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O Concerto

Ficha Técnica

Direção: Radu Mihaileanu
Roteiro: Radu Mihaileanu, com a colaboração de Matthew Robbins e Alain-michel Blanc, Baseados na História de Héctor Cabello Reyes & Thierry Degrandi
Elenco: Mélanie Laurent, Alexeï Guskov, Dmitri Nazarov, François Berléand.
Fotografia: Laurent Dailland
Música: Armand Amar
Direção De Arte: Vlad Roseanu
Figurino: Viorica Petrovici e Maira Ramedhan Lévy
Edição: Ludo Troch
Produção: Alain Attal
Distribuidora: The Weinstein Company (EUA) | Paris Filmes (Brasil)
Duração: 119 Minutos
País: Bélgica, França, Itália, Romênia, Rússia
Ano: 2010
COTAÇÃO: REGULAR

A opinião

“O Concerto” apresenta-se eclético na forma com que conta a história. Pode-se observar variados estilos narrativos: romance, aventura surrealista, política, comédia “indecisa” (já que não há como defini-la), máfia. Ora correndo para despejar elementos na trama, ora esperando a fim de permitir que o espectador respire. É um filme que busca a estranheza. Há caricaturas, estereótipos, humor racista e uma miscelânea de confusões generalizadas. O longa concorre ao Globo de Ouro próximo como Melhor Filme Estrangeiro. Porém, quem resolver assisti-lo mesmo assim, não deve levar em conta esta informação. Como disse, o filme do diretor Radu Mihaileanu é estranho. Quando se acha que a direção é uma, ela muda o rumo das coisas. Estéticas estranhas são interessantes. Os filmes de David Lynch, Robert Altman, Stanley Kubrick imprimem competência em suas obras.

A questão levantada aqui é a utilização deste elemento por si só, sem a sua real necessidade. Há 30 anos, o renomado maestro Andrei Simoniovich Filipov (Alexei Guskov) foi demitido da orquestra de Bolshoi, mas seguiu trabalhando por lá como auxiliar de limpeza. Um dia, ele acaba descobrindo que o Bolshoi foi convidado para tocar no Châtelet Theater, em Paris, e decide reunir seus antigos amigos para tocar no lugar da atual orquestra. Para integrar sua equipe ele pretende que a jovem e exímia solista de violino Anne-Marie Jacquet (Mélanie Laurent) os acompanhe. Se os planos derem certo, este tem tudo para ser um concerto muito especial e um verdadeiro triunfo. A sinopse acima explica a dificuldade de conectar o texto ao resultado pretendido. A trama aborda questões pessoais e individualizadas de seus personagens, funcionando como uma volta ao passado, a fim de resolver pendências e expurgar fantasmas e frustrações.

Com essa oportunidade, os integrantes da orquestra podem modificar o que aconteceu em suas vidas. A aventura acontece quando precisam contatar a trupe. O equilíbrio é mitigado ao criar excessivas reviravoltas. Desta forma, torna-se repetitivo, demorado e transpondo a fase do amadorismo, chegando à prepotência. A falta de explicação comporta-se com positividade, mas se prejudica pela recorrência. As infinitas possibilidades determinadas pelo roteiro manipulam o espectador ao nada, por expor o clichê exacerbado na resoluções das tramas paralelas. A fotografia e a música (que ganhou o Cesar de Melhor Trilha Sonora) são, sem dúvidas, o ponto alto do filme. Rodado em diversas locações como Bucareste, na Romênia; na Praça Vermelha de Moscou, na Rússia; e também no hotel Le Bristol e Théâtre du Châtelet, ambos em Paris, na França. Concluindo, um filme com uma parte técnica competente, mas que se utiliza da própria história para se perder. É uma pena. Não recomendo.

O Diretor

Radu Mihaileanu nasceu em Bucareste, 23 de abril de 1958. É judeu-romeno radicado na França. Ele pubicou um livro de poemas, em 1987, “Une vague en mal de mer”.

Filmografia

1980 – Les Quatre saisons (curta)
1993 – Trahir
1998 – Trem da Vida (Train of Life)
2005 – Live and Become
2009 – O Concerto

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