Mostra Um Curta Por Dia - Repescagem 2025 - Novembro

Tudo Sobre o Festival de Cinema Francês do Brasil 2025

Tudo Sobre o Festival de Cinema Francês do Brasil 2025

Antes Varilux, evento, que acontece de 27 de novembro até 10 de dezembro, muda nome para ser o único evento cultural francês de âmbito nacional

Por Fabricio Duque

Não é de hoje o encantamento recíproco de admiração que franceses e brasileiros nutrem um pelo outro. Era Glauber Rocha e Jean-Luc Godard. Era Jean-Paul Belmondo no Rio de Janeiro. Inserções de música brasileiro em filmes franceses e vice-versa. Por exemplo, em sua recente vinda ao Brasil, o diretor artístico do Festival de Cannes, Thierry Frémaux, reiterou isso tudo que disse ao falar de forma apaixonada sobre os filmes de Carlos Diegues (nosso Cacá para os íntimos, mas que lá na terra do croissant, precisou usar o nome mais completo porque o outro significava “caca”). Os episódios “troca de carícias” são muitos. E vira e mexe nosso país homenageia o de lá, este ano, este, inclusive, foi o ano do Brasil, que recebeu a honraria no Mercado de Cannes. É, tudo misturado. Um dos frutos já tradicionais e um dos eventos mais importantes do ano é o Festival de Cinema Francês do Brasil, que mudou de novo, tirou o Varilux, ainda que tenha como um dos patrocínios a empresa de lentes oculares. 

Seus curadores Emmanuelle Boudier e Christian Boudier explicaram que “esse novo nome revela melhor nossa especificidade: a de ser o único evento cultural francês de âmbito nacional”. E “pela segunda vez em 15 anos de festival, a atriz Isabelle Huppert, que vem apresentar o filme A Mulher mais rica do mundo, de Thierry Klifa, que abre este festival no Rio de Janeiro”, complementaram. A programação debutante traz vinte e um longas-metragens, que passaram em festivais de cinema pelo mundo, como “Partir Un Jour” (na tradução de “O Segredo da Chef”), de Amélie Bonnin, que abriu o Festival de Cannes deste ano. 

Leia também:

A Programação Completa no Rio de Janeiro por dias e horários 

Confira a Programação geral no Brasil

O Festival de Cinema Francês do Brasil 2025 traz uma grande delegação francesa (com 8 artistas) que participará de debates. Além de Isabelle Huppert, o festival homenageia Pierre Richard, que nas palavras de Bernard Payen, o Programador da Cinémathèque Française, diz que “durante muito tempo, acreditou-se que só existia um Pierre Richard. Ainda hoje, pronunciar o seu nome desperta em muitos espectadores franceses, mas também de outros países, lembranças emocionantes de comédias populares, nas quais a figura excêntrica e familiar que ele interpretou em vários filmes provoca risadas instantâneas”. Serão exibidos os filmes “O Brinquedo” (1976) e “Os Fugitivos” (1986), de Francis Veber; “Louro, Alto e de Sapato Preto” (1972), de Yves Robert; e “Um Sopro Entre os Dentes” (1974), de Marco Pico. 

Há também pelo oitavo ano o Laboratório Franco Brasileiro de Roteiros, coordenado por François Sauvagnargues, ex-diretor geral do Festival Internacional de Programação Audiovisual (Biarritz, França). Destinado a roteiristas, diretores e produtores, o laboratório permite o desenvolvimento da escrita dos projetos dos participantes, principalmente de roteiros de longa-metragem e séries de TV. O objetivo é acompanhar a escrita e orientar os autores, ajudando-os a encontrarem suas particularidades e reforçarem a narrativa. Os formadores são: Claire Barre; Corinne Klomp; Akima Seghir; e Jean-Marie Chavent. 

