Saiba tudo o que aconteceu na Mostra Audiovisual Arte, Corpo Representação
Confira o vídeo na íntegra (na parte de cima desta matéria) da masterclass que a atriz Patrícia Niedermeier ministrou à convite dos curadores Marcelo Caldas e Gabriel Moreno
Por Fabricio Duque
Do dia 19 a 30 de Março, a Caixa Cultural do Rio de Janeiro, na Rua do passeio 38, recebeu a Mostra Audiovisual – Arte, Corpo Representação. Com curadoria de Marcelo Caldas e Gabriel Moreno, a mostra reuniu 17 obras audiovisuais, entre longas, curtas e médias, e 3 masterclass, ao longo de 12 dias. Uma dessas masterclass imperdíveis é “Corpo como objeto de transformação na produção audiovisual”, que a atriz/diretora/performer Patricia Niedermeier ministrou no dia 19 de março, após exibir o programa Viagens (com 13 videoartes). Sua palestra a um público atento versou sobre toda a metafísica de um corpo em movimento temporal. E no dia seguinte, foi exibido “Salto no Vazio”, de Patricia e Cavi Borges, este que também integrou a lista de debates e conversas sobre novos caminhos do “Produzir, distribuir e exibir no cinema brasileiro atual”.
Na Mostra Arte Corpo e Representação, aconteceu também outro debate, após a sessão de curtas com “Curai-vos” de Clementino Jr., “Caminhos Afrodiaspóricos no Recôncavo da Guanabara” de Wagner Novais, e “Itaperaí” de Iagor Peres e Gê Viana, a conversa com o público contou com a presença dos realizadores e mediação por Filippo Pitanga.
Foi exibido também “Hashtag”, o mais recente longa de Caio Soh (de “Canastra Suja”, “Minutos Atrás” e “Teus Olhos Meus”), e depois um debate com o diretor, mediado por Filippo Pitanga.
Com toda a programação gratuita, a mostra reuniu filmes como o sucesso de público (e crítica) “Nosso Sonho”; o premiado “Um Filme de Verão”; e os vídeos de outras plataformas como “Barbeiros e Autoestima do menor do morro” filmado pela jovem Afotogracria para as redes sociais.
A mostra é dividida em 2 temas: “Identidades Afirmativas” e “Realismos Cotidianos e Sonhos Alados”, costurando relações e possibilidades do entendimento sobre o corpo. Estes temas são entendidos como peças chave para se relfetir sobre a representação do corpo no Audiovisual e nas Artes Plásticas. E estabelece conexões entre diferentes formas de expressão, tecendo diálogos com as exposições “Comigo Ninguém Pode” de Jeff Alan e “Fusão” de Gustavo Magalhães. A partir desse elemento representativo central dos corpos, como ponto de partida para refletirmos: o que podemos mirar e quais elementos nos baseamos ao representar o corpo humano, seja nas artes plásticas seja no audiovisual.
Um convite para um olhar abrangente e crítico sobre as possibilidades de criação artística, incentivando os participantes a questionarem e interpretarem as obras apresentadas.
A Mostra Audiovisual – Arte, Corpo Representação, uma iniciativa do Programa Educativo Caixa Gente Arteira, tem a produção de Guatá – Caminhos da Arte e Instituto Mentores Hub e é uma realização Caixa Econômica Federal e Governo Federal Brasil União e Reconstrução.
CONFIRA TODA A PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA AUDIOVISUAL – ARTE, CORPO REPRESENTAÇÃO
Corpos, Identidades Afirmativas
Terça-Feira – 19/03
18h00
– VIAGENS (13 videoartes / 38 min / 2024) Realizados por Patrícia Niedermeier e Cavi Borges – Sinopse: Durante viagens pela Holanda, Paraíba e Belo Horizonte pensando na interação entre os espaços e o corpo. Classificação Indicativa: 12 anos
– Após o filme teremos a masterclass com Patricia Niedermeier: Corpo como objeto de transformação na produção audiovisual.
Quarta-Feira – 20/03
18h00
– Salto no Vazio (exp / 90 min / 2021) Direção: Patrícia Niedermeier e Cavi Borges – Sinopse: Longa sobre um casal que se separa pela guerra e se correspondem através de videocartas e fotos. Faz parte da TRILOGIA VIAGENS. Classificação Indicativa: 12 anos
Quinta-Feira – 21/03
18h00
– Curai-vos (ficção / 3 min / 2020) Direção: Clementino Júnior – Sinopse: Omolú é o Orixá das pragas e da cura. Em tempos de isolamento, nele residem os caminhos para uma nova normalidade. Experimento realizado durante o isolamento do COVID-19, em junho de 2020. Classificação Indicativa: 12 anos
– Caminhos Afrodiaspóricos pelo Recôncavo da Guanabara (ficção / 20 min / 2023) Direção: Wagner Novais – Sinopse: Carmem, uma viajante do tempo, reúne dados para a criação de uma mitologia afrodiaspórica no território da Pequena África. Em suas andanças, reúne um legado ancestral, descobre que o tempo é cíclico e que todos podem contribuir para um futuro melhor. Classificação Indicativa: 14 anos
– Itaperaí (exp / 11min / 2023) Direção: Iagor Peres e Gê Viana – Sinopse: No meio da noite cruzando a paisagem. Costurado nas vestes dos Cazumbas. Nos corpos celestes, nas marés e nas festas. O foguete. A joia. Os fogos e a pólvora. Na fotografia, esse mesmo corpo tensiona sua presença na imagem ao criar um buraco gerado pelo excesso do mesmo fator que também o destacaria, o brilho. Classificação Indicativa: 14 anos
– Após as exibições teremos debate com realizador Clementino Júnior, Iagor Peres e Wagner Novais com mediação de Filippo Pitanga.
