O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, até domingo, dia 09 de janeiro, apresenta a obra completa de um dos cineastas asiáticos mais renomados da atualidade: Hou Hsiao Hsien e o Cinema de Memórias Fragmentadas. Com filmes exibidos em Cannes ou premiados em Berlim e Veneza, Hsien foi eleito o Diretor da Década de 90 pelos críticos internacionais de Village Voice e do Film Comment. Ainda assim, seus trabalhos tem pouco alcance no Ocidente. Restritos a circuitos alternativos e festivais, são praticamente desconhecidos do público brasileiro.
Sobre Hou Hsiao-Hsien
Nascido na China em 1947, Hou Hsiao-Hsien mudou-se para o sul de Taiwan em 1948, onde passou toda sua infância. Em 1969, depois de completar o serviço militar, decidiu estudar cinema na Academia Nacional de Artes de Taiwan, graduando-se em 1972. Foi assistente de direção de cineastas veteranos como Li Hsing e Lai Cheng-Ying. Posteriormente, formou parceria com o fotógrafo Chen Kun-Hou e passou a dirigir os próprios filmes.
Sua estréia como diretor aconteceu em 1980, com Menina bonita. Com seu terceiro filme, A grama verde de casa (1982), foi indicado ao Golden Horse Award, considerado o Oscar taiwanês. Desde então, o cineasta tem contribuído para a formação de uma nova consciência acerca do cinema em Taiwan.
Hou obteve reconhecimento internacional com Os Garotos de Fengkuei (1983) e Um verão na casa do vovô (1984), ambos vencedores do Festival dos 3 Continentes, em Nantes, França. Seu filme autobiográfico, Tempo de viver e tempo de morrer (1985), levou o prêmio internacional da crítica no Festival de Berlim de 1985 e foi indicado melhor filme no Festival de Roterdam. Hou continuou a fazer filmes aclamados pela crítica, como Poeira ao vento (1986) e A filha do Nilo (1987) e foi gradualmente reconhecido como um dos cineastas mais inovadores do mundo.
Em 1989, Cidade das Tristezas ganhou o cobiçado Leão de Ouro, no Festival de Veneza. Em 1993, a obra-prima O mestre das marionetes ganhou o prêmio do júri em Cannes. Seus filmes seguintes, Bons homens, boas mulheres (1995), Adeus ao sul (1996), Flores de Xangai (1998), Millenium Mambo (2001), Café Lumière (2004), Três tempos (2005) e A viagem do balão vermelho (2007), foram aclamados por críticos e circularam por festivais como os de Cannes e Veneza.
Como produtor, Hou tem ajudado a realizar clássicos como Taipei Story, de Edward Young, Lanternas vermelhas, de Zhang Yimou, Dust of Angels e Heartbreak Island, de Hsu Hsiao-Ming, A Borrowed Life, de Wu Nien-Jen e Treasure Island, de Chen Kuo-Fu. Hou, também é o ator protagonista de Taipei Story.
A programação
2 de janeiro | Domingo
18h30 | O mestre das marionetes (Ximeng Chengsheng), 142′
4 de janeiro | Terça
17h30 | Bons homens, boas mulheres (Haonan haonü), 108′
19h30 | Adeus ao sul (Zaijian, nanguo, zaijian), 124′
5 de janeiro | Quarta
18h | Flores de Xangai (Hai Shang Hua), 120′
20h | Millenium Mambo (Qian xi man po), 105′
6 de janeiro | Quinta
18h | Café Lumière (Kôhî jikô), 103′
20h | Três tempos (Zui hao de shi guang), 132′
7 de janeiro | Sexta
18h | A viagem do balão vermelho (Le Voyage du ballon rouge), 113′
20h | Adeus ao sul (Zaijian, nanguo, zaijian), 124′
8 de janeiro | Sábado
16h | Millenium Mambo (Qian xi man po), 105′
18h | Café Lumière (Kôhî jikô), 103′
20h | Flores de Xangai (Hai Shang Hua), 120′
9 de janeiro | Domingo
16h | Três tempos (Zui hao de shi guang), 132′
18h30 | A viagem do balão vermelho (Le Voyage du ballon rouge), 113′
SERVIÇO
Onde: Cinema I – r. Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro
Quanto: até R$ 10
Informações: (21) 3808-2020
Sobre Eduardo Cerveira – curador
Eduardo Cerveira é formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense, foi diretor, câmera e editor do documentário Tradições, Invenções e outras Histórias de um Mestre-sala.
Também participou como assistente de direção, montador e distribuidor do curta Meninas, de Paula Alves, exibido em mais de 40 festivais de 20 países.
Em 1999, produziu a mostra 50 ans du cinéma brésilien, realizada no cinema Les Trois Luxembourg, em Paris. Em 2002, foi montador do curta Um Sol Alaranjado, de Eduardo Valente, que ganhou o Primeiro Prêmio do Cinéfondation, no Festival de Cannes.
De 2001 a 2006, foi coordenador de programação do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro – Curta Cinema, e curador do primeiro lançamento da Programadora Brasil, projeto da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. Programou e distribuiu a coletânea A Selection of the Best Brazilian Shorts, nos principais festivais estrangeiros.
Atualmente, é o coordenador internacional do Festival Brasileiro de Cinema Universitário, que acontece há 14 anos no Rio de Janeiro e Niterói, e diretor do Femina – Festival Internacional de Cinema Feminino.