Direção: Nacho García Velilla
Roteiro: Nacho García Velilla, David Sánchez, Oriol Capel, Antonio Sánchez
Elenco: Javier Cámara … Maxi; Lola Dueñas … Alex;Fernando Tejero … Ramiro; Benjamín Vicuña … Horacio; Chus Lampreave … Celia; Luis Varela … Jaime; Cristina Marcos … Marta; Alexandra Jiménez … Paula; Junio Valverde … Edu; Alejandra Lorenzo … Alba; Mariano Peña … Álvaro; Fernando Albizu … Valero; Carlos Leal … Pascal Sánchez
Fotografia: David Omedes
Montagem: Ángel Hernández-Zoido
Produtor: Daniel Écija
Música: Juanjo Javierre Amaral
Duração: 111 minutos
País: Espanha
Ano: 2008
COTAÇÃO: BOM
A opinião
O novo filme do ótimo ator Javier Cámara, que participou de ‘Fale com Ela’ (2002), quando interpretou o enfermeiro gay, e de Má Educação’ (2004), ambos de Pedro Almodóvar, é um misto de comédia exagerada com o típico sarcasmo espanhol e da humanização dos sentimentos, sem fazer com que sejam estereotipados.
O próprio humor cria o clichê com situações surreais quando resolve os conflitos de forma rápida. Aborda a vida de Maxi que acha que sua vida é simplesmente perfeita: ele é um famoso chef e proprietário de um restaurante elegante, em Madri, e bem resolvido em relação à sua homossexualidade. O súbito aparecimento de seus filhos, resultado de um casamento e a chegada de um ex-futebolista argentino atraente na vizinhança, vai obrigá-lo a reconsiderar tudo.
A estréia em cinema de Nacho G. Vellila, vindo da TV, ambiente uma modernidade romântica e aceitável. Logo de ínicio, os créditos são apresentados em animações, como uma história de conto de fadas complementados por um tango remixado. É divertido, parecido ‘quase’ com uma película de Almódovar. O humor trash continua. Quando entende-se a ironia agressiva e o deboche dramático e ingênuo, pela carência reprimida, e servindo de defesa usual, captamos a real ligação com o introspecção dos personagens.
As manias e idiossincrasias resolvidas e estagnadas são postas a prova quando se precisa mudar. As caricaturas do filho revoltado, do amante que não quer assumir a homossexualidade, o pai contando piadas gays, a mãe alienada, a amiga desesperada por amor, os funcionários rebeldes no trabalho são explicitadas pela impaciência e intolerância, grosseiramente. “Vai comer tão bem, que vai ter pena de cagar”, diz-se, tendo-se uma idéia do universo em questão.
O longa, rodado durante oito semanas em Madri, desliza a linha com contrastes de referências inteligentes e escrachados diálogos. Dualiza o contrário com a graça sem pudores e externalizações dos sofrimentos. O que incomoda é simplesmente a rapidez de resolução das interpéries.
A parte técnica não inova. Não há nenhum movimento de camera diferente, nem um fotografia estilizada ou a falta de, mas é competente para retratar a trama.
O filme é engraçado. Não permite ao expectador tirar os olhos da tela. Prende. Mas falta algo mesmo com as excelentes interpretações. No Festival de Cinema Espanhol de Málaga 2008, o filme conquistou a Bisnaga de Prata de melhor ator e o prêmio da audiência, atestando mais uma vez que a Espanha tem uma forte linha de comédias gays que agradam ao grande público. Vale a pena ser visto. Recomendo.
Nacho García Velilla é um diretor estreante. Vindo da televisão o qual fez a série “7 Vidas” e “Aída”. “Atualmente as mentes pensantes estão na televisão e não no cinema”. Diz. E complementa “A história de Maxi é baseada em quatro histórias que conheci. A espanha tem contrastes brutais: um dia há o orgulho pela família tradicional. No outro a manifestação pelo orgulho gay. E ambas reunem o mesmo número de pessoas”.