Sexta-Feira – 22/03
ESPAÇO FECHADO (programação adiada)
Sábado – 23/03
ESPAÇO FECHADO (programação adiada)
Domingo – 24/03
ESPAÇO FECHADO (programação adiada)
Corpos, Realismos Cotidianos e Sonhos Alados
Terça-Feira – 26/03
18h00
– Masterclass com Clementino Júnior: A produção contemporânea audiovisual Afro-diaspórica a partir da experiência do Rio de Janeiro.
Quarta-Feira – 27/03
14h30
– Bandeira de Retalho (ficção / 90 min / 2019) Direção: Sergio Ricardo – Sinopse: Morro do Vidigal, no Rio de Janeiro, 1977. Neno, Tiana e Bituca, bandidos foragidos, iniciaram um complexo triângulo amoroso em uma situação inusitada: enquanto desenrolam a relação, os moradores da comunidade carente acabam de ser surpreendidos pela prefeitura do Rio de Janeiro, que decidiu desapropriar arbitrariamente os barracos do local, alegando risco de deslizamento. A verdade, porém, é outra: a real intenção do governo é construir um grande hotel de luxo. Classificação Indicativa: Livre
– Após o filme teremos debate com os realizadores Cavi Borges, João ator e Mariana Lufti produtora e filhos do cineasta.
18h00
– Tião (exp/ 14 minutos / 2016) Direção: Clementino Júnior – Sinopse: Tião (2016), com argumento e roteiro de Jeferson Pedro, narra o retorno de São Sebastião à cidade do Rio de Janeiro, agora num corpo negro, interpretado por Hugo Germano. Ele ressurge na Glória, aos pés da estátua do santo e perambula pela cidade: pega o trem até Bonsucesso, passa pelo Complexo do Alemão, Santa Teresa, Sambódromo, Candelária, até retornar de onde veio. Classificação Indicativa: 14 anos
– Entre a Colônia e as Estrelas (ficção / 49 min / 2021) Direção: Lorran Dias – Sinopse: Colônia Juliano Moreira, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Estelar trabalha em um hospital psiquiátrico e tem visões do passado. Durante uma crise hídrica no estado, recebe Kalil – seu irmão mais novo – para morar em sua casa. Em meio às divergências políticas e identitárias entre ambos, Estelar percebe que é preciso coragem para rever suas posições conservadoras. Ela inicia uma saga que a levará onde residem todas as diferenças, tempos, abismos e mistérios entre nós. Classificação Indicativa: 10 anos
– Após os filmes teremos debate com Lorran Dias e Jeff Allan, artista da exposição em cartaz “Comigo Ninguém Pode”. Mediação de Marcelo Caldas.
Quinta-Feira – 28/03
14h30
– Masterclass com Cavi Borges: Um celular na mão e uma ideia na cabeça, os desafios e oportunidades do realizador contemporâneo de audiovisual.
18h00
- Babeiros e Autoestima do menor do morro (doc/2 min/2023) Direção: Salém (Afotogracria) – Sinopse: Dirigido por Afotogracria esse curta metragem explora o cotidiano dos barbeiros da Favela da Rocinha no Rio de Janeiro. Autoestima e estética masculina ganham aqui destaque e contornos próprios no dia a dia do homem preto favelado. Classificação Indicativa: Livre
– Minha Casa Minha Encruzilhada (exp / 30 min /2023) Direção: Fernando Porto – Sinopse: “Quando o meu primeiro gradiente voltar a funcionar. Minha casa Minha Encruzilhada.” Um homem negro transita pelas ruas do centro do Rio de Janeiro. Sabe o nome das ruas, a numeração das casas, mas de quando em vez esquece o caminho da sua. E, vendendo seus objetos garimpados nas esquinas da memória, ele vai deixando um pouco de si pelas ruas da cidade. Classificação Indicativa: Livre
– Após as exibições teremos Debate com realizadores: debatendo o entrecruzamento entre o campo das Artes Visuais e as afirmações identitárias a partir da trajetória dos realizadores. Mediação de Gabriel Moreno. Participação especial de Gustavo Magalhães, artista da exposição em cartaz “Fusão”, indicado ao prêmio PIPA 2024.
