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Influenza

Moral corrompida e filmada

Por Fabricio Duque

Influenza

Parte integrante do filme em episódios “Digital Short Films by Three Filmmakers” (2004), de Gakuryû Ishii, Nelson Lik-wai Yu e Bong Joon-Ho, este que apresenta o segmento “Influenza”, um Mockumentary (um falso documentário) todo registrado por câmeras de segurança (de observação) sobre o “vírus” da violência (o distúrbio do humor) que assola as lojas de Seul, na Coreia do Sul.

O realizador de “Parasita” invoca o nome da gripe para criar um paralelo social. Uma antropológica e atual análise comportamental. De  uma sociedade doente e “contaminada” pelo capitalismo desenfreado (ganancioso, cruel e desmedido) e que ultrapassa à roubo a “filosofia” popular do “Seo-ri”, o “direito dos famintos”. É uma fábula realista (e crível pelo formato da imagem) que acompanha  (ao precipício) a saga ao mal, ao crime e à violência de um desemprego com 31 anos. Que não quer ser mais “parasita” e sim “consumir” uma parcela da visibilidade.

O fato de ser todo filmado por câmeras de segurança cria uma sensação de ultra-realidade no espectador, que é exposto ao que mais terrível o ser humano possui no mais fundo de suas almas. Que despertado, torna-se o “monstro” de “O Hospedeiro”. São cenas como catar no lixo e tentar vender uma mercadoria no banheiro público, até chegar propriamente à ação, roubando uma idosa e enervando ainda mais a gratuita agressividade.

“Influenza” é uma crítica a um sistema financeiro que destrói seus indivíduos que, por sua vez, compõem toda essa maquinaria de regurgitação retro-alimentada. O filme incomoda. A passividade causa uma impotência e uma desesperança na humanidade. Sim, é ficção. Mas formalizada com a imagética possibilidade da verdade. Um triste quadro de um contemplativo estudo de caso que potencializa a “moral corrompida” de um homem. O projeto foi lançado em 2000 pelo South Korea’s Jeonju International Film Festival que “concedia” uma janela digital de filmes com até trinta minutos de duração. “O que eu vi?”, finaliza-se, deixando no ar a retórica. 

4 Nota do Crítico 5 1

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