas velhas e patéticas mal contadas. “Tudo que é humano, me é alheio”, o personagem define. Há cenas de deboches até da Disney. Uma bobagem. Aborda a máfia e xenofobia social. “Até aguento a existência deles, mas que não falem comigo”, sobre os pedintes. Não há pudores. Mas estes são hipócritas e manipulam, não respeitando a inteligência do espectador. Certo momento o questionamento acontece “Será que a violência é o personagem principal da nossa época?”. Há uma crueldade sem escrúpulos tanto para quem assiste, tanto para quem vive os papéis no filme. Ainda bem que são atores animados. Baseados em real, mas os que existem não passam tanta vergonha assim. O personagem segue dizendo “Afeminado como todo advogado”. É dramático demais, exagerado, chato, prepotente, grosseiro e sem conteúdo. Uma palhaçada computadorizada.
Ficha Técnica
Direção:Gustavo Cova
Roteiro:Marcelo Paez Cubells
Elenco:Pablo Echarri, Nancy Duplaá, Nicolas Frías
Montagem:Andres Fernandez
Música:Diego Monk
País:Argentina
Ano:2009
A Sinopse
Boogie, homem frio, sádico e machista, é o mais temido assassino de aluguel da cidade. Ele segue suas próprias leis e nunca falha em serviço. Portanto, quando alguém precisa “resolver” um problema, não há dúvidas: ele sempre é chamado. Mas desta vez, Sonny Calabria, chefe da máfia local, surpreendentemente contrata Jim Blackburn, uma versão mais sofisticada de Boogie, para calar a testemunha de um crime. Disposto a defender seu orgulho, Boogie sequestra a testemunha. O que não esperava, no entanto, era apaixonar-se por ela. Baseado nos quadrinhos Boogie, de Fontanarrosa.
O Diretor
Nasceu em 1966, na Argentina. Aos 22 anos, formou-se no Instituto de Artes Cinematográficas de Avellaneda. Começou a carreira como assistente de direção e dirigiu uma série de curtas. Desde 1993 trabalha como diretor de publicidade, além de fazer programas de televisão e documentários, especializando-se em efeitos visuais e animação. Entre as animações que dirigiu destacam-se as séries televisivas Olocoon (2005/6/7) e City Hunters (2006).
1 Comentário para "Boogie"
Como assim vc, após assistir Boogie, diz: "É dramático demais, exagerado, chato, prepotente, grosseiro e sem conteúdo." e alguns post atrás vc afirma categoricamente: "Tarantino é um dos melhores diretores de todos os tempos"???? Só Tarantino pode???
Não dá pra entrar na sala achando que vai ver "uma animação cabeça". É só ler a sinopse… pra isso ela serve.
É uma animação com violência gratuíta? É, mas é sobre isso o filme. A frase que vc criticou é ótima: "Será que a violência é o personagem principal da nossa época?", a resposta é SIM.
Será que essas mesmas críticas cabem a Kubrick pela violência de "Laranja Mecânica" ou Haneke em "Violência Gratuíta" ou mesmo "Irreversível" de Gaspar Noé???
A animação não é vazia, ela é o que é e assim foi idealizada. Concordo com a sua euforia inicial quando me falou: "Disseram que o filme é ótimo, preciso ver". Obrigado pela pilha inicial. Foi vc que me chamou atenção pra essa ÓTIMA animação argentina =)