O Anima Mundi 2019
Por Vitor Velloso
Um dos festivais de cinema mais marcantes do Brasil, é sem dúvida o Anima Mundi, por sua história, relevância e quem cobre este festival, sabe que é a cobertura mais diferenciada possível. Infelizmente, com uma proposta de desmonte cultural, que visou acabar com o Ministério da Cultura, a retirada de novos investimentos em produções e, aquilo que mais afeta o festival, a Petrobras retirando apoio do Festival do Rio, Brasília, Mostra de São Paulo e Anima Mundi, a realização da edição deste ano estava sob risco. Não havia nenhuma confirmação que seria possível, então como último recurso, uma iniciativa Crowdfunding foi aberta visando 400.000 reais para que fosse viável existir a 27ª Edição do Anima Mundi. A campanha foi um sucesso e o arrecadamento ultrapassou a meta, com isso, o povo escolheu manter o festival e apoiar a cultura.
A importância do Anima Mundi é indescritível. Não trata-se apenas de um festival de animações, que vão do infantil ao adulto, narrativos à experimentais etc. É uma oportunidade única de conhecer aquilo que está sendo feito no mundo, na América Latina e no Brasil. Sempre foi uma janela crucial para o desenvolvimento criativo das crianças, já que as atividades extra-sala de cinema, dominavam a programação, sendo a parte mais divulgada e conhecida do festival, entre a criançada. Este ano, claro, haverá uma redução drástica de tudo isso, pois não há verba, assim, a programação estará limitada do dia 17 a 21 de Julho.
São diversas Mostras Competitivas, mas o foco de nossa cobertura será na de longas-metragens, assim, “A Cidade dos Piratas” de Otto Guerra Netto, filme brasileiro, já entra em nossa lista de desejo. Com ele, o húngaro, “Ruben Brandt, Collector”, uma coprodução Espanha e Holanda, “Bunuel no Labirinto das Tartarugas” e “Another day of Life” uma coprodução da Polônia, Espanha, Bélgica ,Alemanha, Hungria.
Nos longas infantis, temos: “Away” de Gints Zilbalodis, Letônia. “Misión H2O” de Álvaro Cáceres, Venezuela, Cuba, China. “Miúda e o Guarda-chuva” de Amadeu Alban Gonzalez, o representante do Brasil. “Morten lollide laeval” de Kaspar Jancis, da Estônia, Bélgica,Irlanda, Reino Unido.
Muitos desses filmes concorrem a premiações internacionais de peso, alguns concorrendo ao Oscar. Ano passado “Tito e os Pássaros”, previsão que o Vertentes acertou, venceu o Anima Mundi e foi pré-selecionado pro Oscar. Isso é a prova que a curadoria do Anima Mundi seleciona sempre projetos de qualidade.
A cobertura do Vertentes do Cinema irá acontecer simultaneamente ao Ecrã. Fiquem ligados no site para acompanhar as críticas e a premiação. Antes do encerramento, anunciaremos os vencedores do troféu Vertentes.
O Anima Mundi, um dos maiores festivais de animação do mundo, chega a sua 27ª edição. A programação, que acontece de 17 a 21 de julho no Rio de Janeiro, e de 24 a 28 de julho, em São Paulo, contará com mais de 300 filmes de mais de 40 países, incluindo mais de 80 produções ou coproduções do Brasil, mostrando o vigor e a criatividade do crescente mercado de animação no país.
Na programação infantil, curtas e longas vão discutir a superação dos medos, a importância de se fazer escolhas e ser você mesmo, desenvolvimento sexual, amizade e poluição. Oficinas de massinha e zootrópio também fazem parte da programação, além da exibição especial de “Playmobil – O Filme”, de Lino DiSalvo, que já trabalhou em animações de sucesso como “Frozen – Uma Aventura Congelante” e “Enrolados”. Exibido no Annecy, maior festival de animação do mundo, o longa leva pela primeira vez para as telonas o universo dos famosos bonecos.
A lista de Filmes encontra-se AQUI.
“A beleza plástica que as imagens dos filmes apresentam nesta edição é impressionante. Percebemos os animadores com um total domínio dos softwares, utilizando-os como ferramenta para simular perfeitamente os mais variados materiais artísticos, ultrapassando os limites impostos pelo universo digital. Observamos esses destaques durante o processo de seleção, uma das primeiras etapas da pré-produção que nesta edição ocorreu dentro da normalidade possível, já que ainda não tínhamos o quadro de patrocínio definido e não podíamos esperar o final da campanha de financiamento coletivo para isto. E agora vamos conseguir realizá-lo dentro da data prevista”, explica Aída Queiroz, uma das diretoras fundadoras do festival ao lado de Cesar Coelho, Lea Zagury e Marcos Magalhães, responsáveis pela curadoria do Festival desde 1993, data de sua criação.
“Uma das categorias mais originais e significativas do festival, a meu ver, é a que se chama Futuro Animador. São programas gratuitos nos quais a gente se contagia com o frescor e o entusiasmo de crianças, jovens e educadores, independentes ou participantes de diversas iniciativas de todo o mundo, que descobrem o quanto a linguagem da animação pode ser transformadora. É uma tendência que vem crescendo em número e qualidade. Este ano temos filmes interessantíssimos feitos em escolas e oficinas não profissionalizantes do Brasil, Argentina, Bélgica e Portugal, por exemplo”, conta Marcos Magalhães.
Desde 2012, o Anima Mundi é qualificado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA e o curta-metragem vencedor do Grande Prêmio Anima Mundi é elegível a participar das seleções para a disputa do Oscar®. Neste ano, “Animal Behaviour”, de David Fine, ganhador do Grande Prêmio de 2018, concorreu ao Oscar de melhor curta-metragem de animação.
Anima Mundi lança campanha de crowdfunding para viabilizar 27ª edição