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Mostra: Amos Gitai

Por mais de 20 anos Amos Gitai vem trazendo para as telas as imagens complexas da vida israelense e da diáspora. Empregando tanto a linguagem documental quanto a da ficção, ele usa sua câmera para revelar as contradições e ambivalências da História.

Tendo a paisagem de seu país como referência pictórica, ele atravessa tempo e espaço para colocar questões como migração, conflito e alienação, temas intimamente relacionados à identidade judaica.

Gitai nasceu em Haifa em 11 de outubro de 1950, filho de um arquiteto do movimento Bauhaus e de uma filha de pioneiros sionistas, e despertou para o cinema no mesmo dia, 23 anos depois, quando foi ferido em um helicóptero abatido numa missão de resgate na Síria durante a Guerra de Yom Kippur.

Participou como ator nos filmes “Bem Me Quer, Mal Me Quer”, como ele mesmo e “Kadosh – Laços Sagrados”.

Filmar em Israel lhe permite, segundo suas próprias palavras, se ”engajar num diálogo contínuo com a história à medida em que ela vai sendo escrita. O país está cheio de câmeras de TV, mas elas raramente captam a realidade mais profunda. As grandes redes decidiram que o conflito no Oriente Médio gera uma fantástica televisão. Mas a mídia não deveria somente buscar o impacto através de suas violentas imagens, mas também fornecer meios para que se possa analisar o que se vê. Como, na maioria das vezes isso não acontece, o cinema tem um papel muito importante a cumprir.

LEIA A OPINIÃO DE APROXIMAÇÃO –> AQUI

“Eu não consigo fazer um filme a não ser que tenha um ponto de vista. Eu não faço imagens objetivas. Não acredito nelas. Como indivíduos percebemos o mundo de acordo com nossas posições dentro de uma rede de imagens. Estamos cercados por imagens e todas elas são subjetivas. O noticiário da CNN é subjetivo, a televisão palestina e a israelense são subjetivas. Temos que entender a maneira pela qual apontamos nossa consciência para uma série de pontos de vistas subjetivos. Neste contexto, um filme pode fazer algo subversivo: encontrar um ponto de vista particular para examinar o evento”.

Filmes

ALILA
(ALILA)
de Amos Gitai. Israel / França, 2003. 120min.
O velho Schwartz vive num condomínio entre Tel Aviv e Jaffa sob os cuidados de uma jovem filipina. Ele leva uma vida tranquila e se dá bem com os vizinhos. Mas de repente tudo parece estar de cabeça pra baixo. Escutam-se gritos e discussões todos os dias. Hezi alugou um apartamento em segredo para encontrar com a amante. Mali enfrenta problemas com o filho desertor. E os novos vizinhos decidiram construir uma expansão de seu apartamento sem pernissão. Pra piorar, o chefe da obra, que contratou operários chineses ilegais, é o ex-marido de Mali. Adaptação de Returning Lost Loves de Yehoshua Kenaz. Em Competição em Veneza 2003.
Retrospectiva Amos Gitai – (LP) – 16 anos
TER (28/9) 15:45 Instituto Moreira Salles []
QUA (29/9) 23:30 Estação Botafogo 3 [EB336]

APROXIMAÇÃO
(Disengagement)
de Amos Gitai. França / Israel, 2007. 115min.
O jovem israelense Uli viaja para o funeral de seu pai na França, onde reencontra sua meia-irmã Ana. O encontro é marcado pela reflexão e pela felicidade da conexão redescoberta. Mas, durante a leitura do testamento, Ana se choca ao ouvir segredos do passado que acreditava pertencerem só a ela. Atendendo a vontade do pai, ela retorna a Israel com Uli para ir atrás da filha que abandonou logo após o nascimento. Juntos, os dois atravessam fronteiras de carro, trem e barco, sendo envolvidos pelo tumulto da retirada dos assentamentos israelenses de Gaza por tropas militares em 2005. Exibido no Festival de Veneza 2007.
Retrospectiva Amos Gitai – (LP) – 12 anos
DOM (26/9) 14:00 Instituto Moreira Salles []
DOM (3/10) 13:15 Estação Botafogo 3 [EB355]

