Curta Paranagua 2024

Salve Geral

A opinião

É um filme tenso, do ínicio ao fim. Aborda o dia que a cidade de São Paulo parou pela ótica da história de um jovem que comete, irresponsavelmente, um crime. O longa, com a fotografia granulada, mostra até que ponto uma mãe chega para defender seu filho. A prisão começa para os dois lados. Há a deterioração da ética, porém o filme não julga o certo ou errado. Apenas descreve as ações. O sistema penitenciário é críticado pelos presos que resolvem ‘salvar’ o país. “Cara, tá cheia, mas não tá lotado”, diz um preso. A trama em si, com algumas cenas do sofrimento da mãe e da perda da sua pureza – quando penetra e conhece a fundo a movimentação do crime organizado, prende o espectador na cadeira do cinema. Mas em relação às interpretações – são sessenta e dois personagens com fala – o roteiro não convence, pairando na superfície. Falta ousadia. Peca por mitigar o aprofundamento das situações e dos diálogos, comportando-se assim de maneira politicamente correta e ingênua na forma de tratar os personagens. Demonstrou-se artificial e encenado, mais preocupado com a técnica do que a fluidez da realidade. Quando os personagens questionam-se, algumas falas são muito interessantes “A violência é o natural do preso”, “Quando eu fico com muito, eu fecho os olhos”, “O salve é isto: uma festa em cada bairro”, “Amor e tosse não dá para esconder” e “Às vezes é melhor um péssimo juiz do que um ótimo advogado”. Mas quando tenta manipular quem está assistindo com músicas clichês e sentimentalóides, vários pontos são perdidos no quesito da pergunta assistir ou não assistir. Sim, deve assisti-lo, porque é um dos candidatos a ser indicado a melhor prêmio de Filme Estrangeiro do Oscar de 2010. Mesmo com várias deslizes, o filme vale a pena.

Ficha Técnica

Diretor:Sergio Rezende
Roteiro:Sergio Rezende e Patrícia Andrade
Elenco: Andrea Beltrão, Denise Weinberg, Lee Thalor, Eucir de Souza, Chris Couto, Kiko Mascarenhas
Diretor de Fotografia: Uli Burtin
Montador: Marcelo Moraes
Música: Miguel Briamonte
Produtor: Joaquim Vaz de Carvalho
Uma Produção Toscana Audiovisual
Distribuição:Sony Pictures e Downtown Filmes
Co-produção:GloboFilmes

A Sinopse

Lucia, uma professora de piano que ficou viúva recentemente, é surpreendida pela notícia de que seu único filho matou uma jovem. Decidida a tirar o rapaz da prisão, ela se envolve com a organização criminosa responsável por uma série de ações que transformarão a maior metrópole do País em um inferno.

O Diretor

Sérgio Rezende nasceu no Rio de Janeiro, 09 de abril de 1951. Dirigiu vários filmes biográficos de personalidades brasileiras como Lamarca, Mauá – O imperador e o rei e Zuzu Angel. Entrou numa disputa judicial com Jorge Caldeira, autor do livro Mauá: empresário do Imperio, que acusou Sérgio Rezende de plágio por usar dialógos inteiros de seu livro no filme Mauá: o imperador e o rei. É um dos diretores e roteiristas mais ativos da história recente do cinema brasileiro, Sérgio Rezende é responsável por filmes como ‘Zuzu Angel’ (2006), ‘Quase Nada’ (2000), ‘Mauá – O Imperador e o Rei’ (1999), ‘Guerra de Canudos’ (1997) e ‘OHomem da Capa Preta’ (1986). Acostumado a inventar mentiras para revelar a verdade por trás de histórias reais, como gosta de dizer, inspirou-se nos ataques criminosos que pararam São Paulo e chocaram o Brasil para criar seu novo filme, ‘Salve Geral’.

Filmografia

2006 – Zuzu Angel
2004 – Onde Anda Você
2000 – Quase nada
1999 – Mauá – O imperador e o rei
1997 – Guerra de Canudos
1994 – Lamarca
1989 – Doida demais
1986 – O homem da capa preta
1982 – O sonho não acabou
1980 – Até a última gota

A Atriz

Andréa Viana Beltrão (Rio de Janeiro, 16 de setembro de 1963) é uma atriz de cinema, teatro e televisão. Iniciou a carreira no Teatro Tablado, fundado por Maria Clara Machado, onde estreou interpretando o personagem João Grilo, da peça O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. Na década de 80, integrou diversos grupos teatrais, entre eles o Arco da Velha, em que realizou trabalhos em orfanatos e hospitais infantis, o Manhas e Manias, que recebeu ao todo 13 prêmios por seus espetáculos infantis, e o Manhas de Cabaré, que promoveu a reforma do teatro Gláucio Gil com espetáculos de dança, música e cursos de teatro.
Recebeu o Prêmio Shell de melhor atriz pela peça A Prova (2002), dirigida por Aderbal Freire Filho. Em junho de 2005, junto com a amiga Marieta Severo, inaugurou o Teatro Poeira, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Em 2008, ganhou novamente o prêmio de melhor atriz, desta vez por sua atuação, ao lado de Marieta Severo, na peça As Centenárias, de Newton Moreno.

Filmografia

1984 – Bete Balanço
1984 – Garota Dourada
1985 – O Rei do Rio
1985 – Os bons Tempos Voltaram: Vamos Gozar Outra Vez
1986 – A Cor do Seu Destino
1986 – As Sete Vampiras
1986 – Rock Estrela
1987 – O Bebê
1989 – Minas-Texas
1990 – O Escorpião Escarlate
1991 – Vai Trabalhar, Vagabundo II
1997 – Pequeno Dicionário Amoroso
2001 – A Partilha
2003 – Chatô, o Rei do Brasil
2004 – Cazuza – O Tempo não Pára
2005 – O Coronel e o Lobisomem
2007 – A Grande Família – O Filme
2008 – Romance
2007 – Jogo de Cena
2009 – Verônica

Pix Vertentes do Cinema

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