Por Fabricio Duque
A Academia Brasileira de Cinema, com sede no Rio de Janeiro, foi criada no dia 20 de maio de 2002 com a finalidade, entre outras, de instituir o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e contribuir para a discussão, promoção e fortalecimento do cinema como manifestação artística, ajudando, desta forma, a fortalecer a indústria cinematográfica brasileira. Hoje são mais de 200 sócios.
O Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, nosso Oscar, é organizado e votado pelos próprios profissionais, uma forma da própria classe celebrar o seu trabalho e dar o devido reconhecimento ao talento de seus profissionais.
Maior premiação do cinema nacional, o Grande Prêmio chega a sua 15ª edição em 2016. O evento aconteceu no Theatro Municipal, no dia 4 de outubro, e foi apresentado pelos atores Fabrício Boliveira e Cris Vianna.
Um dos maiores nomes da bilheteria nacional, Daniel Filho foi o grande homenageado da noite pelo convidado Gregório Duvivier, de forma descontraída – até demais, devido inclusive ao tamanho da genitália do diretor-ator. Em seu discurso disse: “Eu gosto mesmo de cinema. De ver o cinema. Matava aula pra ir ao cinema. E pelo plano de ensino do pais, eu fiz muito bem. O cinema não tem preconceitos. Mesmo com a ditadura, é democrático. O cinema foi se mantendo. E está crescendo. Tem muitas janelas para exibir. Um filme, no mínimo, emprega por baixo 600 / 700 pessoas. Não é um dinheiro que roubamos do povo brasileiro. O cinema mostra como o Brasil era nos anos cinquenta. É histórico. De representação. Existe filme bom e filme ruim, não gênero”.
Outro homenagem, póstuma, foi a de Chico Moreira (1952-2016), que atuou como fotógrafo, montador, pesquisador, conservador e restaurador cinematográfico. Recebeu o Prêmio Especial de Preservação (post morten). Chico tornou-se um dos precursores da restauração e da utilização de imagens de arquivo em novas obras audiovisuais no Brasil. Trabalhou como restaurador na Cinemateca do MAM-RJ entre 1979 e 1999 e, em paralelo, desenvolveu carreira como montador, sendo o responsável pela montagem de filmes como “Jango” (1984), de Silvio Tendler, e “Lost Zweig” (2002), de Sylvio Back.
O Prêmio tem a estatueta, que foi criado pelo cartunista Ziraldo, do grande Grande Otelo. “Que horas ela volta”, de Anna Muylaert, venceu em sete categorias, “Chatô, o rei do Brasil”, de Guilherme Fontes, em cinco. E “Chico, artista brasileiro”, de Miguel Faria Jr.; foi premiado como o melhor longa documentário de 2015.
Inúmeros protestos foram repetidos contra “o governo golpista”. Cássia Ellen foi encarnada por Tacy Campos na música malandragem, com atores sem camisa e com seios de fora, com frases “manifeste-se, vem pro palco”. O rapper mineiro Renegado vestiu os dizeres “A PM Matou Pixote”.
Confira a lista completa: