O filme é sobre Woodstock. Não é gay ou hetero. É a liberdade de se viver. Com drogas ou não. Tenta acabar com a defensiva dos falsos moralistas que acreditam em suas próprias opiniões sem questionamentos. “A perspectiva limita o universo” é uma das frases desta pelicula com atmosfera de um ambiente de camera super 8 – aquelas que os pais filmavam os filhos e que as principais cenas históricas do evento de paz e amor foram feitas. Isso proporciona ao espectador esquecer que está em um cinema. As sensações daquela época são absorvidas. Eu posso dizer que estive em Woodstock. O personagem cresce ao longo da história. Seus conflitos são detectados até a verdadeira explosão. Conversando com alguns críticos, as opiniões variam. Uns dizem que o conflito interno não foi bem trabalhado. Outros que não é fiel ao livro. Uns gostaram, outros não. Analisando como Ang Lee trabalhou esse tópico, opino que o diretor mitigou certos elementos. Manteve o distanciamento e a superficialidade do momento para que fosse mantido o objetivo: a liberdade. Ele não se importou com convenções. A história passa por Woodstock, este o ator principal. Assistir aos shows não era tão importante assim, mas vivenciar os detalhes e a própria energia tornou-se vital para que o filme acontecesse.
A opinião da Convidada Marise Carpenter
A tela de cinema é pequena demais para mostrar um fenômeno grande demais como Woodstock e Ang Lee resolve a questão dividindo a tela e multiplicando as cenas freneticamente dando, assim, a exata dimensão do que foi Woodstock. Os sentimentos mais nobres que moveram a realização do festival em 1969 tocam em nós ali imóveis e fixos na poltrona em 2009. O filme é Ang Lindo!
Ficha Técnica
Direção: Ang Lee
Roteiro: James Schamus
Elenco: Demetri Martin, Imelda Staunton, Emile Hirsch, Liev Schreiber
Fotografia: Eric Gautier
Montagem: Tim Squyres
Música: Danny Elfman
País: Estados Unidos
Ano: 2009
A Sinopse
Em 1969, o jovem Elliot Tiber abandona sua carreira em Nova York para ajudar os pais a administrar o pequeno hotel da família no interior, que está falido e prestes a ser confiscado pelo banco. Ao ouvir boatos de que um festival de música hippie teve sua licença cassada numa cidade vizinha, Elliot decide oferecer a propriedade aos produtores, para salvar os negócios da família. Três semanas depois, meio milhão de pessoas aparecem para uma celebração que definiria os rumos de uma geração e influenciaria a cultura popular de forma definitiva. Competição do Festival de Cannes 2009.
Foto: Divulgação
Ang lee por Ang Lee
“O ser humano é composto por muitos elementos, a homossexualidade pode ser só um deles. Eu mesmo me sinto estrangeiro, seja nos Estados Unidos [onde mora desde os anos 70] ou onde nasci, em Taiwan. Nesse meu filme há ex-soldado forte que é travesti e de certa forma poderia ser o Hulk. Mas a homossexualidade nunca foi o centro da questão. Odeio ser categorizado, prefiro me ver tão complexo como sou e por isso faço o mesmo com os meus filmes.”
“Prefiro deixar o sexo, as drogas e o rock’n’roll de lado um pouco. Os hippies eram uma parte muito pequena, quase decadente, de um fenômeno muito maior. Nem todo mundo ali era cabeludo ou tomava drogas. Ouso dizer que 99% das pessoas ali eram ‘normais’ ou no máximo aspirantes a hippies.”
Ang Lee (Pingtung, Taiwan, 23 de Outubro de 1954) é um diretor de cinema radicado nos Estados Unidos. Casado desde 1983 com Jane Lin e tem dois filhos, que nasceram nos Estados Unidos. O diretor vive na América do Norte desde 1978, quando se mudou para completar seus estudos. Recusou o convite para dirigir O Exterminador do Futuro 3.
O ator, produtor e cineasta Ang Lee estudou na National Taiwan College of Arts e depois, já morando nos Estados Unidos, estudou direção na University of Illinois e produção cinematográfica na New York University. Durante a faculdade, foi assistente de direção de “Joe’s Bed-Stuy Barbershop: We Cut Heads”, filme universitário de Spike Lee.
