Saiba o que aconteceu na Mesa de Distribuição

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Saiba o que aconteceu na Mesa de Distribuição

Por Fabricio Duque

A Mostra Sesc de Cinema, que se reinventou na terceira edição, acontece com tom etéreo de bucolismo modernizado, nostalgia reconstituída, cinefilia abrasileirada e energia histórica, tudo absorvido e proveniente da cidade colonial de Paraty. Jornalistas, críticos, realizadores, profissionais do Sesc, equipe de produção e seus caiçaras natos e/ou naturalizados podem descobrir nas dificuldades das ruas de pedras uma contundente e condizente metáfora da distribuição de filmes no Brasil.

No quarto dia, a Mesa Distribuição, com representantes das Distribuidoras Vitrine Filmes, Embaúba Filmes, Zeta Filmes e Olhar Distribuidora, Fênix Filmes foi sem sombras de dúvidas a mais importante por pontuar de forma orgânica e incisivamente verdadeira os percalços que cada distribuidor sente quando invoca a ideia de compartilhar uma obra cinematográfica no escurinho da tela grande.

Cinco distribuidoras independentes, com exceção da Vitrine Filmes, esta uma vírgula deslocada devido ao sucesso estrondoso de “Bacurau”, de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (que estreia aqui em Paraty com duas sessões de exibição ao público local), contaram suas angústias, “bilhetes de loteria”, sortes ajudadas pelo Universo, dificuldades impostas pela política pública e os jeitinhos para conseguir sobreviver, como a locadora virtual, um compre e/ou alugue e assista (muitas vezes em lançamento simultâneo com os cinemas).

Durante três horas, a distribuição estava em pauta. Sim, muitos assuntos ainda ficaram de fora, mas a quase “oficina” representou um panorama crítica e de plano futuro do que está por vir.

“Somos ricos em criatividade, mas somos um pais pobre”, disse Priscilla Miranda do Rosário, da Fênix Filmes (que já lançou “O Ciúme”, Amante Por Um Dia”, “À Sombra de Duas Mulheres”, “A Juventude”, “Paterson”, “Visages Villages”, “A Grande Dama do Cinema”, “De Punhos Cerrados”, “Uma Relação Delicada”, “De amor e Trevas”,  “Nahid: Amor e Liberdade”, “Vingança”, “A Árvore dos Frutos Selvagens”, “Sinônimos”, ex Tucuman a debatedora com o discurso mais inflamado. “Não tomo Rivotril, mas vinho para aguentar a pressão”, complementou com a sinceridade de “criar um ato de generosidade com o publico, deixando o nome do título mais palatável”. Será que devemos nivelar a audiência por baixo?

A Embaúba Filmes (uma árvore que nasce em qualquer lugar), do mineiro Daniel Queiroz, que já distribuiu “Arábia”, “Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos”, “No Coração do Mundo”, “Foro Íntimo”, “A Rainha Nzinga Chegou”, “Eu Sou o Rio”, “A Vizinhança do Tigre”, levantou as questões da Condecine e da Taxa VPF: Visual Print Fee), a taxa de cópia digital.

A Olhar Distribuidora foi representada pelo sócio-gerente Argel Medeiros, que lançou “Rafiki”, “Elições”, “Dias Vazios”, “Antonio Um Dos Três”, “Homem Livre”, “Meu Corpo é Político”, abordou a Plataforma VideoCamp.

A Zeta Filmes, representada por Eduardo Garretto Cerqueira, já distribuiu “Jéssica Forever”, “O Fim da Viagem, o Começo de Tudo”, “Maya”, “Ayka”, “Fourteen”, “Longa Jornada Noite Adentro”, “Um Elefante Sentado Quieto”, “Estação do Diabo”, “Yara”, “Asako I & II”, “Torre, Um Dia Brilhante”, “Um Dia”, “Takara”, “Tesnota”, “Hannah”) abordou o Festival Indie e o término do Cinema do Brasil, que “ajudava os distribuidores independentes a terem descontos” e espaço de representatividade no exterior. “O nosso esforço não é para levar o filme para o cinema e sim para o público”.

A Vitrine Filmes, pelo diretor Felipe Lopes, é a maior da mesa. Além da mega estreia “Bacurau”, a distribuidora é um importante veículo aos filmes nacionais: “A Noite Amarela”, “A Luta do Século”, “A Vida Invisível”, “Alguma Coisa Assim”, “Animal Político”, “Aquarius”, “Avanti Popolo”, “Bacurau”, “Baronesa”, “Beira-Mar”, “Benzinho”, “Branco Sai, Preto Fica”, “Califórnia”, “Camocim”, Castanha”, “Cinema Novo”, “Corpo Elétrico”, “Desassossego”, “Diamantino”, “Divinas Divas”, “Divino Amor”, “Djon África”, “Doce Amianto”, “Doméstica”, “Ela Volta na Quinta”, “Elegia de Um Crime”, “Eles Voltam”, “Elon Não Acredita na Morte”, “Esse Amor Que Nos Consome”, “Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar”, “Fala Comigo”, “Fome”, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”, “Girimunho”, “Historietas Assombradas”, “Histórias Que Só Existem Quando Lembradas”, “Homem Comum”, “Jonas e o Circo Se Lona”, “Laura”, “Lembro Mais dos Corvos”, “Los Silêncios”, “Martírio”, “Mormaço”, “Muito Romântico”, “Mulher do Pai”… Ufa! Ainda há muito mais e com críticas no Vertentes do Cinema.

“O não a gente já tem, vamos atrás da humilhação”, disse Felipe, que contou uma curiosidade: “Tivemos que tirar a logo Cannes de Bacurau para ganhar publico”. “Obrigado terapia!”, finalizou.

Confira o vídeo completo acima!

Pix Vertentes do Cinema

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