Memórias de Minhas Putas Tristes

“Faltou o prazer de cinema”

A opinião (por Marise Carpenter)

Baseado no livro de Gabriel García Márquez, assistir a esse filme pareceu estarmos lendo o livro. Acho que cada expectador pensou: foi assim mesmo que imaginei quando li. Os expectadores saíram satisfeitos do cinema. Também, com roteiro do excelente Jean-Claude Carrière… Lá estão o prazer que o personagem tinha com suas putas (nem tão tristes assim), a cor que permeia o filme para retratar o saudosismo (tão triste) de suas lembranças, a encarnação do ator no personagem… dá um puta prazer conferir. Mas faltou cinema. Chega um momento que o filme fica enjoado, pois o próprio livro não tem muitos acontecimentos, as situações são muito repetitivas. Para a leitura em linha, cabe à nós leitores imaginarmos, coisa que para a mente enquanto lê é prazeroso, único, no tempo de cada um. Para a leitura em superfície no cinema, o tempo nos é imposto, somos impotentes para intervir, um tempo que não é nosso. Só podemos discordar e dizer que faltou um pouco mais de cinema, nesse caso. Faltou o prazer de cinema.

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