Em 1992 estreou como diretor de longa-metragem com “A Arte de Viver”. Em 1993 dirigiu “O Banquete de Casamento”, que ganhou o Urso de Ouro no Festival Inernacional de Cinema de Berlim e o prêmio de direção no Festival de Seattle, além de receber uma indicação para o Globo de Ouro.
Em 1994, Lee lançou “Comer Beber Viver”, que recebeu uma indicação para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Um ano depois realiza “Razão e Sensibilidade”, primeiro filme de elenco internacional, com estrelas como Emma Thompson, Kate Winslet e Hugh Grant. O filme, baseado no romance de Jane Austen, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado, além de outros prêmios pelo mundo.
Em 1997, dirige novo filme com elenco internacional, “Tempestade de Gelo”. Em 2000, com “O Tigre e o Dragão” ganha dois Globos de Ouro e o diretor é ovacionado no Festival de Cannes.
Após as críticas mornas à sua versão de “Hulk”, adaptação dos quadrinhos da Marvel Comics, lançada em 2003, Lee recuperaria o seu prestígio em 2005 com “O Segredo de Brokeback Mountain”. O filme, que retrata o romance entre dois peões no preconceituoso e machista meio-oeste americano, levaria o seu diretor a receber o Oscar e o Globo de Ouro por seu trabalho. Neste último, “Brokeback Mountain” também ganhou o prêmio de Melhor Filme Dramático.
Filmografia
1992 – A Arte de Viver
1993 – Banquete de Casamento
1994 – Comer, beber e viver
1995 – Razão e Sensibilidade
1997 – Tempestade de Gelo
1999 – Cavalgada com o Diabo
2000 – O Tigre e o Dragão
2001 – Chosen
2003 – Hulk
2005 – O Segredo de Brokeback Mountain
2007 – Lust, Caution (Desejo e Perigo)
Os Prêmios
[Oscar]
Melhor diretor: O Segredo de Brokeback Mountain 2006
Indicado a Melhor diretor: O Tigre e o Dragão 2001
Indicado a Melhor filme: O Tigre e o Dragão 2001
Indicado a Melhor Filme: Razão e Sensibilidade 1996
[Globo de Ouro]
Melhor diretor: O Segredo de Brokeback Mountain 2006
Melhor diretor: O Tigre e o Dragão 2001
Indicado a Melhor diretor: Razão e Sensibilidade 1996
[Festival de Cannes]
Melhor filme: Tempestade de Gelo 1997
[Festival de Berlim]
Razão e Sensibilidade 1996
O Banquete de Casamento 1993
[Festival de Veneza]
O Segredo de Brokeback Mountain 2005
Desejo e Perigo 2007
Com um rosto ainda pouco conhecido em Hollywood, Demetri Martin escrevia roteiros para os programas de Conan O’Brien e Jon Stewart na televisão americana antes de ganhar seu próprio show no canal a cabo Comedy Central, “Important things with Demetri Martin”.
Nascido em 1973, o ator sequer era vivo quando o Festival de Woodstock foi realizado, em agosto de 1969. “Eu cresci na cultura dos anos 70 e 80, então tudo aquilo já era muito distante. Só fui conhecer por causa da música e, antes do filme, não tinha me dado conta de que era também a época em que jovens estavam sendo enviados ao Vietnã para morrer”, comentou Martin.
O timing afiado para a comédia e o jeitão de garoto tímido combinaram perfeitamente com o papel planejado por Lee e o roteirista James Schamus. “Descobrir esse rapaz, pessoalmente, foi a maior conquista do meu filme”, disse o diretor em entrevista coletiva.
Sentado ao lado do cineasta, Martin retribuiu o elogio, sem perder a piada. “Trabalhar com Lee foi como estar com o professor do ‘Karatê kid’.”
O livro que deu origem ao filme
Foto: Divulgação
‘Aconteceu em Woodstock’ é uma história real escrita por Elliot Tiber, o homem que levou o maior festival de música da humanidade para a pequena cidade de Bethel, próxima de Nova York. Tiber conta no livro que ‘Woodstock’ aconteceu quase por acaso. Para salvar o hotel dos pais da falência, ele ofereceu o terreno para promover um show de rock e arrecadar dinheiro. Ele só não sabia das proporções que o evento tomaria.
1 Comentário para "Aconteceu em Woodstock"
Ang Lee por Ang Lee… Amei!!!