Ficha Técnica
Direção: Steven Quale
Roteiro: Eric Heisserer, baseado nos personagens criados por Jeffrey Reddick
Elenco: Nicholas D’Agosto, Emma Bell, David Koechner, Tony Todd
Fotografia: Brian Pearson
Música: Brian Tyler
Direção de arte: Sandi Tanaka
Figurino: Jori Woodman
Edição: Eric A. Sears
Produção: Craig Perry
Distribuidora: Warner Bros. Pictures
Estúdio: New Line Cinema, Jellystone Films
Duração: 95 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2011
COTAÇÃO: BOM
A opinião
A franquia “Premonição”, tradução de “Final Destination”, algo como “Destino Final”, instaurou um novo gênero de terror ao personificar a morte nos detalhes cotidianos, utilizando inúmeras possibilidades existentes no universo ao nosso redor. Madeiras, vidros, ferro, aço, água, tomada e ou uma simples torradeira podem ajudar que pessoas finalizem suas vidas na existência terrestre. O primeiro filme tornou um sucesso por abordar um “vilão” que não se pode fugir. A princípio o nome escolhido era “Flight 180”, alusão ao número do vôo da primeira versão. Um adolescente tem uma premonição que o avião vai explodir, então ele e seus amigos resolvem não mais viajar. Todos se surpreendem quando a “visão” anunciada acontece. Porém, os sobreviventes começam a morrer misteriosamente, um a um. A morte usa variados subterfúgios a fim de conseguir o que quer. Os sustos são esperados e necessários, manipulando reviravoltas. Deu certo, então, inevitavelmente, haveria continuações. “Premonição 2” segue a linha, inserindo probabilidades, mas mitiga a sensação da novidade. A parte três vem com menos do que se queria, mas não era totalmente ruim. O quarto descamba ao clichê e a efeitos especiais primários e mal construídos. O que esperar de mais uma continuação? “Premonição 5” investe mais na tecnologia 3D, o deixando infinitamente melhor do que “Premonição 4”, e divulga com o slogan “A morte nunca esteve tão perto”, metáfora tanto ao aprofundamento cinematográfico quanto à narrativa.
O roteiro desta nova versão, servindo como precursor, não necessita do conhecimento prévio dos anteriores, com referências sutis, mas válidas (e com adicionais) aos que viram os outros filmes, como a cena final do avião de número 180. O diretor escolhido foi Steven Quale, estreante em um longa-metragem de ficção. O cineasta já foi supervisor de efeitos especiais em “Avatar” e diretor coadjuvante em “Titanic”. Assisti exibições, uma em 3D e outra sem. O resultado é completamente diferente. Em 3D, a ação torna-se mais real, mais próxima do objetivo pretendido por Steven. A cena inicial (de abertura com os créditos) apresentou o máximo da utilização da terceira dimensão. Já a versão sem esta tecnologia, a imagem não foi tratada decentemente, lembrando um filme nostálgico do final dos anos setenta, negativamente falando. O trash, adotado deste o primeiro, continua presente. Está mais visceral, mais apelativo ao absurdo. A credibilidade visual é elemento descartado, visando ao entretenimento. Confesso que ri muito desde a primeira cena, porque tantos os diálogos, quanto às ações mortais tendem ao exagero e ao clichê, impedindo o convencimento. Há humor perspicaz, de sagacidade, em vários momentos. Porém, se pensarmos no contexto, no todo, perceberemos a atmosfera análoga dos anteriores. A falta da novidade prejudica.
Concluindo, um filme que se define como de entretenimento, que causa sustos, devendo ser visto com amigos, de preferência à noite e em 3D. Apenas um bom filme. As filmagens ocorreram entre 13 de setembro e 14 de dezembro de 2010. Com orçamento estimado de US$ 47 milhões. Um parque aquático chegou a ser cogitado como palco de uma das mortes do filme, mas posteriormente foi descartado. Tony Todd esteve presente nos dois primeiros filmes da série e sua voz pode ser ouvida no terceiro. Ausente do quarto filme, ele retorna neste filme em questão. Além do elemento 3D, os cineastas fizeram a fotografia do filme usando a câmera digital de alta definição “Alexa”, da Arriflex. O diretor de fotografia Brian Pearson diz, “Na pré-produção, Steve e eu tivemos longas conversas sobre o visual do filme. Nós queríamos que ele tomasse um rumo diferente para ter mais cenas dramáticas realçadas pelo 3D e incorporar ângulos largos assim como lentes maiores para selecionar as cenas, algo que não é muito considerado em produções 3D. Nós queríamos muito contraste nos quadros em termos de alcance dinâmico e também em termos de cor, trabalhamos para construir não só um arco de profundidade 3D, mas também um arco colorido ao longo do filme. Usamos muitas cores quentes, dourado, âmbar e luz, mas incorporamos cores frias em certos momentos para distinguir e realçar as cenas dramáticas”.
