Ilusões Óticas

Ficha Técnica

Direção: Cristián Jiménez
Roteiro: Cristián Jiménez, Alicia Scherson
Elenco: Paola Lattus, Eduardo Paxeco, Gregory Cohen, Iván Álvarez de Araya
Fotografia: Inti Briones
Montagem: Isabela Monteiro de Castro, Galut Alarcón
Música: Cristóbal Briceño
País: Chile / Portugal / França
Ano: 2009
Duração: 105min

A opinião

“Ilusões óticas” aborda a visão e ou a percepção, respeitando os pré julgamentos e conceitos, que as pessoas possuem de coisas, lugares e do outro próximo. O filme interage vidas que se esbarram em um determinado momento, com classes sociais diferenciadas e desejos controversos. O humor dos diálogos pretende a quebra da política correta da convivência, expondo seus personagens a papéis de ricos que roubam e que fazem sexo com empregados. A imagem interage a sinestesia. “As pessoas tentam a realidade quando observam”, diz-se. A narrativa direta, não suavizada, direciona o espectador. Mas a recorrência dos mesmos elementos torna o longa excessivo, quase chato. Não há uma linha que se sustente. O que há são experimentações de estilos. Os personagens são trabalhados como tipos humanizados. Seguem regras que são ultrapassadas e quebram as necessárias que os levariam à felicidade. Busca-se a defesa, pelo medo. A cena do homem cego, que faz uma cirurgia e volta a enxergar parcialmente explicita a mensagem objetivada. “Não tenha medo, feche os olhos”, diz-se inferindo à inerência de cada um. O modificar a fim de que o outro seja agraciado com o presente é violentar o próprio ser.

A atmosfera é o mundo coorporativo. Reuniões de propaganda, demissões (suavizadas com a expressão em disponibilidade), chefes como chefes, funcionários no lugar de funcionários. Há sacadas interessantes como o não ver de longe para o ato de beijar. No todo, é um filme morno, que se perde nele mesmo, querendo ser uma ilusão, assim como a vida de seus personagens e transportando a ótica a quem está do outro lado da tela.

A Sinopse

Inverno em Valdivia, no sul do Chile. Após passar a vida cego, Juan é operado e recupera parcialmente a visão. Em meio aos borrões coloridos, encontra um outro mundo. É assim que esbarra com Rafa, vigia de shopping que se encanta por uma cleptomaníaca rica e divorciada, sua irmã Manuela, que pensa em colocar silicone nos seios para se tornar mais atraente, e David, funcionário enviado por sua empresa para um treinamento de desemprego. A percepção desta realidade estranha confunde Juan, que receia estar simplesmente sofrendo de ilusões de ótica.

O Diretor

Nasceu no Chile, em 1975. Antes de se tornar cineasta, estudou Sociologia em Santiago, em Heidelberg e em Londres. Roteirizou e dirigiu uma série de curtas, incluindo El tesoro de los caracoles e XX, além de ter sido corroteirista dos longas-metragens 199 recetas para ser feliz e Los debutantes. Trabalhou ainda como produtor de televisão na Inglaterra, e atualmente dá aulas de Cinema no Chile. Este é o seu primeiro longa.

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