Direção: Christine Jeffs
Roteiro: Megan Holley
Elenco: Amy Adams, Emily Blunt, Alan Arkin, Jason Spevack.
Fotografia: John Toon
Música: Michael Penn
Direção De Arte: Guy Barnes
Figurino: Alix Friedberg
Edição: Heather Pearsons
Efeitos Especiais: Digiscope / Drumfire / Great Fx
Produção: Jeb Brody, Peter Saraf, Marc Turteltaub e Glenn Williamson
Distribuidora: Overture Films (EUA) / Europa Filmes (Brasil)
Duração: 91 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2009
COTAÇÃO: BOM
“Trabalho sujo” é mais um filme com o título voltado ao marketing comercial e não condiz com o argumento contextual. Isso porque o longa apresenta uma atmosfera independente e econômico, resgatando o gênero Munblecore (em que os atores são os principais elementos do universo abordado). O original “Sunshine cleaning”, dos produtores de “Pequena Miss Sunshine”, é o nome da empresa de limpeza da personagem principal. O “trabalho” requer remover a sujeira de locais onde pessoas, que já morreram, moravam. A ideia expõe ao espectador as consequências das escolhas da vida, com suas frustrações, desastres, fracassos e a necessidade extremada de mostrar ao outro qualquer vitória. Os personagens são cobrados a vivenciar o alheio como se fosse deles. Rose Lorkowski (Amy Adams, de “Prenda-me se for capaz”, “Dúvida”, “Julie e Júlia”) fez sucesso na juventude, quando era líder de torcida. Atualmente ela trabalha como diarista e busca por uma vida melhor para ela e seu filho, Oscar (Jason Spevack). Norah (Emily Blunt, de “A jovem Rainha Vitória”, “Mente que mente”), a irmã mais nova de Rose, ainda mora com o pai Joe (Alan Arkin, de “Pequena Miss Sunshine”), que está elaborando mais um plano para enriquecer rapidamente.
Quando Rose toma conhecimento da alta quantia que pode ganhar com a limpeza de cenas de crimes e a remoção de lixo tóxico, ela e Norah decidem se unir para abrir sua própria empresa, a Sunshine Cleaning. Aos poucos elas percebem que o novo empreendimento também as ajudará a dar um novo rumo em suas vidas. A sinopse acima fala sobre oportunidades e preconceitos de tipos de emprego. Limpar o “lixo” dos outros pode ser considerado por uns indigno, porém por outros é o próprio ganha-pão. O núcleo de protagonistas mostra sonhos almejados – surreais ou não – utópicos ou não. É a busca da sobrevivência pela comida, moradia, escola do filho e pela dignidade. O personagem sonhador, em determinado momento, precisa acordar e experimentar a vida real. A personagem Rose tem que se acertar com o passado e com o seu presente. A sua irmã resolver as pendências com sua mãe. O filho de Rose está nisso tudo, não se encaixando na própria vida que leva. Eles ainda convivem com as picardias cruéis dos outros que tentam aparentar melhores do que são utilizando a altivez defensiva – e agressiva. Em relação à parte técnica e a narrativa, não há muito o que dizer.
É clássica e comum, sem experimentações. O ponto alto é o roteiro, que trabalha de forma limpa e leve a forma como se conta a história. Não se pode negar os baixos. Há falhas explicativas, não se estruturando a base, despejando tramas e reviravoltas sem equilíbrio. Assim, o filme é prejudicado, mitigando a atenção e não definindo exatamente qual trajetória o espectador tem que seguir. São vários filmes dentro de um filme. Concluindo, não é um longa ruim. Pelo contrário, recomendo, mas com ressalvas, já que se encontram “sujeiras” que ainda não foram removidas. Baseado em uma história real narrada no programa de rádio “All Things Considered”, em 2001, no qual duas amigas que viviam no subúrbio de Seatlle abriram um negócio de remoção de lixo biológico. As filmagens aconteceram na cidade de Albuquerque, no Novo México, com orçamento de US$ 8 milhões. Seleção Oficial – Festival de Sundance 2008.
A Diretora
Christine Jeffs nasceu em 1963, Lower Hutt, Nova Zelândia. Ela se formou pela Universidade de Massey com B.A. em Sociologia e Geografia. Jeffs entrou na indústria cinematográfica para trabalhar em pós-produção de áudio. Como editora-assistente ela trabalhou em vários documentários na Nova Zelândia, bem como nos filmes Send a Gorilla de Melanie Read, Ruby and Rata de Gaylene Preston, Absent Without Leave de John Laing e Crush de Alison Maclean (estrelado por Marcia Gay Harden). Em 1990, ela se formou em montagem no Australian Film, Television and Radio School e começou a editar filmes, bem como anúncios publicitários. Seu primeiro curta-metragem, Stroke, que ela escreveu, dirigiu e editou, foi exibido em festivais de cinema, incluindo Cannes e Sundance. Seu primeiro longa-metragem, Rain, para o qual ela adaptou o roteiro do romance de Kirsty Gunn, foi selecionado para a sua estreia mundial na Quinzena de Diretores no Festival Internacional de Cinema de Cannes de 2001. Depois de Cannes, Rain foi convidado para ser exibido por todo o mundo. Concomitante com a sua projecção no Festival de Cinema de Sundance, em janeiro de 2002, Jeffs foi eleita pelo “Daily Variety” uma das “10 Diretores to Watch.” Em 2003, Jeffs dirigiu Sylvia – Paixão Além das Palavras, a biografia da poetisa Americana Sylvia Plath e seu marido Ted Hughes. O filme foi estrelado por Gwyneth Paltrow e Daniel Craig.