Direção: Burr Steers
Roteiro: Craig Pearce, Lewis Colick
Elenco: Zac Efron, Amanda Crew, Donal Logue, Charlie Tahan, Kim Basinger, Ray Liotta
Fotografia: Enrique Chediak
Música: Rolfe Kent
Produção: Michael Fottrell, Marc Platt
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil
Duração: 99 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2010
COTAÇÃO: ENTRE O REGULAR E O BOM
“A Morte e vida de Charlie”, baseado no livro homônimo, escolhe o gênero aventura sentimental, que possui características peculiares, como por exemplo a trilha sonora de efeito que intensifica o momento emocional e as ações teatrais. Pode ser definido como “pipoca”, já que segue a narrativa tradicional. Há a trama, a reviravolta, as consequências, a redenção e o final feliz. Charlie (Zac Efron) é um jovem talentoso e de futuro brilhante muito ligado à família. Depois de um grave acidente que ceifa a vida de seu irmão mais novo, Sam (Charlie Tahan), ele não consegue lidar com a perda e decide trabalhar no cemitério no qual o pequeno foi enterrado, abandonando seus projetos de vida. A volta de Tess (Amanda Crew), uma antiga paixão, mexe com o coração do rapaz e o coloca em dúvida sobre manter a promessa de ficar perto da família ou esquecer o passado e permitir que o amor renove sua vida. A sinopse acima direciona o espectador a qual caminho ele será conduzido. Este gênero busca o público adolescente, principalmente por escalar o “sucesso de cartas da Disney” (antes dos “Jonas Brothers” – diga de passagem) Zac Efron.
O ator americano, que nasceu em 18 de outubro de 1987, ficou famoso por participar de “High School Musical”, como Troy (protagonista) – Indicado ao Teen Choice Awards pela Química (com Vanessa Hudgens) – e por sua aparição em “Hairspray”, refilmagem do clássico de Jonh Walters – Indicado ao prêmio de Movie Awards da MTV de Melhor Revelação Masculina. Zac trabalhou com o diretor, do filme em questão, em “17 outra vez”, que alude, como homenagem, a “Quero ser grande” e “De repente 30” com contrários argumentos. Aqui, o ator tenta mostrar talento, porém o roteiro não ajuda, preferindo o senso comum a alguma novidade. Mas preciso destacar a cena da ambulância, logo após o acidente. Não é excessiva – nem melodramática – e extremamente necessária. O início utiliza os clichês típicos deste gênero ao seu favor. A competição de barcos, a pose sexy, entre outras. Porém quando presenciamos um diálogo como “Não adiamos a vida. Ela não espera por você”, flashbacks e o detalhe de um boné perdido, temos a certeza que a narrativa “sessão da tarde” irá se perpetuar até o final.
Se levarmos em conta o argumento, podemos entender a proposta apresentada. A mensagem é sobre a dificuldade de se desconectar fisicamente com um ente querido e falecido. Isso acarreta visões e percepções fantasiosas sobre a realidade. O personagem abre mão dos sonhos para cumprir uma promessa psicológica – por causa da culpa e do medo do recomeçar. “Quanto mais entro no seu mundo, mais me afasto do dele”, diz-se. Daí o querer, da emoção a todo custo, do diretor Burr Steers, que dirigiu o competente “A estranha família de Igby”, extrapola a trama. Assim despeja informações demais sem manter o equilíbrio, criando “buracos” narrativos. Perde-se com o próximo caminho pretendido. A fotografia precisa mudar o tom. Ora com luz radiante, ora embaçada. “É sobre arriscar-se”, diz-se com a música rasgando o instante que tenta fazer até o mais bruto chorar. Há São Judas Tadéu, o santo das causas perdidas. “Mas não há causa perdida”, diz-se. Entre estrelas cadentes, barcos em tempestades, mergulhos impossíveis, o final chega e mostra a apelação desnecessária, fornecendo um ingênuo, bobo e perdido longa. “Vai voltar ou continuar?”, a pergunta que termina pode ser usada para que o espectador realiza a sua escolha.
Burr Steers Gore nasceu em 08 de outubro de 1965, Washington, DC. Seu pai, Newton Ivan Steers, Jr. (1917-1993), era um republicano congressista de Maryland . Sua mãe, Nina Auchincloss Gore (nascido em 1935), era filha do corretor e advogado Hugh D. Auchincloss. Steers teve pequenos pápeis em alguns dos filmes de Quentin Tarantino em Pulp Fiction e uma das vozes de rádio em Reservoir Dogs. Ele escreveu e dirigiu “Igby Goes Down” , em 2002, um ácido filme, estrelado por Kieran Culkin e Susan Sarandon. Também foi o roteirista do filme Como Perder um Homem em 10 Dias , estrelado por Kate Hudson e Matthew McConaughey. Já dirigiu episódios da série televisiva Weeds , The L Word , e Big Love. Dirigiu a comédia teen “17 Again”, 2009, estrelado por Zac Efron.
1 Comentário para "A Morte e Vida de Charlie"
Olha, eu juro que tento não ter preconceitos e sempre busco me informar antes de gostar ou não de algum filme, ator ou diretor. E, sinceramente, não dá mais pra tentar dar chance pra Zac Efron. Eu bem que tentei…