BERLIM JERUSALÉM
(Berlin-Yerushalaim)
de Amos Gitai. França / Reino Unido / Itália / Holanda / Israel, 1989. 89min.
A poeta expressionista Elsa Lasker-Schüler, judia que vive em Berlim nos anos 1930, testemunha o crescimento do pensamento anti-semita e decide partir do país rumo a Jerusalém. Mania Shohat, por sua vez, uma das primeiras sionistas russas, que vive em Berlim, viaja à Palestina movida por idealismo, para ajudar um kibbutz recém-criado. Embora por motivações completamente distintas, essas duas mulheres testemunharão a fundação de Israel, constatando que a concretização do sionismo possui uma realidade bem mais amarga que a ideologia que a move. Competição do Festival de Veneza 1989.
Retrospectiva Amos Gitai – (LEP) – 12 anos
DOM (3/10) 14:00 Instituto Moreira Salles []
SEG (4/10) 23:30 Estação Botafogo 3 [EB366]
16:30 C.C. Justiça Federal [JF017]

ESTHER
(Esther)
de Amos Gitai. França / Reino Unido / Áustria / Holanda / Israel, 1985. 97min.
Ester, mulher de origem judaica, é perseguida pelo rei babilônio Nabucodonosor e refugia-se no palácio de Sushan com seu tio e guardião, Mordecai. O tio adverte-a para manter em segredo suas origens, pois correm risco de vida. Desconhecendo sua ascendência, o rei Assuero apaixona-se por ela e a escolhe como esposa. Seu apreço pela família cresce quando Mordecai ajuda a revelar um complô contra o palácio. Enquanto isso, o conselheiro real, Haman, torna-se cada vez mais invejoso da influência de Mordecai e trama contra ele. Adaptado de texto bíblico. Semana da Crítica do Festival de Cannes 1986.
Retrospectiva Amos Gitai – (LEP) – 14 anos
SAB (2/10) 14:00 Instituto Moreira Salles []
SAB (2/10) 18:00 Instituto Moreira Salles []
DOM (3/10) 23:30 Estação Botafogo 3 [EB360]

FREE ZONE
(Free Zone)
de Amos Gitai. Israel / França / Espanha / Bélgica, 2005. 90min.
Rebecca, americana de origem judaica, vive em Jerusalém há alguns meses. Frustrada pelo rompimento com seu noivo, entra ao acaso no táxi da motorista Hanna, e recusa-se a sair. Esta lhe diz que deve ir a uma região da Jordânia apelidada de “zona franca”, na fronteira entre o Iraque, a Síria e a Arábia Saudita, para coletar um dinheiro que um sujeito chamado “O Americano” lhe deve. Rebecca então insiste em ir junto, determinada a esquecer seus próprios problemas. Ao chegarem, contudo, descobrem que O Americano não está lá e que o dinheiro desapareceu. Prêmio de Melhor Atriz em Cannes 2005.
Retrospectiva Amos Gitai – (LP) – 12 anos
DOM (26/9) 20:00 Instituto Moreira Salles []
TER (28/9) 23:30 Estação Botafogo 3 [EB330]

GOLEM. O ESPÍRITO DO EXÍLIO
(Golem, l’Esprit de l’Exil)
de Amos Gitai. Holanda / Itália / França / Alemanha / Reino Unido, 1991. 105min.
Imigrantes que chegam a Paris para fugir da miséria são forçadas ao exílio, encontrando-se com Golem, criatura mítica judaica que, segundo a visão da Cabala espanhola, identifica-se com o exílio e as migrações. Adaptação do Livro de Ruth, do Antigo Testamento, para a década de 1990, com base em escrituras cabalísticas espanholas. Exibido no Festival de Berlim de 1992.
Retrospectiva Amos Gitai – (LEP) – 12 anos
SAB (2/10) 16:00 Instituto Moreira Salles []
SAB (2/10) 20:00 Instituto Moreira Salles []
TER (5/10) 23:00 Estação Botafogo 3 [EB372]

KADOSH – LAÇOS SAGRADOS
(KADOSH)
de Amos Gitai. Israel / França / Itália, 1999. 110min.
Meir e Rivka são casados há dez anos e moram num bairro ultra-ortodoxo de Jerusalém. Eles se amam muito, mas não têm filhos, o que é motivo de preocupação para o rabino da comunidade. Já a irmã de Rivka, Malka, está apaixonada por Yaakov, jovem cantor que deixou a comunidade para seguir carreira. O rabino decide intervir e anuncia a decisão de que Meir deverá se casar com outra mulher para garantir sua descendência e Malka deverá se casar com Yossef, seu assistente. Rivka sai de casa e se afoga aos poucos na solidão. Já Malka escolhe outro caminho: a rebelião. Terceiro filme na trilogia de Gitai sobre as cidades. Competição do Festival de Cannes 1999.
Retrospectiva Amos Gitai – (LP) – 14 anos
SEX (24/9) 16:00 Instituto Moreira Salles []
SEX (24/9) 20:00 Instituto Moreira Salles []
DOM (26/9) 23:30 Estação Botafogo 3 [EB318]

