Direção: Edward Zwick
Roteiro: Edward Zwick, Charles Randolph, Marshall Herskovitz, Jamie Reidy
Elenco: Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Oliver Platt, Hank Azaria, Josh Gad, Gabriel Macht
Fotografia: Steven Fierberg
Música: James Newton Howard
Produção: Pieter Jan Brugge, Marshall Herskovitz, Charles Randolph, Scott Stuber, Edward Zwick
Distribuidora: Fox Film
Duração: 115 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2010
COTAÇÃO: BOM
“Amor e outras drogas” pode ser classificado como uma comédia romântica comercial por utilizar recurso padrão de narrativa deste gênero e também por escalar o galã Jake Gyllenhaal (de “Brokeback Mountain” e “Jimmy Bolha”) – abusando de seu sex appeal. Mas há um diferencial. Sutil no inicio, ganha proporção ao seguir com a trama. O aprofundamento é gradativo e não pretensioso. Então a futilidade e o clichê do inicio dão lugar a um longa de informação sobre o mal de Parkinson, tendo o universo dos medicamentos (Prozac, Viagra, Zoloft) como base estrutural, envolto em uma atmosfera apaixonada e sexual. O espectador pode absorver do roteiro uma crítica ao tratar drogas médicas como nicho mercadológico (“meios de tecnologia”). Maggie (Anne Hathaway – de “O Diabo veste Prada”, “Alice no País das Maravilhas” e “Diário da Princesa”) é uma mulher de espírito livre que não quer se amarrar de maneira alguma. Ela só não esperava conhecer Jamie (Jake Gyllenhaal), um charmoso vendedor de produtos farmacêuticos que tem todas as mulheres aos seus pés. Aos poucos, o relacionamento evoluiu e ambos descobrem que estão sob a influência da droga mais forte já inventada: o amor. A sinopse acima divulgada tende, com clichê afetado, ao tema principal já explicado.
É baseado no livro de Jamie Reidy “Hard Sell: The Evolution of a Salesman Viagra”, (A Evolução de um representante Viagra). A narrativa verborrágica e montagem ágil denotam o direcionamento que o diretor Edward Zwick (de “Diamante de Sangue” e “O Último Samurai”) deseja transpassar. Jake tem o dom da venda. Ele dança conforme a música – descobrindo o que o cliente quer pela observação e perspicácia. Essa característica marcante faz parte do processo de inclusão no mundo de representação. Ele está sempre “a procura de novas oportunidades”. Em sua nova empreitada profissional, participa de palestras motivacionais (com dança Macarena e tudo) e transforma-se em consultor da empresa Pfizer. A década retratada é o ano de 1996, que vive o ápice do Prozac (o principal concorrente). Ele precisa apresentar aos médicos o Zoloft (que causa menos efeito colateral). Mas a entrada neste meio é difícil. Para isso, precisa ser flexível e utilizar toda a sua lábia – artimanhas, perpetuando o sexo como recurso necessário para o seu crescimento. A cena que várias amostras de Prozac são jogadas no lixo e recolhidas por um mendigo – e assim mudando a vida deste, é genial e extremamente divertida. Conhece uma paciente complicada.
Poderia ser mais uma, porém a distância que ela cria, o instiga a querer outros encontros. A estranheza inicial dela é explicada pelas informações póstumas. Ele detecta a mão tremula de Maggie, que prefere ser sincera (em excesso) e direta no que quer, para que assim possa mascarar problemas. Marcam transas por bip (mensagens) e em lugares improváveis. “Você é a minha pílula azul”, diz sobre a referencia ao Viagra. “Você mente para a sua mãe porque soa melhor?”, pergunta-se. Assim, eles se conhecem e vivem o amor do jeito deles. Com momentos gravados com câmeras super. 8 e fotos polaróides (a metáfora para o instantâneo). “Charmoso, bonito, determinado”, define-se características do nosso personagem principal. A segunda parte do filme envereda por depoimentos e palestras de quem tem a doença. “Ela está na primeira fase”, “A doença rouba corpo, mente e sorriso”, conversa sobre o assunto. Como todo gênero romance, há a necessidade da separação para que eles possam pensar sobre a vida e reavaliar o que desejam para o futuro. “Eu preciso de você mais do que você precisa de mim. Não é justo”, finaliza-se a procura de definições. Concluindo, um filme despretensioso, que acontece aos poucos, lentamente. Que muda o estilo, mas conserva a história. Um bom filme. Recomendo.
Edward M. Zwick, nascido em 08 de outubro de 1952, é um cineasta americano. Ele foi descrito como um “retrocesso a uma época anterior, um diretor extremamente cerebral cujos filmes sempre apresentam personagens totalmente arredondados, difíceis questões morais, e parcelas que se desenvolvem na ambiguidade da autoridade”. Junto com Marshall Herskovitz, dirige uma empresa de produção de filme chamado The Bedford Falls Company (inspirado no nome da cidade apresentado em Frank Capra em “It’s A Wonderful Life” ). Esta empresa produziu filmes como “Traffic” e “Shakespeare Apaixonado”.
Filmografia
1986 – Sobre Ontem à Noite
1989 – Tempo de Glória
1992 – Leaving Normal
1994 – Lendas da Paixão
1996 – Coragem Sob Fogo
1998 – The Siege
2003 – O Último Samurai
2006 – Diamante de Sangue
2008 – Um ato de Liberdade
2010 – Amor e Outras Drogas
1 Comentário para "Crítica: Amor e Outras Drogas"
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lol. So let me reword this…. Thank YOU for the meal!!
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