INSTITUTO MOREIRA SALES EXIBE sete filmes do diretor francês Robert Bresson, entre os dias 18 e 24 de fevereiro, incansável estudioso das especificidades da sétima arte. Os longas programados são: Mouchette (1967), Um condenado à morte escapou (1956), As damas do bosque de Bolougne (1945), O processo de Joana d’Arc (1962), O batedor de carteiras (1959), A grande testemunha (1966) e O dinheiro (1983), o último trabalho do diretor e considerado uma obra-prima do cinema mundial.
Em 1940, Bresson foi prisioneiro dos nazistas por um ano durante a Segunda Guerra. Dois anos mais tarde, dirige seu primeiro longa metragem, Anjos do Pecado (Les anges du péché – 1943). Em seguida, realiza As Damas do bosque de Boulogne (1945), cujo roteiro escreveu a quatro mãos com o poeta e cineastra Jean Cocteau, a partir do conto “Jacques, o Fatalista”, de Diderot.
Durante os anos 1950, o cineasta inicia o estilo minimalista, que passa a caracterizar suas obras seguintes, como em Um condenado à morte escapou, cujo título faz acreditar que o protagonista irá escapar, mas frustrar a expectativa do público é justamente a estratégia que irá trazer o olhar do público para outro lugar.
Na década de 60, o cineasta para de trabalhar com atores, tentando fugir do que ele dizia ser o “teatro filmado” e vai em busca de modelos, seres humanos com uma “semelhança moral” com os personagens que queria levar para o cinema. Ele trabalhava com um método calcado em incansável repetição no set de filmagem, por acreditar que modelos não tinham nenhum cacoete teatral e que faziam leituras completamente brancas dos roteiros. Seu método chega a ser radical. Em A grande testemunha (Au hasard Balthazar, 1966), cujo personagem principal é um burrinho, fez questão de trabalhar com um asno sem nenhum tipo de adestramento prévio. A história do animal é retratada desde o seu nascimento até a morte, expressando o estilo bressoniano.
Considerado um dos mestres do cinema francês, Bresson utilizava em seus filmes os recursos de sonoridade, que sugeriam ao público o que estava acontecendo em cena e que potencializavam a capacidade de cada espectador em criar imagens mentalmente, resgatando assim os fragmentos de lembranças e sensações, antes esquecidas em suas memórias. Ele defendia seu método com frases como: “O olho (em geral) é superficial, o ouvido profundo e inventivo. O apito de uma locomotiva imprime em nós a visão de toda uma estação de trem”.
Sexta-feira 18 de Fevereiro
14h30 – As damas do bosque de Boulogne (Les Dames du bois de Boulogne) de Robert Bresson (França, 1945. 86’)
16h30 – O processo de Joana d’Arc (Procès de Jeanne d’Arc) de Robert Bresson (França, 1962. 65’)
18h – O batedor de carteiras (Pickpocket) de Robert Bresson (França, 1959. 75’)
20h – O dinheiro (L’Argent) de Robert Bresson (França, 1983. 85’)
Sábado 19 de Fevereiro
14h – A grande testemunha (Au hasard Balthazar) de Robert Bresson (França, 1966. 95’)
16h – Mouchette (Mouchette) de Robert Bresson (França, 1967. 78’)
18h – Um condenado à morte escapou (Un Condamné à mort s’est échappé ou Le Ven t souflle où il veut) de Robert Bresson (França, 1956. 99’)
20h – As damas do bosque de Bolougne (Les Dames du bois de Boulogne) de Robert Bresson (França, 1945. 86’)
Domingo 20 de Fevereiro
14h30 – O processo de Joana d’Arc (Procès de Jeanne d’Arc) de Robert Bresson (França, 1962. 65’)
16h – Um condenado à morte escapou (Un Condamné à mort s’est échappé ou Le Vent souflle où il veut) de Robert Bresson (França, 1956. 99’)
18h – O dinheiro (L’Argent) de Robert Bresson (França, 1983. 85’)
20h – A grande testemunha (Au hasard Balthazar) de Robert Bresson (França, 1966. 95’)
Terça-feira 22 de Fevereiro
14h30 – O dinheiro (L’argent) de Robert Bresson (França, 1983. 85’)
16h30 – Mouchette (Mouchette) de Robert Bresson (França, 1967. 78’)
Quarta-feira 23 de Fevereiro
15h30 – Mouchette (Mouchette) de Robert Bresson (França, 1967. 78’)
17h – O processo de Joana d’Arc (Procès de Jeanne d’Arc) de Robert Bresson (França, 1962. 65’)
18h30 – O batedor de carteiras (Pickpocket) de Robert Bresson (França, 1959. 75’)
20h – As damas do bosque de Boulogne(Les Dames du bois de Boulogne) de Robert Bresson (França, 1945. 86’)
Quinta-feira 24 de Fevereiro
15h30 – O batedor de carteiras (Pickpocket) de Robert Bresson (França, 1959. 75’)
17h15 – O dinheiro (L’Argent) de Robert Bresson (França, 1983. 85’)