O Diretor
Steven Quale marca sua estreia como diretor de cinema com Premonição 5. Ele trabalhou com efeitos visuais, cinematografia e direção por 20 anos, incluindo a função de diretor da segunda unidade nos dois filmes mais famosos de todos os tempos, “Avatar” e “Titanic”. Um colaborador de longa data de James Cameron, Quale trabalhou no departamento de arte de “O Segredo do Abismo”, onde ajudou a criar complexas cenas de ação ao construir e filmar vários modelos [de estudo] de sets com uma câmera em miniatura. Após um verão trabalhando no George Lucas’ Industrial Light & Magic, Quale foi chamado novamente para trabalhar em “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”, onde Cameron ajudou a gravar as cenas da segunda unidade.
Em seguida Quale trabalhou como diretor de fotografia em “The Crude Oasis” de Alex Graves. Ele também realizou uma série de atividades na edição especial de “O Segredo do Abismo” incluindo edição de imagens e inserção de todas as músicas novas.
Para “Titanic”, Cameron recrutou Quale para participar a bordo do navio de pesquisas russo Academik Keldysh, da seleção da equipe para a expedição de mergulho para explorar as ruínas do naufrágio. Quando a fotografia principal começou, um ano mais tarde, Quale dirigiu uma grande filmagem da segunda unidade que, para muitos padrões, era maior que do que a maioria das primeiras unidades. Ele desenhou e executou as cenas da Sala de Máquinas, a Sala da Caldeira e todas as cenas de inundação do deck inferior, quando o Titanic atinge o iceberg. Quale também supervisionou os efeitos especiais da cena da Sala das Máquinas. O filme venceu o Oscar® por seus efeitos especiais.
Depois de “Titanic”, Quale continuou seu trabalho na segunda unidade de “As Aventuras de Alceu e Dentinho” e “Mansão Mal Assombrada”. Além disso, gravou comerciais e vídeos musicais, trabalhando com artistas como Eminem, Dream e Montell Jordan.
Em 2001, Quale dirigiu o filme da ABC para a TV “Superfire”, no qual ele criou um inferno flamejante nas florestas da Nova Zelândia. Este filme, com suas cenas de incêndio espetaculares, foi nomeado para o Emmy Award por Melhores Efeitos Especiais Visuais.
Em 2004, Cameron pediu a Quale para voltar ao navio de pesquisas russo Keldysh para codirigir o documentário “Criaturas das Profundezas” em 3D IMAX. Picado pelo inseto dos documentários, Quale em seguida dirigiu o “The Box and Beyond: Training our Troops for Iraq”, para o History Channel. Para este projeto, Quale se juntou à Cavalaria do Exército durante seu treinamento nos campos de batalha iraquianos simulados com alta tecnologia de Fort Irwin (reserva militar).
Cameron chamou Quale novamente para trabalhar em “Avatar” como diretor da segunda unidade e supervisor de efeitos especiais não-Weta (com maquiagem). Quale se tornou um especialista na revolucionária tecnologia de captura que permitiu aos atores do filme realizar performances sutis e emocionais das criaturas renderizadas digitalmente. Na segunda unidade de “Avatar”, Quale aplicou todo o conhecimento que absorveu filmando “Criaturas das Profundezas” em 3D e o levou para um outro nível ao criar cenas de ação impressionantes em 3D. Quale se estabeleceu como um dos pioneiros na direção de material filmado originalmente em 3D de uma maneira orgânica deslumbrante que complementa o processo de narrativa dos grandes filmes.