Sexta-Feira – 29/03
14h00
– Um Filme de Verão (ficção / 94min / 2021) Direção: Jô Serfaty – Sinopse: Habitantes da carente comunidade de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, quatro jovens vivem suas rotinas e buscam realizar seus maiores sonhos durante os meses mais quentes do ano, enquanto tentam conciliar as aspirações pessoais com os problemas, que vão desde crises adolescentes até o perigo constante de certos locais precários próximos de suas casas. Classificação Indicativa: 14 anos
16h00
– Noções de Casa (ficção / 12 min / 2020) Direção: Giulia Maria Reis – Sinopse: O que parece haver de mais comum num filme de afeto neste filme se revela no específico. A construção da afetividade enquanto imagem é processo que o curta monta e desmonta simultaneamente. Trazendo, para seu corpo estético, soluções que sintetizam e sinalizam afetividades sem que, no entanto, carimbem-se na obra imagens com significados fechados e prontamente traduzíveis. Classificação Indicativa: Livre
– Maria do Rio Vermelho (exp / 5 min / 2020) Direção: Jade Maria Zimbra – Sinopse: vídeo realizado durante a Residência Vila Sul no Instituto Goethe Bahia. Salvador, novembro 2020. Classificação Indicativa: Livre
– Minha História é Outra (ficção / 20 min/ 2019) Direção: Mariana Campos – Sinopse: o amor entre mulheres negras é mais que uma história de amor? Classificação Indicativa: 14 anos
– Após as exibições teremos debate com realizadores e mediação de Taisa Bezerra.
Sábado – 30/03
14h00
– Nosso Sonho (ficção/121 min / 2023) Direção: Eduardo Albergaria – Sinopse: O longa-metragem musical Nosso Sonho, com direção de Eduardo Albergaria (Happy Hour: Verdades e Consequências) apresenta a história da famosa dupla de cantores brasileiros Claudinho e Buchecha (interpretados, respectivamente, por Lucas Penteado e Juan Paiva). A cinebiografia é narrada a partir do ponto de vista de Buchecha e mostra como a amizade entre os dois – que começou ainda na infância – se transformou em um poderoso combustível para a superação de desafios e diversas conquistas do duo, incluindo o status de maiores fenômenos do funk melody nacional de todos os tempos. O título da produção presta uma homenagem a uma das canções mais conhecidas do grupo, lançada em 1996. Partindo de uma comunidade em Niterói, no Rio de Janeiro, a dupla conquistou o Brasil a partir de ritmo, poesia e músicas envolventes. No filme, também conhecemos a história e as inspirações por trás dos maiores hits da carreira dos cantores, que permaneceram juntos até 2002, quando Claudinho faleceu em um acidente de carro. Classificação Indicativa: 14 anos
16h05
– Caio Soh – Hashtag (ficção / 90 min / 2021) Direção: Caio Soh – Sinopse: Bia Leal é uma celebridade do mundo digital. Modelo e blogueira, ela tem uma vida bem sucedida e está se preparando para comemorar seu aniversário em uma grande festa. Ao mesmo tempo que cria sua imagem na internet, Bia está se desconectando cada vez mais do mundo real, incluindo sua própria família. Vivendo seu melhor momento, ela passa a questionar sua realidade após sofrer uma ameaça de exposição de conteúdo íntimo. O filme é dirigido e escrito por Caio Sóh. As filmagens foram realizadas em 2018, inteiramente por meio de celulares para imergir no mundo digital abordado. Paula Burlamaqui interpreta a protagonista do filme, em seu primeiro papel protagonista no cinema, onde realiza novamente parceria com a atriz Rhay Polster. Ambas as atrizes atuaram como mãe e filha na segunda temporada da telenovela Verdades Secretas. Durante a produção do filme, Léo Rosa foi diagnosticado com câncer nos testículos e seu tratamento acabou entrando como parte da história. O filme, lançado pouco mais de 1 ano após a sua morte, é dedicado ao ator. Classificação Indicativa: 16 anos
– Após o filme teremos debate com realizador e elenco com tema: Filmagem uma experiência sentida. Mediação de Marcelo Caldas.
Domingo – 31/03
15h
– O Último Animal (ficção / 100min / 2023) Direção: Leonel Vieira – Sinopse: Em uma favela do Rio, Didi – recém-formado em contabilidade – quer viver uma vida pacífica e honesta – ao contrário da vida criminosa de seu irmão Calango. Num ensaio de escola de samba, Didi conhece um amigo inglês – Alex – que agora está no Rio como CEO de uma corretora. Neste encontro inesperado, Alex lhe oferece um emprego. Sem saber do mundo ilegal de lavagem de dinheiro em que Alex está envolvido, trabalhando para seu sogro Frank Martinez, Didi aceita ansiosamente a oferta de emprego. Classificação Indicativa: 16 anos