Curta Paranagua 2024

Tudo (ou quase tudo) sobre a exposição Terror no Cinema no MIS SP

Terror no Cinema

Tudo (ou quase tudo) sobre a exposição Terror no Cinema no MIS SP

Com a curadoria de Andre Sturm, a exposição é dividida em muitos subgêneros e traz clássicos do cinema até o dia 31 de janeiro de 2024

Por Clarissa Kuschnir

Eu fui a típica adolescente que adorava ir à videolocadora nos finais de semana, para alugar filmes de terror. E sim, eu adorava convidar meus amigos para as sessões de vídeo na minha casa. E geralmente, eram todos desse gênero. Sou de uma época dos primeiros filmes da saga “Sexta-Feira 13”, “A Hora do Pesadelo”,A Hora do Espanto” (que continua sendo um dos meus preferidos), “A Hora dos Morto Vivos”, “Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio”, “Garotos Perdidos” (essa trilha sonora nunca saía – sai – da minha cabeça),” Brinquedo Assassino”,A Coisa”, “Poltergeist”, “A Mosca”, Gremlins”, “A Casa do Espanto”, “Um Lobisomem Americano em Londres”, entre tantos outros, até os trash. Ou seja, esse foi um pouquinho dos meus anos 80, acho que bem cinéfilo. E bem terror também.

Tudo isso é uma introdução para falar que a exposição Terror no Cinema está imperdível, já em cartaz no MIS de São Paulo até o dia 31 de janeiro de 2024. E digo que entre as várias exposições que fui lá, essa é uma das melhores, porque a grande sacada daqui é justamente a proibição de entrar com celular para fotografar e filmar o tour, que leva mais ou menos uma hora. E o melhor, totalmente gratuita (às terças-feiras). Como se fala nos filmes, a expressão “sem spoilers” ganha um significado todo especial. Cada sala e cada reconstituição são um puro deleite para os amantes do gênero do “medinho”. Aqui, o público muitas vezes pode interagir com os objetos, sentir os cheiros, levar sustos, ou seja, é como se o visitante fosse o próprio protagonista das histórias.  

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Com a curadoria de Andre Sturm (Diretor Geral do MIS), a exposição é dividida em muitos subgêneros e traz clássicos do cinema como “O Gabinete do Dr. Caligari”(1920), “Nosferatu”(1922), “Psicose” (1960), “O Exorcista” (1973),  “Alien, o Oitavo Passageiro” (1979), “O Iluminado” (1980), “Sexta-feira 13” (1980), “O Silêncio dos inocentes” (1991), “A Bruxa de Blair” (1999), e tantos outros. Os diversos itens fazem parte de acervos parceiros do MIS, como a Biblioteca Margaret Herrick, responsável pela preservação da coleção da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, criadora do Oscar. A seleção inclui pôsteres, documentos, fotografias, materiais promocionais de filmes, além de figurinos e adereços usados em cena. Objetos exclusivos, cedidos por estúdios parceiros – como a máscara utilizada na franquia “Pânico”, da Paramount Pictures – também fazem parte da exposição, além dos figurinos e a navalha de “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” (2007), o vestido da Samara de “O Chamado 3” (2017) e documentos de produção com anotações de William Friedkin, diretor de “O Exorcista” (1973).

Terror no Cinema

HORROR NA BOCA

Além da Terror no Cinema, o visitante também terá a oportunidade de visitar  a exposição Horror na Boca, um plus aos amantes do gênero. Nesta parte, é incluso diversos cartazes originais,  alguns objetos e cenas raras de filmes, em 16mm e 35mm, da época da Boca do Lixo, gênero do cinema paulistano que fez muito sucesso entre os anos 60 aos 90. Com curadoria de Marcelo Colaiácovo, a exposição Horror na Boca traz materiais originais do acervo do novo museu Soberano – Rua do Triunfo, mostrando um pouco da história do cinema de horror de São Paulo. Entre os destaques, está o cartaz original de 1969 do filme “O Ritual dos Sádicos”, de José Mojica Marins, inicialmente proibido devido à censura e renomeado posteriormente como “O despertar da Besta” no lançamento em 1986, quando foi finalmente liberado pela censura. 

A exposição também homenageia diversos cineastas como: Adriano Stuart, Rosângela Maldonado, John Doo, Ody Fraga, David Cardoso, Clery Cunha, Jair Correia, Fauzi Mansur, Juan Bajon, Luiz Castillini, Jean Garrett, entre outros cuja marca no gênero é notável pela combinação única de elementos de horror, erotismo e até humor, com sua paródia debochada, característica da pornochanchada. Inclusive, na exposição, tem até uma sessão imprópria para menores de 18 anos, onde são apresentados cartazes com filmes de cunho mais eróticos. O que me faz lembrar da época em que as videolocadoras tinham uma sessão proibida para os filmes pornôs, em uma sala separada. E é aí que morava a curiosidade.

Complementando, a exposição traz uma linha do tempo sobre a produção do cinema com elementos de horror na Boca do Lixo paulista, essa feita em parceria do curador com o pesquisador Carlos Primati. Horror na Boca fica até o dia 21 de janeiro de 2024 e a entrada é gratuita. Então, se você for de São Paulo ou estiver pela cidade, vale à pena conferir essas duas imperdíveis exposições.

Terror no Cinema

SERVIÇO

Terror no Cinema e Horror na Boca

Local: MIS – Museu da Imagem e do Som

Endereço: Av. Europa, 158 – Jardim Europa

Tel: 11 2117-4777

De terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 20h; domingos e feriados: 10h às 18h (permanência até 1h após o último horário).

Ingressos para o Terror no Cinema R$30 (inteira) e R$15 (meia). Entrada gratuita às terças-feiras. 

Horror na Boca a entrada é gratuita todos os dias.

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