Por dentro do 71º Festival de Berlim 2021
Por Fabricio Duque
Há um modo novo que se abre. Uma nova Era das exibições online de festivais de cinema. Quase todos aceitaram o desafio no escuro (Veneza bateu o pé e fez presencialmente ano passado). Aqui no Brasil e no Mundo. 2021 já começou trazendo a mesma necessidade de adaptação de 2020. A Mostra de Tiradentes e Sundance em janeiro. Roterdã em fevereiro. E agora, a edição 71 do Festival de Berlim, versão reduzida que acontece de 01 a 05 de março. Pois é, há quem diga que o formato, além de ser democrático e bem mais acessível (Sundance informou que gerou a maior bilheteria da História do festival com as exibições online), é flexível nos horários (cada filme fica disponível por 24 horas). Temos que concordar. Mas e a atmosfera temporal de se precisar estar junto e aglomerado em uma sessão de cinema durante apenas um horário disponível? Sim, sentimos saudosismos da “normalidade” de antes.
O 71º Festival de Berlim conta apenas com 20 jornalistas/críticos. Além do Vertentes do Cinema (presente há anos), Observatório da Imprensa, Valor Econômico, Papo de Cinema, Jundiaí Agora, Goethe.de Brasilien, Canal Brasil Globo, O Globo, Blog do Orlando Margarido Cinema e Afins, Blog do Merten/Wordpress, O Estado de São Paulo, Binoclo, Cine Set, Folha de São Paulo, Spoiler Movies, Laboratório Pop, Omelete Company e Cinema em Cena. Uma edição que conta com três obras brasileiras: a série brasileira do Canal Brasil “Os Últimos Dias de Gilda”, de Gustavo Pizzi; “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi, na mostra Panorama; o curta-metragem “Se hace camino al andar”, de Paula Gaitan na mostra Forum Expanded. A seleção completa dos filmes está aqui.
As mostras Competição (15 filmes), Berlinale Special (11), Berlinale Series (6), Encontros (12), Curtas-metragens (20), Panorama (19), Forum (17), Forum Expanded (28), Geração (15), Perspektive Deutsches Kino (6) e Retrospectiva (27), contabilizam 176 obras para serem assistidas em seis dias. Se dividirmos esse número por 6, teremos 29,33 filmes por dia. É, acho que é um pouco difícil de conseguir. Assim, escolhas são mais que obrigatórias. O que fazer então? Assistir a toda Competição, aos possíveis candidatos ao Oscar, aos brasileiros, aos filmes de diretores/atores que possuímos gostos e afinidades e, o final, a própria sorte.
O Júri, inquestionavelmente, sentirá mais o tempo. No quinta dia 04/03, serão anunciados os vencedores do Berlinale Curtas-Metragens, por Basim Magdy (Egito), Christine A. Maier (Áustria) e Sebastian Urzendowsky (Alemanha), e da Mostra Geração, por Jella Haase (Alemanha), Mees Peijnenburg (Países Baixos) e Melanie Waelde (Alemanha). Na sexta, último dia, 05/03, a mostra Encontros, por Florence Almozini (França), Cecilia Barrionuevo (Argentina) e Diedrich Diederichsen (Alemanha), e finalmente, a mais aguardada, a Competição oficial (o Urso de Ouro), por Ildikó Enyedi (Hungria), Nadav Lapid (Israel), Adina Pintilie (Romênia), Mohammad Rasoulof (Irã), Gianfranco Rosi (Tália) e Jasmila Žbanić (Bósnia).
Os jurados, que já se encontram em Berlim, assistirão aos filmes, presencialmente, em um cinema. As decisões do prêmio serão anunciadas por meio de uma apresentação em vídeo, seguida de um comunicado à imprensa. A cerimônia oficial de premiação acontecerá no Especial de verão (9 a 20 de junho).
O Vertentes do Cinema realizará a cobertura diária, respeitando logicamente os horários dos embargos dos filmes. As críticas serão publicadas após a liberação do próprio Festival de Berlim aqui mesmo no site. Na página principal e na categoria do ano 2021 do Festival de Berlim. Sempre com nosso mascote: o Ursinho punk que mais representa a alma-aura de Berlim (veja a foto abaixo). Acompanhe nossa cobertura no site e nas redes sociais!