Os projetos de Séries:

1. A Suplicante, de Samuel Brasileiro, Fortaleza, Ceará (co-criadora: Natália Maia)
2. Braxit, Erik Hewitt, São José do Calçado, ES
3. Deportados, de Lívia Gaudencio, Belo Horizonte, MG
4. Escala Glasgow, de Fernanda Storolli, São Paulo, SP
5. Korini, de Juliana Adorna, São Paulo, SP
6. Quimera, de Rafael Lobo, Brasília (co-criador: Lucas Gehre)
7. Sem Receita, de Ana Squilanti, São Paulo, SP
8. Vento Azul, Mariana Tesch, São Paulo, SP

Os projetos de Longas:

1. Brilhante, de Carol Silva, Sabará, MG (co-roteirista: May Santos)
2. Fé e Fuzil, de Guilherme Quintella, São Paulo, SP
3. Interior, de Letícia Tomazella, São Paulo, SP
4. Noite Escura, de Ana Clara Taunay, Rio de Janeiro, RJ (co-roteirista: Thiago Amendoeira)
5. O Bando, de Matheus Rocha, Recife, PE
6. O Estranho Menino, de Matias Mariani, Rio de Janeiro, RJ (co-roteirista: Maíra Bühler)
7. O Outro Lado da Lua, de Yann Rodrigues, São Paulo, SP
8. O Rio de Lágrimas Corre no Vale do Amor, de Ulisses Arthur, Maceió, AL

O Festival de Cinema Francês do Brasil 2025 traz também pelo terceiro ano a Mostra de Filmes em Realidade Virtual, totalmente gratuita, de 27 de novembro a 10 de dezembro no Estação Net Rio e no Cinesystem Belas Artes, no Rio de Janeiro. E no Shopping Cidade São Paulo, em SP. Com Curadoria de Michel Reilhac, fundador de Venice VR. São cinco filmes: “Danse, danse, danse – Matisse” (10’), de Agnès Molia e Gordon; “Less than 5gr os Saffron” (7’), de Négar Motevalymeidanshah; “Jack and Flo” (14’), de Amaury Campion; “Marins des glaces” (8’), de Jérôme Waeselynck; e “La triste histoire de la petite souris qui voulait devenir quelqu’un” (30’), de Nicolas Bourniquel, Floriane Cortes. 

L'Étranger

Já para o programa educativo do Festival de Cinema Francês do Brasil visa proporcionar a interação e a integração dos diversos públicos com o universo do cinema francês contemporâneo. Para isso, instituições de ensino são convidadas a participar das sessões gratuitas, realizadas em salas de cinema, centros culturais, escolas e cineclubes, simultaneamente, em todo território nacional. Este ano, escolhemos apresentar o filme de animação Maya, me dê um título, de Michel Gondry, um filme poético, engraçado e muito criativo. Aprenda como fazer seu filme de animação em papel cortado com o tutorial aqui!

Os filmes que serão exibidos de amanhã, 27 de novembro até 10 de dezembro, são: “O Apego”, de Carine Tardieu; “13 Dias, 13 Noites”, de Martin Bourboulon; “Os Bastidores do amor”, de Victor Rodenbach; “Era uma vez Minha Mãe”, de Ken Scott; “O Estrangeiro”, de François Ozon (exibido no Festival de Veneza deste ano); “Eu, que te amei”, de Diane Kurys (Festival de Cannes 2025); “Fanon”, de Jean-Claude Barny; “Fora de controle”, de Anne Le Ny; “Jovens Mães”, de Jean-Pierre et Luc Dardenne (Melhor Roteiro e Prêmio Ecumênico do Festival de Cannes 2025); “La Pampa”,de Antoine Chevrolier; “Mãos à obra”, de Valérie Donzelli (Melhor Roteiro no Festival de Veneza 2025); “Maya, me dê um título”, de Michel Gondry; “Mercato, os donos da bola”, de Tristan Séguéla; “A Mulher mais rica do mundo”, de Thierry Klifa (com Isabelle Huppert, Fora de competição no Festival de Cannes 2025); “Operação Maldoror”, de Fabrice du Welz; “O Segredo da Chef”, de Amélie Bonnin (filme de abertura do Festival de Cannes 2025); “Sonho, logo existo”, de Pierre Richard (Festival de Cannes 2025); “Uma Jornada de Bicicleta”, de Mathias Mlekuz (Prêmio Valois de Música de Filme – Festival do Cinema Francófono de Angoulême); “Vizinhos Bárbaros”, de Julie Delpy; “Voz de aluguel”, de Fabienne Godet; e o clássico de 1981 “A Cabra”, de Francis Veber (com Pierre Richard e Gérard Depardieu). 

Apoie o Vertentes do Cinema

Deixe uma resposta