INSTITUTO MOREIRA SALLES EXIBE FILMES DO GODARD. No dia em que Jean-Luc Godard completa 80 anos, 3 de dezembro, o Instituto Moreira Salles dá início à mostra Jean-Luc Godard – Oito filmes, oitenta anos em homenagem ao cineasta francês que, em 1959, com seu primeiro longa-metragem, Acossado, marcou o aparecimento da Nouvelle Vague.
De 3 a 19 de dezembro, a mostra exibirá oito longas – entre eles Filme Socialisme, que estreia nesta data no Brasil – e dois curtas do diretor, além de duas conversas filmadas, uma com Alexander Kluge e outra com Fritz Lang.
Filme Socialisme (2010), o novo filme de Jean-Luc Godard, exibido no último Festival de Cannes, é um um cruzeiro turístico pelo Egito e pela Palestina, por Nápoles, Barcelona, Atenas, e a Odessa da escadaria do Encouraçado Potemkin para compor um ensaio poético pela Europa contemporânea. O filme é dividido em três blocos, Sobre uma coisa qualquer, Quo vadis Europa, e Nossas humanidades, e parte de um sentimento que se resume na frase de apresentação: “as ideias nos separam, os sonhos nos unem”.
Outro destaque da mostra é Alphaville (1965), filme vencedor do urso de ouro no Festival de Berlim de 1965. Segundo Godard declarou à revista Cahiers Du Cinéma, em Alphaville, os sons tem o valor de imagens, e a música se torna um dos elementos fundamentais da narrativa. Para ele, seus filmes anteriores “poderiam passar sem música. Existe música neles, mas sem ela não seriam diferentes”.
Da década de 1960, a mostra traz outros três longas do diretor: O demônio das onze horas (1965), O desprezo (1963) e O pequeno soldado (1963). Os dois curtas selecionados e seu primeiro longa-metragem são do mesmo período: Acossado (1959), Todos se chamam Patrick (1957) e Charlotte e seu Jules (1959).
O Instituto Moreira Salles traz também títulos de outros períodos da carreira do Godard: o vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza de 1983, Carmem de Godard e Elogio ao amor que participou da mostra competitiva do Festival de Cannes em 2001. O primeiro, uma adaptação do mito de Carmen, é marcado pelos quartetos de Beethoven, e o segundo divide-se em duas partes distintas – a primeira foi filmada em 35mm, preto e branco, e representa o presente. Na segunda parte, por meio de câmera digital, as cores dão vida ao passado dos personagens.
Para completar a seleção do Instituto Moreira Salles, há duas conversas filmadas: em O dinossauro e o bebê, um diálogo em oito partes entre Fritz Lang e Jean-Luc Godard, André Labarthe conduz um diálogo entre Godard e Fritz Lang. Em Amor cego, uma conversa com Jean-Luc Godard, o cineasta é entrevistado pelo diretor alemão Alexander Kluge (realizador de Notícias de antiguidades ideológicas).
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