KEDMA
(Kedma)
de Amos Gitai. França / Israel / Itália, 2002. 100min.
Em maio de 1948, pouco antes da fundação do Estado de Israel, o navio cargueiro Kedma transporta até a Palestina um grupo de sobreviventes do Holocausto. Desembarcam em meio ao fogo cruzado entre o exército inglês, que deseja reenviá-los para a Europa, e a polícia judaica clandestina, que planeja a instalação do contingente em um kibbutz, para dar início à ocupação do território. Um pequeno grupo de homens e mulheres consegue fugir para as montanhas e enfrenta a batalha de descobrir o caminho para Jerusalém. Exibido em competição no Festival de Cannes 2002.
Retrospectiva Amos Gitai – (LP) – 12 anos
SEX (24/9) 23:30 Estação Botafogo 3 [EB306]
DOM (26/9) 16:00 Instituto Moreira Salles []

KIPPUR – O DIA DO PERDÃO
(Kippur)
de Amos Gitai. Israel / França, 2000. 120min.
Em 1973, no feriado de Yom Kippur, dia sagrado para os judeus, o Egito e a Síria atacam o monte Sinai e as montanhas de Golan, em poder dos israelenses. Deflagrada a guerra, que ficaria conhecida como Guerra de Yom Kippur, os amigos Weinraub e Ruso partem em busca de sua unidade militar. Sem conseguir encontrá-la, se juntam a uma equipe de primeiros socorros da aeronáutica. Num helicóptero, vão e vêm numa zona de fogo cerrado, para evacuar os mortos e feridos. O entusiasmo do primeiro momento dá rapidamente lugar ao desgosto e à desilusão. Em Competição no Festival de Cannes de 2000.

Retrospectiva Amos Gitai – (LP) – 12 anos
SEG (27/9) 23:30 Estação Botafogo 3 [EB324]
QUA (29/9) 15:45 Instituto Moreira Salles []
QUA (29/9) 19:45 Instituto Moreira Salles []

MAIS TARDE, VOCÊ VAI ENTENDER…
(Plus tard, tu comprendras…)
de Amos Gitai. França / Alemanha / Israel, 2008. 88min.
Rivka, senhora judia que vive rodeada de objetos do passado, prepara o jantar para seu filho Victor, enquanto acompanha na televisão o julgamento de Klaus Barbie. O ano é 1987, e o ex-líder da Gestapo, conhecido como o “açougueiro de Lyon”, finalmente enfrenta a justiça por seus crimes no Holocausto. Em seu escritório, Victor trabalha organizando os documentos e cartas que contam a história de sua família e também assiste o julgamento. É quando Rivka reconhece na TV a voz de uma das testemunhas, a voz de um sobrevivente, que despertará emoções profundas entre mãe e filho.
Retrospectiva Amos Gitai – (LEP) – 12 anos
DOM (26/9) 18:00 Instituto Moreira Salles []
QUA (29/9) 21:30 Espaço de Cinema 1 [EC135]

NOTÍCIAS DO LAR / NOTÍCIAS DE CASA
(News From Home / News From House)
de Amos Gitai. Israel / França / Bélgica, 2005. 97min.
Concluindo a trilogia iniciada em 1980 com A Casa e continuada em 1995 com Uma Casa em Jerusalém, o diretor volta à construção no oeste de Jerusalém cuja história dedicou-se a documentar. Abandonada pelo dono palestino na guerra de 1948, ela foi declarada como desabitada pelo governo israelense, depois alugada para imigrantes judeus argelinos em 1956, e finalmente comprada por um professor universitário em 1980, que a transformou numa casa de três andares. Em 2006, ela já não abriga o mesmo microcosmo, mas segue sendo um núcleo físico e afetivo situado no coração do conflito árabe-israelense, onde é possível observar o surgimento de uma nova identidade e uma nova diáspora.
Retrospectiva Amos Gitai – (LEP) – 10 anos
SAB (2/10) 23:30 Estação Botafogo 3 [EB354]
DOM (3/10) 18:00 Instituto Moreira Salles []

Pix Vertentes do Cinema

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